quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Música para tocar em velório
Asmodeu França tinha o que se podia chamar de obsessão pela morte. Mas não exatamente da parte religiosa da morte separando corpo aqui e espírito partindo para outras moradas ali. Sua obstinação fitava o velório. Não perdia um sequer na cidade. Era uma figura esperada. Tinha declamações, orações, encomendas, rituais, etc., tudo adquirido com a experiência de anos observando o féretro.
Tomou o trem noturno para a capital onde chegou amanhecendo o dia. Passou na pensão do seu Teobaldo, conterrâneo e amigo de longa data da família. Explicou o interesse em visitar Agências Funerárias e o amigo ligou para um taxista que iria atendê-lo. Dentro do carro, de estalo, pediu para visitar o cemitério das celebridades e ricos, no que foi prontamente atendido.
Havia um velório de grande empresário regional. Lindo, tecnicamente perfeito, do ponto de vista de Asmodeu. Foi às lágrimas ao ver o esquife lardeado por 6 coroas de flores de orquídeas, com alças de bronze, forro aveludado em tom azul marinho clássico. No lado de fora músicos tocavam uma seleção previamente escolhida pelo falecido e buffet do mais alto nível no salão anexo.
Quase morreu de tanta felicidade ao ver um enterro exatamente igual ao que desejava para si. Voltou para casa deslumbrado. Anotou detalhes, endereços, contatos, enfim, criou uma condição excepcional para realizar seu desejo de morrer com dignidade.
Passados alguns anos, adoeceu e a situação foi se agravando até ver que não teria saída, senão viver seu sonho dourado. Pediu à filha a relação dos contatos, e fez as ligações já orçando e encomendando a urna, as flores, o buffet, mas ao contatar a banda, lembrou que nunca havia pensado nas músicas que queria que fosse tocadas no funeral.
Quase morreu de aflição. Como pode ter esquecido as músicas? Esta revolta superou quatro enfartes agudos, duas pontes safena, três acidentes vasculares no cérebro, uma nefrite em cada rim, e por fim uma pancreatite gravíssima. Tudo isto nos dez anos que ficou para escolher as músicas. Queria um Strauss, depois pensava se não seria melhor Wagner, mas aí achava muito violento, migrou pelas óperas clássicas e quando o tempo chegou partiu sem conseguir definir.
Raimundinho, o maior sem caráter do município, que reza a lenda, conheceu biblicamente todas as mulheres da cidade, bem como bebeu, cheirou e se lambuzou de tudo que podia, colocou um potente carro de som na porta do Clube do Salão Literário e Cultural, exclusivo da elite do município e mandou ver o melhor do Calcinha Preta.
Não teve quem se segurou no velório. A cidade dançou até amanhecer o dia, comendo e bebendo do bom e do melhor, sem parar. Na hora de baixar o caixão na sepultura, Rosinha, que segundo as malvadas de plantão, era um caso secreto do falecido, pediu para abrirem a urna. A família protestou ferozmente, os amigos apoiaram a moça e aí a briga deu-se sem fim. Foi pancada para tudo quanto é lado, até que Diógenes de Brito, delegado calça curta, sacou sua cano serrado, deu um tirambaço para cima e aos berros mandou pararem com aquela zona.
Ele mesmo abriu a tampa e cadê o Asmodeu? Dentro da urna lacrada o bilhete - "é ruim, hem!"
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Como transformar seus sonhos em projetos - Padre Léo
Fonte da imagem: Padre Leo - Padre Léo/ Foto: Arquivo – Canção Nova
1. Padre Leo
Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, SCJ, mais conhecido como Padre Léo, nasceu em Delfim Moreira (MG), em 9 de outubro de 1961 e faleceu em São Paulo (SP), em 4 de janeiro de 2007.
Era conhecido nacionalmente por suas pregações bem humoradas e intensas, sempre com uma mensagem relevante e voltada à realidade do cotidiano das pessoas.
