segunda-feira, 24 de março de 2014

Nsala, um congonlês


Esse é Nsala, um congolês que vivia no Estado Livre do Congo, no fim do século XIX. Apesar do nome, o Congo não era um Estado nem era livre. Era propriedade pessoal de Leopoldo II, o rei da Bélgica. Leopoldo II promoveu um regime cruel e genocida que escravizou a população para coletar marfim e borracha.

Essa foto foi tirada por Alice Seeley Harris, uma missionária inglesa que visitava o país tentando mostrar à comunidade internacional o que acontecia lá (Leopoldo II alegava que fazia um trabalho humanitário protegendo a população).  Enquanto Alice estava nessa vila, Nsala se aproximou com um saco e despejou seu conteúdo no chão.

Eram as mãos e pés de sua filha de 5 anos, que foi mutilada por funcionários do governo porque ele fora incapaz de coletar a cota mínima diária de borracha.

A vingança de Carlotinha



Carlinhos era um menino bom, tímido e estudioso. Apaixonou-se por Telinha, a menina mais rica e mais bonita da faculdade.

Carlinhos era uma unanimidade de bem querer entre a turma. De família pobre, e com muitas qualidades e virtudes, era bem educado, devido a uma rigidez matriarcal, de maneira que era incapaz de promover quaisquer ações que promovessem uma má interpretação. 

Um dia, e este dia sempre chega, Carlinhos tomou coragem e conversou com Telinha. Deu certo. Rolou um clima romântico entre os olhos que cruzaram libido e desejo.

Telinha agora era a namorada de Carlinhos - sensacional! Todos na sala gostaram da novidade, menos Carlotinha, uma anônima e apagada figura, apaixonada pelo moço, a quem já endereçara diversas mensagens e bilhetes secretamente.

Sabe como são as meninas apaixonadas e obcecadas quando perdem seu objeto de desejo para outra próxima - podem ser capazes de tudo, desde o silêncio até uma das mais cruéis torturas e abusos possíveis para desobstruírem a passagem até atingirem o alvo da sua paixão.

Numa bela manhã de outono, Carlotinha deixou um bombom com um poderoso laxante na carteira de Carlinhos. Era só para dar um susto, ser uma coisa engraçada. Pensando ser de Telinha, comeu com prazer e alegria. Ao chegar, a amada achou o rapaz estranho, mas poderia ser só impressão.

Mas não era impressão, era a pressão relâmpago dos peristaltismos intensos. Carlinhos borrou-se todo ali mesmo, encheu a calça, a carteira e o ambiente de toda a lavagem intestinal pela qual ficou exposto.

O rapaz nunca mais foi visto na escola e nem na cidade; Carlotinha, caindo em si da desgraça da paixão perdida, doente de amor e delirante, perdeu-se no mundo do prazer e da volúpia total, com um sentimento de culpa sem fim e Telinha apaixonou-se por Cafajeste Júnior, um dos meninos mais idiotas da faculdade. 

É isto aí!

A Ruth é boa e a Raquel é má


Odete, a siliconada do Paranoá

Odete, a siliconada do Paranoá, ligou-me ainda cedo. Estava chorosa, chateada, magoada, triste, aborrecida, nervosa e aflita. Conheço pelo tom de voz - sua fala mansa, pausada, sedosa e contida é a consequência desta mistura de sentimentos.

Olá, amore! Estou ar-ra-sa-da. Você nem imagina o que ouvi nesta tarde noite de domingo, em um encontro casual com amigas do clube do Silício.

Clube do Silício? Como assim, Odete? Você está se referindo ao Silicon Valley, da Califórnia? Vocês trabalharam por lá?

Nossa, como você é inocente! Tem nada disto, falo das amigas turbinadas com silicone, amore. As meninas, tal como euzinha, fomos à luta de peito aberto, amplo, geral, e irrestrito.

Ah, sim! Entendi, tudo bem, mas o que acontece de tão grave assim?

