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| Chris Sevla |
quarta-feira, 31 de maio de 2017
O que sua mãe acha disso?
Playing For Change - Stand By Me
Somewhere over the Rainbow
segunda-feira, 29 de maio de 2017
Os Estatutos do Homem (Thiago de Mello)
(Ato Institucional Permanente)
(dedicado a Carlos Heitor Cony)
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Santiago do Chile, abril de 1964
Templo da Sacra Verità dos Homens de Bem
Hanine - Arabia
domingo, 28 de maio de 2017
Gemidos e absurdos a dois
A moça era simples
parturientes de mimos
sexta-feira, 26 de maio de 2017
A poesia não se serve em pratos de balança | Pedro Lamares | TEDxOPorto
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Das moças que caminham por aí!
o pecado diário
Papo de Esquina XXXVII
segunda-feira, 22 de maio de 2017
A solidão onírica
Bebeu todas as garrafas que restaram. Nem eram tantas, mas sozinho fez virarem uma tentativa de coma alcoólico. Deitou sobre o catre que restou da separação. Por sobre ele um edredom surrado que encontrou no piso da cozinha. Como travesseiro uma jaqueta jeans muito desgastada e como coberta um fino lençol de fibra sintética.
sábado, 20 de maio de 2017
Prince Igor (Ópera de Aleksandr Borodin)
Fonte: Jornal GGN
Dica da Fonte: Itárcio Poeta Ferreira
Carta a Jesus, o Cristo.
Eu não estou cristão
pois fui forjado no teu amor.
Que minha vida
Tão pequena, tão modesta
Seja tua, Senhor
Hoje e sempre!
Olhai, Senhor,
para os pobres
os negros, os índios,
Acolhe, Senhor,
os desvalidos,
os desprotegidos
os carentes de humanidade.
Permiti, Senhor,
a redenção dos miseráveis
a cura dos desvalidos,
a saciedade da fome
Teu Corpo me alimenta
Teu Sangue me lava
Transforma-me Senhor
Em ferramenta Tua.
Glorifico, Senhor,
Tua paciência comigo
Tua perseverança
Teu amor eterno.
Transforma, Senhor,
a minha vida, a minha família,
a minha cidade, o meu país.
Vinde, Senhor Jesus!
É isto aí, Jesus!
Cronologia narrativa dos últimos 3 anos. (Fernando Horta)
Este texto não é meu
Copiei e colei (sem delação premiada)
Autor Fernando Horta
Fonte Esquerda Caviar
Fonte Fernando Horta Facebook
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Tempos estranhos
domingo, 14 de maio de 2017
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino. (Henfil)
Este texto não é meu
Copiei e colei
Autor - Henfil
Fonte - Pensador
É isto aí!
Nenhuma mágoa
Sério? Não outro jeito não?
Tem não - semivogal quando cola em vogal forte não larga nem para ir ao banheiro. Só sai dela se romper o vínculo.
Puxa vida ... já que não tem como resolver de outra maneira, vou seguir seu conselho gramatical.
Isso, faça e verá que tem umas semivogais por aí que apesar de serem fraquinhas fraquinhas, pelo amor de Deus, ninguém merece ...
É mesmo, não é? Tenho que escolher melhor as palavras, cada uma tem seu poder, sua magia. Vou cuidar disto, pode deixar ...
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Notas do dia!
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| Debret |
Pois cá na colônia, neste imenso Portugal, o gigante está desacordado, em coma, sem vergonha e com seu amaldiçoado complexo de viralatas, afinal nunca seremos bons os suficientes, só para começar falamos o português, um idioma esquisito, difícil e desconhecido do mundo dos homens de bem que governam com carinho, dedicação cristã e ternura o mundo civilizado.
Além disto, o UOL divulgou hoje que o grande sucesso da loira Angélica - Vou de Táxi nada mais é do que uma ode à masturbação feminina - com certeza uma geração inteira, entre 30 e 40 anos está totalmente desconsolada por não ter entendido isto deste jeito naquela época.
Além da língua portuguesa, aqui não tem neve - que horror!
Além de não ter neve, aqui não tem educação, que coisa pavorosa!
Falado em não ter educação, o mestre dos mestres nomeado pelo Temerário, o Velho, como embaixador da Educação do Brasil foi denunciado por falsificação grosseira de diploma de curso superior. Que coisa, hem!
Além de não ter educação, aqui não tem cultura, que coisa horrorosa!
Já que estamos sobrenadando em Cultura, claro, uma das primeiras coisas que um sistema opressor tenta romper é com a Cultura, só para inserir novas coisas, digamos assim. Por isto São Paulo e Rio passam por uma devassa neste quesito.
Além de não ter cultura, aqui não tem uma segunda língua oficial de origem anglo-saxônica. Que nojo, menos de 1% desta população mestiça e nativa entende plenamente o que os homens de bem falam e escrevem!