2. Foi um Padre Dehoniano
Muita gente não sabia, mas ele foi um sacerdote da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Era cantor, compositor, apresentador, pregador e escritor, assim como os seus confrades de congregação, Padre Zezinho, Padre Fábio de Melo (hoje, diocesano) e Padre Joãozinho.
3. Fazia parte da RCC
Ele entrou para a Renovação Carismática Católica (RCC) em 1983. Frequentemente participava de eventos televisionados. Nestes eventos, ganhou popularidade pela intensidade de suas palavras.
4. Fundou a Comunidade Bethânia
Em 12 de outubro de 1995, fundou a Comunidade Bethânia, que tem como objetivo acolher e oferecer tratamento a dependentes químicos, alcoólatras e portadores do vírus HIV, além de menores abandonados.
5. Falecimento
Em abril de 2006, Padre Léo começou um tratamento contra um câncer no sistema linfático (linfoma). Em 4 de janeiro de 2007, morreu no Hospital das Clínicas em São Paulo, de infecção generalizada em consequência do câncer.
Menos de um mês antes, fez uma de suas pregações mais admiradas pelos católicos no evento “Hosana Brasil”. Fraco e debilitado, ele passou a mensagem "Buscai as coisas do Alto" e buscou forças, tocou os mais profundos sentimentos dos católicos, naquele evento que seria o seu último e talvez mais marcante.
6.Processo de beatificação
Em 8 de dezembro de 2019, durante o 'Hosana Brasil', exatamente 13 anos após sua última pregação, foi anunciada a data de abertura de seu processo de beatificação. A notícia foi anunciada pelo fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib.
Em 7 de março de 2020, celebrou-se a abertura do processo de beatificação e a elevação dele a Servo de Deus.
Fonte do Texto: Redação A12 / 04 JAN 2022
Fonte do vídeo Youtube: Canção Nova Play
Nesta Pregação, Padre Léo, vai nos ensinar os meios que precisamos, para que possamos transformar nossos sonhos em projetos, por que não adianta ter na mente sonhos, se não procuramos coloca-los em prática, através dos projetos que Deus tem para cada um de nós que somos seus filhos.
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domingo, 10 de janeiro de 2016
Sertaneja (René Bittencourt/1939)
No vídeo publicado abaixo (Sr. Brasil) Rolando Boldrin recebe o cantor Lula Barbosa (São Paulo - SP) que canta "Sertaneja" (René Bittencourt). Músicos Acompanhantes: Mario Lúcio (clarinete), Orlando Aldasi (cavaquinho), Pratinha (bandolim e flauta), Ventura Ramirez (violão 7 cordas).
Essa canção de René Bittencourt (1917-1979) foi seu primeiro sucesso como compositor, tendo sido gravada pela primeira vez por Orlando Silva na R. C. A. Victor, em 1939.
De uma simplicidade comovente, este bucólico canto de amor à mulher sertaneja seria uma das composições mais cantadas em todo o Brasil nos anos seguintes ao seu lançamento, em julho de 1939.
Todo amador com pretensões a se tornar um novo "cantor das multidões", inscrevia-se num programa de calouros (que na época vivia o auge da popularidade) para cantar: "Sertaneja se eu pudesse / se Papai do Céu me desse / o espaço pra voar / eu corria a natureza / acabava com a tristeza / só pra não te ver chorar...".
Incluída entre os maiores sucessos de Orlando Silva, "Sertaneja" seria superada em popularidade apenas por três ou quatro canções de seu repertório, como "Carinhoso" e "Lábios Que Beijei". Curiosamente, seu autor, o compositor, jornalista e empresário artístico, René Bittencourt, não era do sertão, tendo nascido na Ilha de Paquetá e vivido no Rio de Janeiro.
René Bittencourt Costa (Paquetá, 23 de dezembro de 1907 — Rio de Janeiro, 21 de novembro de 1979) foi um compositor, jornalista e empresário artístico brasileiro.
Foi membro da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), atuando no conselho deliberativo e também nas suas comissões de finanças e repertório.