Bem, segundo Carminha me contou, ela soube pela Marthinha que ouviu da Geraldinha, que escutou de Karlinha, que soube através de uma relação profissional com certo cirurgião plástico que as próteses de silicone estão sendo apontadas como fatores desencadeantes de uma nova doença autoimune que provoca inflamações graves nas articulações e dores crônicas. Batizada de síndrome Asia, a doença é rara e se manifesta predominantemente em pessoas com predisposição genética a enfermidades autoimunes.

Caramba, Odete, isto é sério!

Então! Enquanto o cirurgião atendia a Karlinha, ele explicou que o silicone quando em contato com as células humanas, podem provocar uma reação anormal do sistema imunológico, levando as células de defesa a agirem contra o próprio corpo, e essa reação pode ocorrer quando há ruptura da prótese, mas também quando ela está íntegra, porque o implante libera algumas moléculas na corrente sanguínea. 

Menina, que coisa complicada é esta...

Segundo Karlinha, a diferença para a síndrome Asia é que essa reação vem acompanhada de um conjunto de sintomas inespecíficos, ou seja, que não podem ser enquadrados em nenhuma outra doença existente. Entre esses sintomas estão dores musculares, fadiga crônica, alteração cognitiva e febre.

Humm, sabe Odete, onde tem fumaça, tem fogo!

Mas é isto! Amore, você achou a resposta - fumaça e fogo. O Silicone é o Cigarro da moda. Nossa, que coisa triste. Faz mal, irão contestar até a exaustão, depois confirmam, mas aí já tem um monte de gente dependente. 

E agora, Odete? O que você pensa em fazer?

Ah, Amore! Assim como diziam do cigarro, não estou com pressa de morrer ...enquanto isto, vem cá em Brasília prá gente ir despedindo do mundo, vem!

É isto aí!

domingo, 23 de março de 2014

Da série - esta é para casar

Esta é para casar:


Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me Embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira


Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei


Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive


E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar


E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.



Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

Explorando o Centro de Gravidade da moça



Como podemos observar, temos um objeto pequeno, um simples copo azul, que está em equilíbrio através da aplicação de uma única força. Na verdade temos duas forças atuando sobre ele: a força que a moça aplica e a força peso. Sabemos que a força peso resulta da ação atrativa da massa da Terra sobre cada umas das massas que constituem o objeto. 

Essas forças de atração são proporcionais às massas e podem ser consideradas paralelas entre si. Portanto devemos nos perguntar onde a moça está a aplicar a força de modo que a força gravitacional seja equilibrada sem que o objeto comece a desequilibrar. 

Raramente nos deparamos com alguma situação semelhante à esta, onde encontramos o ponto de aplicação da força feminina alinhado com o centro do objeto a ser equilibrado, em tão perfeita ordem e sensualidade. Em outras palavras, o ponto de aplicação está alinhado com o centro de massa. 

O que determina este ponto de equilíbrio como acabamos de descrever é a localização do chamado centro de gravidade, que nada mais é que o "ponto de aplicação" da força gravitacional (peso). Quando temos uma situação em que o campo gravitacional pode ser considerado uniforme (ou seja, que tem o mesmo valor em qualquer posição e que pode ser representado por linhas paralelas entre si em regiões próximas), o centro de gravidade coincide com o centro de massa. Este é o motivo de o centro de massa às vezes ser chamado de centro de gravidade.

Em resumo, a moça tem jogo de quadril prá lá de bom demais da conta!

É isto aí!

A Marcha do Fascismo

www.blogdacidadania.com.br
Eu sou Católico Apostólico Romano, não destes romanos imperialistas advindos de Constantino; sou dos Romanos aguerridos, os soldados que deram a sua vida pela causa cristã. É na Epístola de Paulo a estes romanos que está a sustentação teológica da nossa fé.

Quando vejo a Igreja Católica destes constantinoplas apoiar a ditadura, a tortura e todas as formas de ódio, não sinto raiva nem pena - não sinto muito nem pouco - têm meu desprezo - não são de Cristo.

Abaixo, o diálogo do jornalista Eduardo Guimarães com os manifestantes católicos:

Aproximo-me dos “padres” para saber se eram mesmo religiosos ou se estavam apenas fantasiados.