O jeito é devolver tudo para os índios e irmos embora para ... para ... mas espera, tem uma coisa errada nestas convicções ... a língua é minha pátria como afirmou Fernando Pessoa, então, hummm, pense, pense, pense ...
Escadarias
quarta-feira, 10 de maio de 2017
A renúncia é a libertação. Não querer é poder.
Este texto não é meu
Copiei e colei
Autor - Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
Fonte - Arquivo Pessoa
terça-feira, 9 de maio de 2017
As convicções e as falácias do espantalho escocês
Quando vejo Gilmar falando de Rodrigo, sei muito mais de Gilmar do que de Rodrigo, o que não quer dizer que nada sei sobre Rodrigo, afinal a cônjuge de um nada na mesma água limpa da filha do outro, sem conflitos - apenas interesses.
Mas se Michel não fala de ninguém, com ninguém e para alguém, além de ditar a dura pena sobre o lombo, sugere a vã percepção que de tanto mudar para lá e para cá, agora mora abaixo ou acima do muro onde moro no mundo triste.
Mas tudo isto só se sustenta e sobrevive do que Eduardo plantou, a TVOtários regou, os patos amarelos adubaram e o pupilo Azteca Montezuma Maia golpeia com a foice e o martelo da sua mão sem ser a esquerda ou a direita, a mão ... a mão ... pois é!
Logo, a convicção é falsa, mas isto não vem ao caso. O importante é o triplofalo com Johnplex. O cidadão vai ter que provar que não tem um nem outro.
É isto aí!
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Me vuelves loco - Armando Manzanero
domingo, 7 de maio de 2017
Classificados do Amor
Foi um amor fiel enquanto durou, foi verdadeiro, íntimo e prazeroso, mas acabou a validade e não consegui reativar a chama que ardia diuturnamente entre nós.
Acabei concordando com ela e entendi que no meu caso só tem jeito se abrir mão do seu amor, então ela achou de ajudar a selecionar o comprador, por que amor não se prende.
Quem comprar há de ficar tão feliz quanto fui ao amar. Preço a combinar com o tempo, sem pressa. Aceito devolução, dou garantia e boas referências.
Tratar neste jornal sob o número 345AD.
É isto aí!
Amores ridículos
Mas isto é impossível!
Eu sei disto.
Então?!?!?!?!?!?
Eu te amo!
Defina amor e verá que eu não me enquadro.
Você é amor, meu amor, minha amada,
Meu, minha ... não existe posse no amor.
Está certo, ok, valeu!
Espera, espera, volta ...
Sim? Aceita o meu amor?
Depende ...
Depende do que?
Quem é Carminha? Não minta para mim.
Car car carminha? Não sei?
Só vou perguntar mais uma vez - quem é Carminha?
E por falar nisto, quem é Francis Howard?
Não mude de assunto. Eu perguntei primeiro ...
É isto aí!
sexta-feira, 5 de maio de 2017
Seu ódio é seu atestado de óbito
Odeia ricos?
Odeia brancos?
Odeia judeus?
Odeia o próximo?
este sentimento
é narcisicamente
humano.
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Versos no Luiz XV
Estava visitando os pais quando recebeu um telefonema que esperara, ansiosamente, vinte anos atrás. Lembrava-se da tensão do momento de embarcar naquela viagem que transformaria sua juventude no adulto em que se tornara. Ela não ligou, nunca escreveu e nunca mais retornou suas ligações.
Tinham acabado de se formar na faculdade: ele com uma proposta para trabalhar no Nordeste; ela com o desejo de ficar ali e revolucionar o mundo. O amor não conseguiu romper a barreira dos sonhos individuais, mas permaneceu no vácuo, guardado, à espera de um renascimento.
Depois disso, ele passou por um casamento que gerou uma filha e terminou num divórcio tempestuoso e pavoroso. Carregava consigo a marca estigmatizada do “nunca mais aquilo outra vez”. Mas aquele telefonema — a voz embargada, a saudade do que poderia ter dado certo se um tivesse cedido — conduziu-o ao destino. No trajeto, comprou rosas, vinho, chocolates finos, amêndoas e um CD do Chico César, para ouvir Por que você não vem morar comigo repetidas vezes até chegar. Sentia-se um adolescente. Como ela estava? Como estava sua vida, seu corpo, sua boca, sua alma? Perguntas guardadas por vinte anos.
Ela morava num condomínio, na última casa da última rua. Pequena, de madeira, com a grama maltratada à frente e uma cerca branca de ripas paralelas. Desceu com as compras. Esperou dar vinte horas, ensaiou o melhor sorriso e apertou a campainha — silêncio. Agradeceu por não ouvir cachorros latindo; não os suportava, tampouco gatos. Escutou passos arrastados em direção à porta. Quando ela abriu, revelou-se ali uma dor que jamais sentira.