SERTANEJA
(Renê Bittencourt)
Sertaneja se eu pudesse
se papai do céu me desse
O espaço pra voar
eu corria a natureza
acabava com a tristeza
Só pra não te ver chorar
Na ilusão desse poema
eu roubava um diadema
lá no céu pra te ofertar
e onde a fonte rumoreja
eu erguia a tua igreja
e dentro dela o teu altar
Sertaneja, por que choras quando eu canto
Sertaneja, se este canto é todo teu
Sertaneja, pra secar os teus olhinhos
vai ouvir os passarinhos
que cantam mais do que eu
A tristeza do teu pranto
é mais triste quando eu canto
a canção que te escrevi
e os teus olhos neste instante
brilham mais que a mais brilhante
das estrelas que eu já vi
sertaneja eu vou embora
a saudade vem agora
alegria vem depois
vou subir por estas serras
construir lá N'outras terras
um ranchinho pra nós dois.
"Sertaneja" por Lula Barbosa - Sr. Brasil - 18/05/14
Fonte Youtube: Sr. Brasil
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Previsões para 2016 - 2ª parte

Eis que o Mago da Pitangueira, depois de consultas cósmicas complexas, inexplicáveis ao humano comum, nos presenteia com mais quatro signos zodiacais. Lembrem-se:
Os astros não mentem e não hortelam jamais
Touro (21/4 - 21/5)
Para você amiga, que nasceu touro, saiba que terá que aguentar as consequências de todas as suas virtudes e graciosidades. As moças do primeiro decanato irão brilhar mais que purpurina em baile de carnaval, as meninas do segundo decanato irão desabrochar feito rosas da primavera e as mulheres do terceiro decanato, hummm, os astros reservam tudo, incluindo o couvert artístico!
Ao entrarem na fase taurina, saibam que 2016 propiciará momentos importantes para resolver pendências emocionais (mas não com ex e nem pensar com ficantes) e materiais (renovação de empréstimos e aquisição de roupas). Profundas reflexões sobre o sentido e o significado de sua vida diante do espelho do salão e da boutique. Cuidado, Taurina, pois neste ano, sempre às vésperas de Lua Nova, um príncipe poderá proporcionar-lhe um momento de contemplação e de observação do novo filme que vai iniciar no Netflix.
Taurino, alea jacta est. Cuidado com o pasto seco, não critique o chifre alheio, e se for mojado, vá, seus pecados já estão perdoados. Este ano compensará toda a sua dor e angústia - você sairá do vermelho, pois o seu hollerite será online. Pare com a reclamação de que o capim do vizinho é sempre mais verde, pois ele também acha a sua vaca bem mais leiteira. Abra o olho, Taurino.
Gêmeos ( 22/5 - 21/6)
Para você, amiga, que é de Gêmeos, mais cedo do que imagina, terá apenas um e o outro será passado. Nunca saberá qual ficou ou qual foi, mas o que importa é que pague as contas e Paris todo ano, que é linda no outono.
Geminiana, este é o ano místico no qual buscará sabedoria, maturidade e maestria nas redes sociais, e isto fará de você uma pessoa melhor. Sua vida profissional poderá passar por uma desilusão, e então sentirá um forte chamado vocacional para fazer aquilo que está mais em sintonia com seus talentos e propósitos, ou seja, seguirá o caminho místico que a levará a ser rica e poderosa, sem ter que trabalhar.
Geminiano, a conjugação astral será desfavorável a alianças espúrias com seu outro eu. Prepara sua barraca, pois vai ficar na lona. Pare de reclamar da sua voz interior, pare de recusar o chamado da sua consciência, pare de evitar encontrar-se nos momentos mais graves da sua vida, que na realidade se resumem a umas tres coisinhas ridículas. Enfim, 2016 vai bater nos dois e só você vai sofrer.