– Vocês são padres mesmo?

– Seminaristas.

(…)

– Vocês apoiam a “intervenção militar”?

– Se for a solução.

– Vocês apoiam um golpe militar?

– Se for a solução, mas não chamaria um golpe. Chamaria (…) de parar o governo para voltar ao início, aonde começou o erro.

(…)

— Mas você, um religioso… Você ficou sabendo de torturas, de assassinatos que a ditadura cometeu?

– Infelizmente fiquei sabendo, sim. Mas tem contrapartes (…)

– Mas você apoia que o Estado brasileiro torture pessoas, mate…

– Jamais.

– Mas foi o que aconteceu. Foi isso que a primeira marcha fez.

– Não foi cem por cento e não foi a marcha (…)

– Mas foi uma ditadura que durou vinte anos, em que mulheres foram estupradas diante dos maridos…

– O senhor está olhando só o lado negativo (…)

Sem entender como pode haver algo positivo em um regime que torturava, estuprava e assassinava pessoas, troco mais algumas palavras de cortesia e me mando de perto de quem, talvez, fosse o mais maluco, ali…

É isto aí!

sábado, 22 de março de 2014

Plutão e a gentalha branquinha, cheirosa e morta.


Não vou perder meu tempo defendendo a Dilma no caso da Petrobrás, por várias razões, mas as principais são a de que não ganho nada com isto e ela não precisa disto, por que só mesmo pessoas com altos interesses políticos em oposição idiota podem disseminar ódio com tanta violência em uma ação comercial plenamente documentada.

Fazendo um parêntese, outro dia li em um blog que acompanho eventualmente (que posso indicar aos que tiverem a curiosidade), o seu proprietário desdenhando de páginas insignificantes como a minha, com apenas cem acessos diários, em média. Afinal seu blog tem vinte mil acessos diários, e tem lá algumas remotas e pequenas coisas boas, e isto reconheço, mas tem vários problemas de ordem psiquiátrica.

Seu dono tem paixão pelos extremistas da direita e mente descaradamente quando quer falar do governo federal. Posiciona-se como um blog cristão do evangelho pleno e da verdade divina, cheio de boas intenções, mas odeia católicos, espíritas, muçulmanos, ateus, judeus, negros, desvalidos, inválidos, gays, lésbicas, etc., colocando-os todos em um só lado, subdividido em duas facções - tem os comunistas que são todos estes citados, mas que não aceitam a bondade do Tea Party da pátria amada, e tem os idiotas, que são todos os citados acima, mas que não são comunistas e não servem ao seu deusinho de merda. 

Os romanos também tinham lá seus deuses considerados da primeira divisão, e seus deusinhos de merda para justificar pecadinhos carnais, digamos assim. Um destes deusinhos foi escalado para estar em São Paulo nesta passeata - Marcha com um deusinho de merda pela liberdade das famílias brancas, lindas e ricas. Pela liberdade de roubarem, usurparem, condenarem, matarem, cheirarem, fumarem, alucinarem, em paz.

A simpática elite local que se julga branca (mesmo sabendo do nariz torcido do velho continente) acha lindo ter coisas high-tech, ser branquinho e engomadinho, com seus filhinhos fazendo uma brilhante carreira e aspirando maiores vôos. Para eles, o que estraga é esta gentalha, esta choldra mal cheirosa, desprezível e se achando no direito de ser alguma coisa na vida. Daí eu achar que esta marcha deve ser com o deusinho Plutão, o deus da morte para os romanos.

No mais, é isto aí!

sexta-feira, 21 de março de 2014

Sequoia 75 metros

Presidente é uma sequoia de 75 metros de altura e 8,2 metros de largura. Por volume estimado, ela é considerada a terceira maior árvore do mundo . Ela fica no Parque das Sequoias, na Califórnia, e essa foi a primeira vez que ela foi capturada inteira em uma foto só.


quarta-feira, 19 de março de 2014

O melhor amigo


Francisca Rebecca Martinni esperou a semana toda pela sexta-feira. Heitor Krafth Heins, seu amado, fiel e romântico namorado havia prometido uma balada inesquecível.