A fraca luz da varanda iluminou uma mulher descabelada, de olhos vagos, tez ressecada, dentes amarelados pela nicotina, vestida com um pijama de flanela ensebado e imundo. Olharam-se. Ela o convidou a entrar com um movimento dos olhos e seguiu até o sofá, onde deixara o maço de cigarros. Além do cheiro insuportável da casa, havia entre os dois um silêncio tão pavoroso quanto deprimente.
Copos e xícaras espalhados, com tocos de cigarro, cinzas e restos de café, perdiam-se pelos cantos. Tateou a parede até encontrar o interruptor e pôde, pela primeira vez, observá-la com calma. Sentiu um misto de pena, raiva, insegurança e medo.
Sem conseguir pensar, fez o que lhe pareceu a mais estúpida das propostas:
— Venha, vou te dar um banho.
Ela sorriu, deu-lhe a mão para levantar-se e indicou o caminho com o queixo. O banheiro estava pior que a sala: vaso entupido, pia represada com cabelos, chão horroroso e um odor impiedoso. Abriu a basculante, testou o chuveiro — água quente. Procurou um sabonete; ela indicou a cômoda com um leve gesto. Tirou a própria roupa, a dela, e colocou-a sob a água. Ela tremeu, agitou-se, tentou sair, mas foi se acalmando. Lavou-lhe os cabelos, ensaboou todo o corpo, escovou-lhe os dentes. Nem lembrou que ali estava uma mulher — a mulher de sua vida. Precisava fazer aquilo, pensou.
Perguntou pela toalha. Ela apontou para o quarto ao lado. Fez sinal para que esperasse, entrou no aposento — também ensebado, com chão pegajoso, cheiro de bolor e roupas espalhadas por toda parte. Abriu a janela, encontrou uma toalha limpa e voltou. Colocou outra toalha sobre uma poltrona gasta, manchada de mofo.
Sentou-a ali, reuniu as roupas espalhadas e colocou-as sobre a colcha imunda da cama. Fez uma trouxa e a deixou do lado de fora. Arrumou a cama, buscou uma roupa limpa, perguntou por uma calcinha; ela negou com o indicador. Vestiu-lhe um pijama comprido, verde-claro, com estampas florais. Secou-lhe os cabelos com um secador esquecido no banheiro, enxugou-lhe os pés e deitou-a em lençóis e fronhas limpas.
Mal a deitou, ela o olhou no fundo da alma, bocejou, acariciou-lhe a nuca — como sempre fizera no passado —, fechou os olhos e dormiu.
Foi até a área externa, pegou um balde e um pano seco e voltou ao quarto. Tentou minimizar a poeira e a sujeira. Limpou o aposento, retirou todas as roupas do guarda-roupa e jogou-as pela janela. Recolheu copos, xícaras, pratos e talheres espalhados e levou tudo à cozinha.
Pegou a caixa de ferramentas na garagem, voltou ao banheiro, desentupiu ralo e vaso, trocou a bucha da torneira, reduziu o caos e o lodo dos azulejos. O outro quarto estava vazio, sem sinais de uso. Abriu a janela e passou um pano úmido no chão. A sala, aos poucos, ganhou ares de limpeza. O cheiro de mofo, vômito, cigarro, comida velha e café azedo cedeu lugar ao ar fresco da noite — exceto pelas cortinas pesadas e pelo tecido do sofá, que deixaria para outro momento.
A cozinha era tão caótica quanto o resto da casa. Ensacou o lixo disperso e levou para fora. A geladeira continha apenas alimentos estragados, abertos ou vencidos — tudo foi descartado. O fogão, em estado lamentável, foi lavado com água e detergente, assim como os armários, esvaziados sem exceção.
Saiu para a área externa e levou roupas, toalhas e lençóis para a pequena lavanderia. Não havia sabão; deixou-os ali. O dia amanhecia quando se deu conta de que aquilo era uma loucura. Resolveu voltar ao quarto, acordá-la, pedir uma explicação, entender o que acontecera.
Chamou-a pelo nome uma, duas, três vezes, até que um pensamento congelou sua existência. Ela parecia… não, não era possível. Aproximou-se devagar, trêmulo, tocou-lhe o braço imóvel. Sim. O que temia havia ocorrido.
Chamou a ambulância. Constataram o inenarrável. O serviço funerário levou o corpo onde habitara o amor. Quando a ciranda terminou e a roda-viva retomou o giro da vida, deu-se conta da tragédia.
Voltou ao quarto, sentou-se na cama e chorou até não conseguir mais. Ao abrir a primeira gaveta do criado-mudo, encontrou um papel de cigarro Luiz XV, plastificado, cuidadosamente guardado. Nele, escrevera versos juvenis de amor eterno e prometera cuidar dela até o fim dos seus dias.
terça-feira, 2 de maio de 2017
A história não perdoa os repetentes
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| Principais campos de concentração e extermínio nazistas na Europa ocupada. |