Câncer (21/6 - 23/7)
Amiga canceriana, para você que nasceu neste signo, saiba que por ser dos signos mais românticos do zodíaco, este ano será propício, inesquecível e gozoso para fazer amor debaixo da chuva ou numa linda noite, tendo a lua como testemunha. Sua libido, sempre discreta aos olhos comuns da nossa sociedade, terá uma fogosidade implícita que será despertada com confiança e muito carinho.
As meninas do segundo decanato, experimentarão o nirvana quando sentirem segurança no par, poderão surpreender, soltando-se completamente. Segundo os astros, a canceriana terá exacerbadas as sua zonas erógenas, que implicam apenas e estritamente a cabeça, membros superiores, membros inferiores, tronco, e genitália.
As melhores horas para se entregarem ao príncipe encantado serão nas semanas de lua crescente, obedecendo ao horário inicial de 01h20, 03h39 e 14h40h, 16h19, 22h11.
Canceriano - para você que nasceu neste signo, saiba que em 2016 sua batata está assando. Seu cheque especial estará estourado até abril seu cartão de crédito será bloqueado até junho, sua sogra irá morar com vocês (levando os tres gatos e o papagaio) entre julho e agosto e a sua amante gostosona ficará grávida entre setembro e outubro.
Mas, canceriano, não se desanime, os astros revelam bons ventos a partir de novembro até o final do ano. Seja cauteloso, não esqueça das datas importantes da sua esposa e principalmente, não pergunte se ela engordou.
Leão (24/7 - 23/8)
Leonina, humm, que delícia de ano. Amiga, este é o seu ano - o ano da mulher leoa. Intensamente felina em seu rosto, nas suas ações, no seu andar, denota por toda parte graça, discrição, altivez e majestade . As amigas a invejam e os homens apreciam tudo o que realça seu porte de rainha, seu rebolado, seu andar felina.
Amiga leonina, a força está no seu beijo, querida. Para você do primeiro decanato Batom Louise da Chanel e para ficar cheirosa use Coco Mademoiselle.
Para você, exuberante e sensual leonina do segundo decanato Batom Red Hot da Guerlaine e duas gotas de La Vie Est Belle - Lancôme no pescoço e pulsos. Hummm!!!
E você, amiga leonina do terceiro decanato, use nesta boca ma-ra-vi-lho-sa um Punk Kryolan e para aumentar sua fragrância natural, J'Adore, da Dior.
Leonino, prepara-se pois o japonês da Federal vai te pegar. Chega de dar uma de leão da Metro, rugindo sentado e vai dar um jeito na vida. Banco, agência financeira, agiotas, leiteiro, padeiro, açougueiro, até o seu Zezinho do boteco não irão perdoar sua estranha mania protelatória. Isto sem falar no Leão, que te prenderá na malha fina. É, amigo leonino, melhor dar seu jeito.
É isto aí!
Prefiro as normais, reais e tangíveis
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Campanha DOVE |
Reflexões ao Pé da Pitangueira
Eu não vejo nenhum encanto naquela mocinha que ganhou uma fortuna para posar de amor para toda a vida ao lado de determinado ascendente (e bom) jogador de futebol. A empresa que detém os interesses da menina, e as marqueteiras de plantão, jogaram pesado com a mão de ferro sobre a lei e a ordem, colando a imagem de uma adolescente a um atleta que viria a ser um ícone do esporte bretão. Poucos anos antes, outra mocinha foi pega para posar supostamente casando em castelo com outro atleta do esporte bretão, que virou um fenômeno de mídia e também fenômeno de falar bobagens sem freio.
Para não ficar somente nestas magrelinha anoréxicas e esquálidas, lembrei de outra cuja existencia somente chegou ao meu conhecimento há poucos meses atrás. Uma tal de kimberlyl, que usa o nome de guerra de quimcardaçoian. Não é nenhuma diva, nem empolga, mas tem quem goste. Acho até que tem mais silicone que carne, mas é apenas uma impressão pessoal. E cá prá nós, carne turbinada com matéria plástica cheira a plágio.