Naquela manhã saiu, comprou uma sandália nova, e depois do almoço partiu para o salão lotado, onde ficou quatro horas, entre cabelo, escova, pés e mãos.

Heitor Krafth Heins passou pontualmente às 21 horas, dirigindo seu impecável conversível preto. Trajava uma caríssima calça jeans, tênis top de linha, uma blusa de manga comprida de famosa estilista sobre uma tradicional camiseta branca de fios de algodão egipcio, além do seu Rolex de ouro..

Francisca Rebecca Martinni torceu seu delicado narizinho, mas ainda acreditava no amor e nos quatrocentos e oitenta reais que investira naquela saída com sua alma gêmea.

Heitor Krafth Heins sugeriu que fossem ao Rebolation Tutti, o mais famoso bar dançante da cidade, onde poderiam tomar alguma coisa, enquanto dava hora para irem ao Teatro Nacional assistir a uma famosa peça com atores de fama mundial, sucesso por cinco anos na Broadway. Em seguida, com ingressos adquiridos com seis meses de antecedência, rumariam para a Casa de Shows Four Hands,  onde a melhor banda de jazz do planeta Terra iria fazer apresentação única.

Mas algo deu errado naquela noite. Ao chegarem ao Rebolation Tutti, uma torrencial chuva de verão inundou todos os caminhos, inviabilizando quaisquer intenções de deslocamento. Como estavam bem acomodados por ali, resolveram ficar, pois era possível que ainda daria para assistir ao Jazz na Four Hands.

Nisto, passa pela mesa do casal apaixonadíssimo, fugindo da chuva, o Zezinho, amigo de infância de Heitor Krafth Heins, criados juntos na Vila Chapinha, naquele ambiente de pobreza familiar, até que o destino os separou pelos zeros a mais na conta bancária.

Heitor Krafth Heins o chama à mesa, apresenta Francisca Rebecca Martinni, e pedem uma rodada de vodka, o papo está bom outro drink, desta vez mais exótico, outro drink, mais um e bem, resumindo - Totó já estava dormindo no canto do sofá, e Chiquinha no colo de Zezinho iluminava a noite com seu sorriso radiante.

Zezinho levou Totó em casa e depois devolveu Chiquinha ao lar na tarde daquele sábado. Naquela noite Francisca Rebecca Martinni foi pedida em casamento pelo Heitor Krafth Heins, que nunca perguntou e nem quis saber.

É isto aí!


Menina danadinha


terça-feira, 18 de março de 2014

Um avião malaio no balaio


Penso, penso e penso. Retorno ao tema que já fazem onze dias de ocorrido. Um Boeing, senhoras e senhores, um imenso jato com 239 pessoas desapareceu em um dos trechos mais vigiados do planeta. Nada, nenhuma notícia a respeito do paradeiro do avião de bandeira malaia. Então, vai ver, não pode ser achado. Ora, direis, ouvir estrelas! Certo, perdeste o senso!*

Lembro de uma história ouvida na casa do meu avô, que creio, deve ser uma piada, apesar da seriedade com a qual foi dita, levando em conta que meu avô nunca contava anedotas. Acho que queria ensinar uma lição sobre a moral:

"Certa noite, um homem, com gestos de aflição, esta procurando nervosamente por alguma coisa, ao redor do único poste com luz da vila. Cidade pequena, todo mundo sabe de todo mundo, passa um compadre e pergunta para o amigo: 
 - O que você esta procurando ai, será que eu posso te ajudar? 
Daí o sujeito responde:
- Eu estou procurando as chaves da minha casa, que eu perdi. 
E quanto mais o tempo passava mais gente aparecia para ajudar o homem a procurar as chaves. Quando já tinha umas vinte e cinco pessoas ajudando na busca, uma delas dirige-se ate onde o desesperado cidadão está e pergunta:
- O senhor tem certeza que perdeu suas chaves foi aqui mesmo? 
E para espanto geral, o homem responde:
- Humm, veja bem, na verdade eu perdi as chaves no início da rua, na zona boêmia, mas como só tem luz daqui prá frente, eu resolvi começar a procurar onde estava mais claro."

Pois bem, saibam meus diletos amigos, que nada alcança voo abaixo do Equador, sem que o maior poderio bélico deste planeta não tenha conhecimento. É impossível o desaparecimento de uma aeronave controlada e monitorada em tempo integral, no solo e no ar, sem a ciência dos seus fabricantes e sem o aval do serviço de inteligência apache&sioux. Repito - é impossível!

Ontem, 18 de março, a Embaixada de Pequim na Malásia, divulgou oficialmente, através da Agência de Notícias Estatal Xinhua, que a investigação sobre os passageiros chineses no voo MH370 da Malaysia Airlines que desapareceu no último dia 8 não mostrou elementos que indiquem sua participação no desvio da aeronave ou em um atentado. (Eu não entendi o que a China quis dizer, ou entendi errado?)    

Ainda de acordo com a publicação, o governo chinês deu início a operações de busca em seu próprio território, em regiões situadas no corredor aéreo norte.   


OUVIR ESTRELAS - Olavo Bilac
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
(Poesias, Via-Láctea, 1888.)

É isto aí!

Odete, a bombeira de Ceilândia

Odete, a bombeira de Ceilândia, ligou bem cedo nesta quente terça-feira, na semana que encerra o verão. Havia na sua voz um escândalo prestes a ser declarado. Bem é verdade que Odete é o próprio escândalo, onde está, lá se encontra a situação de risco social.

A questão é que a moça, de boa índole, boa família, boa relação social e bio-psico-espiritual, tem uma filia enorme por incêndios. Adora um local quente, devastador e acalorado.

Mas desta vez a cena escaldante deu-se com uma amiga. Segundo Odete, Claudinha, a virgem prometida, confidenciou-lhe que ouviu de Jack_Line, que soube através de Kate_Off, que escutou de Mary_On, que recebeu a informação de Bella_Down, que afirmou que ao ter um envolvimento profissional com Linda_Power em uma sauna mista, uma estranha conversa entre duas pessoas ocultas pelo vapor denso do ambiente familiar, roubou-lhe a intensa relação profissional previamente acordada.

Bella_Down teria escutado uma sinistra conversa onde a moça falava entre lágrimas:

- Quem esta gentalha pensa que é? Quem este apedeuta imagina ser? Quem? Quem?

- Calma, moça, calma, está tudo planejado, já falamos sobre isto...

- Vochê não entende! A Bobabob bate e mente todo dia, a Fôia Morta bate e mente todo dia, a Óia a Mentira bate e mente toda semana e euzinha seduzo com meu toque virginal toda noitche e nada, não aconteche nada...

- Mas, querida, nossos amiguinhos da esquerda-destra garantiram que não vai ter copa, nós vamos fazer a passeata da Marcha com a Virgens por uma Pistola Dourada, vamos fabricar a história e denunciar a fraude das urnas, vamos mostrar que os cubanos são paraguaios falsificados...

- Vochê é muito inocentizinho! Já batemos nisto tudo, nas putas, nas pretas, nos pobres e nos pentelhos, mas eles apresentam números econômicos e dados de avanços sociais que nos humilham...

- Querida, vamos proibir o voto, e venceremos democraticamente, com apoio dos amigos ucranianos.

- Sherá? Como faremos istcho?

- Não sei, mas tem aí umas pessoas, entende, uns amigos dos amigos da turma de São Paulo que são bons nisto.

- Humm, vochê está se referindo ao P...

- Shhhh, não fala, não fala nada, por que é o nosso último grau de recurso.

- Schei, pode deixar, por que desta minha boquinha de biquinho sexy e sensual não sairá um pio...

É isto aí!



segunda-feira, 17 de março de 2014

O avião malaio



Como está todo mundo falando nisto, também vou dar meu palpite.

Há uma tensão imensa na Crimeia, mas o mundo todo volta-se para o desaparecimento de um avião com 239 pessoas a bordo. Algo como um truque de mágica para desviar o olhar enquanto as coisas acontecem? Não sei, mas nada pode ser descartado.

Como já li quase uma dezena de possibilidades, desde a desintegração total no ar, passando por portal do tempo, sequestro intergaláctico, etc., a mais plausível que achei foi a que trata do desvio de rota, feita por humanos. Para onde se dirigiu, não temos como saber ainda, mas o desvio poderia ter sido realizado de três formas: pelos pilotos à bordo; por sequestradores à bordo; por sequestradores por controle remoto.

A questão do desvio de rota é entender os motivos ou o motivo para que tenha ocorrido. Havia algo naquele avião que necessitava ser entregue sem passar pela alfândega chinesa. Tudo na vida tem um motivo, uma força que proporciona o ato e o fato posterior. Alguns acreditam que eram pessoas a bordo o objeto de interesse de grandes corporações, ou pelo que sabiam ou pelo que poderiam proporcionar.

Outros defendem a tese de que alguma carga complexa, preferencialmente uma de destruição em massa, poderia estar a bordo. Já alguns acreditam que o objeto desejado era a própria aeronave, o que acho pouco provável. Mas uma aeronave deste porte precisaria descer em um local de baixa densidade demográfica, com regime político ditatorial e sem imprensa. Um dos países com este perfil poderia ser, por exemplo, Myanmar.

Avançar mais pelo continente, é claro, seria muito arriscado, mas o que fazer com todas as pessoas a bordo? Dependendo dos interesses, neste momento já não estão mais entre nós, pois iriam expor ao risco o objetivo da operação. Como as potências ocidentais foram alijadas do processo inicial, aumentam as incertezas, pois se havia algo, não deveriam saber de imediato.

Mas se o avião apenas sofreu um pane geral, errou a rota e mergulhou nas profundezas do Oceano, todas as conspirações ficam encerradas, ou não?

É isto aí!

As coxas de Belinha



Este blogueiro não conhece a moça da foto, então resolveu dar-lhe um nome, de maneira que pudesse ficar íntimo da sua personagem. O objetivo aqui não é expô-la a uma situação vexatória, nem a menos promover uma exposição de carne na vitrine de um açougue midiático.

Mas ela é tão bonita, e tem pernas tão lindas que merecem minha atenção. Tem pernas definidas, coxas tangíveis e palpáveis, sem aquela coisa de malhação, musculação, etc. Tem uma feminilidade sedutora. Não está nua, não mostra os seios, e nem precisa. 

Nestes tempos de epidemia de pernas grossas saradas, com um novo padrão de beleza estabelecido por celebridades, eu acredito que estas mulheres têm sua beleza diminuída ao engrossarem as pernas por meio de exercícios físicos com apoio de técnicas nutricionais e farmacológicas. Na minha opinião, há uma masculinização do corpo, um sentido andrógino talvez, enfim, perde-se a graça da natureza feminina. 

Mulher pera, mulher melancia, mulher melão, mulher isto, mulher aquilo, prefiro ainda a maneira tradicional, simples assim - uma moça linda, natural, sem silicones, ao natural. Celulites? E daí? Estrias? E daí? Qual homem se importa com isto? Nenhum que eu saiba.

Nunca ouvi nenhum homem reclamar que não gosta de mulher com celulite - o que é um fato verídico - sem celulite, não é mulher. E viva as coxas da Belinha!

É isto aí! 


domingo, 16 de março de 2014

Contos da Feiticeira de Açucena


Contos da Feiticeira de Açucena
Parte I 
O drama da família

Conta a lenda, que lá pelas bandas de Açucena, no início do século passado, nos rincões de Minas Gerais, em uma pequena e pacata propriedade rural, moravam um casal e seus dois filhos. Tinham lá umas vaquinhas, umas cabritas, galinha, pato, cachorro e gato, mas o xodó dos meninos era Lindinalva, uma jumentinha adquirida pelo pai, de um grupo de ciganos acampados pelas bandas do Aramirim.

Lindinalva passou logo a ser praticamente uma pessoa da família, a filha mais velha do casal, a faz-tudo, sempre engraçadinha. Ia na rua sozinha e esperava o padeiro colocar os pães no balaio, passava na venda, onde o quitandeiro pegava a lista e colocava as solicitações, e assim passava pela cidade e retornava para os afazeres domésticos.

Um dia, enquanto arrumava a cozinha do almoço, Dona Juracy ouviu um urro estranho, largou as vasilhas na bica, enxugou as mãos apressadamente no pano amarrado ao vestido como um avental, olhou pela janela e viu que a Lindinalva, que seu marido adquiriu com tanto sacrifício e com muito orgulho, estava caída no curral.

Dona Juracy ficou desesperada. Correu para ver o que havia ocorrido, tropeçou, caiu, batendo com a cabeça em uma das pedras que haviam no caminho e desmaiou, deixando uma poça de sangue ao redor da ferida aberta na fronte. Seu Juventino, ao ouvir os gritos da esposa, desceu em desembalada carreira do pasto onde estava, e também tropeçou, rolou ribanceira abaixo, e ficou desacordado.

Joãozinho e Juquinha correram para socorrer a mãe. A carregaram até a cama, e foram buscar o pai, que também foi colocado desacordado ao lado da esposa. Joãozinho, ao perceber que poderia perder os pais, desmaiou ali mesmo, sem forças para reagir.

E agora, pensou Juquinha, como iriam alimentar a família, quem carregaria a lenha, mandioca, etc. se até o pai, tão forte, estava doente? Enorme drama familiar....

Parte II
Os ciganos

O filho mais velho não tendo a quem recorrer, tomou uma decisão: foi até o acampamento dos ciganos para buscar ajuda. Quando lá chegou, foi bem recebido e explicou a tragédia familiar. Ouviram tudo com muita atenção, pensaram muito, conversaram em um dialeto estranho para Juquinha e um que parecia o mais velho respondeu que nada poderia fazer naquele momento, mas que ele procurasse uma mulher que morava mais acima, com poderes de cura e visão, pois ela tinha sido a dona anterior da jumentinha e saberia como resolver toda esta tragédia, pois parecia que existia uma relação entre as partes envolvidas.

Juquinha, num misto medo e necessidade, foi ao encontro dela, cujas histórias de bruxaria assombravam a todos do lugarejo. Nunca a tinha visto, mas só de saber que estava indo ao seu refúgio, o pânico o assombrava.

Por muitas noites ficou sem dormir, ao escutar as histórias que contavam sobre aquela misteriosa mulher. Uns diziam que era uma fera em corpo humano, outros que era uma bruxa com mais de trezentos anos, capaz das maiores crueldades.

Parte III
A Feiticeira de Açucena

Juquinha, aterrorizado, seguiu pelo campo, sempre à noroeste, conforme informado pelo cigano. Passou por longos trechos de mata, ouviu barulhos estranhos, sentiu estar sendo seguido, teve medo, desespero e tremores.

Depois de seis horas de caminhada, teve a impressão de ver Lindinalva no pasto logo abaixo de sua rota. Desceu a íngreme encosta, mas a medida que descia, a imagem desaparecia e se tornava uma mulher.

Ao se aproximar de um casebre antigo, sentada nua, com estranho chapéu e um imenso colar de pérolas à mão, uma mulher com olhar longínquo estava a esperá-lo, sem olhar para seu rosto.

Olá Juquinha, antecipou a feiticeira, com uma voz enebriante. Eu sei o que aconteceu com a sua família... mas se você aceitar casar comigo, eu trago todo mundo de volta.

Juquinha hesitou, ficou ali meio abobado, sentindo uma coisa estranha em si, um conflito entre a confiança e a fuga. Uma mulher estranha, antes mesmo de dizer algo, chamou-o pelo nome e revelou o motivo da sua vinda. Quem era ela? Como só podia ser ela? Pensou, sem tirar os olhos de seu belo corpo nu.

- Olha aqui rapazinho, se você casar comigo, será bom para todos. Resolva logo. 

- Casar? Como assim casar?

- Sim, casar, você topa?

- Juquinha pensou, pensou, não tinha nada a perder. Sim senhora, eu topo.... mas desde que você cumpra a sua parte antes...                                       

- Que assim seja, mas antes você terá que saber meu segredo.

- Segredo? Qual segredo?

- Eu sou a Lindinalva, e fiz tudo isto acontecer para que você viesse até mim, por que você, Juquinha, é jurado a mim! Você  preencheu todo o meu imenso vazio interior!!!! Você é meu, Juquinha... entendeu??? M!!!eu

- Juquinha voltou para casa montado em Lindinalva, e viu que estavam todos bem. Pediu bençãos aos pais, despediu do irmão e partiram felizes para sempre.

É isto aí!

sábado, 15 de março de 2014

Odete, Doutora em Resposta Sensorial Meridiana Autônoma

Odete, Doutora em Resposta Sensorial Meridiana Autônoma pela UNP de Brasília, telefonou-me em momento de extrema carência metafísica. 

Não tenho como negar a leve sensação de formigamento e relaxamento que sinto até o clímax do orgasmo cerebral solitário, estimulado pela moça, quando entoa seus mantras estimulantes, mas sempre há espaço para o diálogo.

- Escuta Doutora, só uma dúvida pós-orgasmo metafísico. 

- Diga, meu querido.

- Não seria UNB, a Universidade Nacional de Brasília?

- Menino, você não sabe de nada mesmo. UNB é para nerds, coxinhas e esforçados. Nós, meninas lindas, gostosas, sensuais, práticas, siliconadas, psicanalisadas e dominadoras fazemos a UNP, outro nível, sabe...  

- Ah! Agora entendi, achei que era apenas um erro ortográfico. Mas a que devo a honra, querida?

- Uau, para você é sempre de graça, amore, mas o objetivo é prepará-lo para o que vem por aí.

- Como assim? Será pior do que já veio?

- Bem, Jovelina escutou da prima de Francisquinha que ouviu da amiga de Geraldina, que soube pela namorada de Lolinha, que recebeu o recado da irmã de Tatianinha, que ouviu de Godofredo, engraxate da Rodoferroviária de Brasília, que algumas coisas acontecerão, e que devemos nos preparar.

- Sério?

- Bem, vamos aos fatos:

1 - O Negão apache, perdido em batalha campal nas estepes, revelará ao mundo que os seres extra-terrestres estão entre nós e vão assumir o comando estelar do planeta.

2 - Entre os dia 20 e 21 de março algo acontecerá que surpreenderá a todos, menos os que não se surpreendem com qualquer coisa.

3 - Outro avião será dado como desaparecido, mas no final todos saberão que estão todos no Paraguay, a nossa querida república guarany, terra da deusa Larissa Riquelme.

- Meu Deus, Odete, você me lembra daquele homem famoso que sonha e escreve sempre que viu uma coisa acontecer, em uma surpreendente visão do amanhecer de ontem., o... o... como é mesmo o nome dele?

- Não diga, amore, não pronuncie - todos que duvidaram da sua capacidade mediúnica, sentiram na pele a maldição do Joaquim.

- Como assim Maldição do Joaquim?

- Simples, amore - baseia-se na lenda da loira do Laquet: "Não tenho prova cabal contra você – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. Qual literatura  A dos nazis, meu bem - a dos nazis ...

- Humm, espere, isto nos leva ao golpe na Ucrânia, onde o Negão apache bancou neo-nazistas e agora quer sair com ETs...

- Uau, amore, você sempre encantador após uma Resposta Sensorial Meridiana Autônoma.

- Mas Odete, se a coisa fecha, então todo mundo está com todo mundo?

- Teoria do Domínio de Fato, meu bem...

- Então tudo saiu ...

- Não fala, não fala... isto, vamos a uma nova sessão, amore, porque você está tenso.

- Uau, isto é melhor do que as cartilhas de Catecismo do Carlos Zéfiro.

- Não para, não para, não pa...ra...

- Ai, Odete!

É isto aí!