Ainda falando de mulher, a Cacica Búlgara tem feito o possível para lavar a pátria amada de um bando nefasto de ladrões espúrios, safados, demagogos, beligerantes, e demoníacos. Não que ela seja uma Joana Darc, mas esta corja já deveria estar na lama há muito tempo. E o que faz a Casa Grande, a "grande imprensa", os formadores de opinião, como o Bostão Silva, Da Antena, o Rato Pequeno e outros? Batem na Cacica e poupam os bandidos. Diga-me com quem andas...
E terminando aqui, mas não parando, não assisti ainda ao Guerra nas Estrelas na nova versão. Mas li comentários de quem entende do assunto - a posição feminista da guerreira tem assombrado a classe metrossexual deste planeta. E viva a mulher, por que tem nada melhor no mundo.
É isto aí!
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Foi patética
Foi patética
Bebeu depressaFalou bobagens
Ficou disléxica
E disse assim:
Eu vou
Tu vais
Ele vai
Ela vai
Você vai
À puta
que te pariu
Como nota
tão patética
num copo
de vodka
Pega ela
porque vocês
são iguais
às histéricas
dançarinas
esqueléticas
do bordel
das meninas
simétricas
siliconadas
e coléricas.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Tipo assim Feliz Ano Novo
Este Blog agradece a todos que nos prestigiaram em 2015
Agradeço muito a cada de vocês que por aqui passearam neste ano.
Vamos entrar em 2016 daqui a pouco. Então, sorria!
É isto aí!
Agradeço muito a cada de vocês que por aqui passearam neste ano.
Vamos entrar em 2016 daqui a pouco. Então, sorria!
É isto aí!
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Previsões para 2016 1ª Parte
Mago da Pitangueira inicia hoje a tão esperada e infalível previsão para 2016, afinal os astros não mentem tanto assim!
Capricórnio (22/12 a 20/1)
Capricorniana, para você que abre o ano em Capricórnio, não se preocupe. Suas dívidas vencidas serão pagas por uma pessoa desconhecida, que baterá à sua porta e entregará todos os seus talões em aberto nas Casas Bahea e Magazinha Luiza, mas isto não é tudo. Esta pessoa tem ligação transcendental com a sua cara metade, seu par perfeito, seu amor eterno.
Capricorniano, sua batata está assando. Não olhe para os lados, não desça degraus em número ímpar, não pule três poças d'água seguidas, não atravesse no sinal amarelo, não atrase seus compromissos e sobretudo limpe os ouvidos e deixe de se fingir de surdo para viver.
Aquário (21/1 a 19/2)
Aquariana ... humm que delícia você de maiô. Sua vida vai mudar. Você vai ser a pessoa mais feliz da sua casa, a pessoa mais feliz da sua rua, a pessoa mais feliz do bairro. Prepare-se para desbloquear seu chip e ao quebrar o coco só você poderá arrebentar a sapucaia na Sapucaí, no Pelourinho ou Caratinga. Vá e seja feliz!
Aquariano, haja com cautela ao atravessar a rua, ao passar debaixo de uma escada, ao endossar um cheque, ao emprestar ao cunhado, ao não renovar o seguro total da casa, ao romper com aquele romance proibido. Abra os olhos, mas use colírio para não sofrer danos maiores na órbita.
Cuide do cabelo, das unhas, da pele e sobretudo da pessoa amada. Aquariano, você tem que acreditar que está no planeta Terra, mesmo que isto lhe custe acordar por algumas horas no decorrer do dia.
Peixes (20/2 a 20/3)
Pisciana, este período será de grandes realizações no campo místico, sexual, social, profissional, bestial e bagual. Veja o que dizem os números e eles não mentem jamais:
2016 = 2+0+1+6=9
20/02 + 20/03 = 9
Nove significa novo e, assim sendo, marca o final de um ciclo menstrual e o início de outro. Ao atingir o nove estará pronta para devolver ao universo alguma parte daquilo que se aprendeu através dos oito passos anteriores do ciclo. Uma vez que o nove é o último dígito simples, indica realização, perfeição e consecução, as sementes para novos inícios e o fundamento para futuro crescimento no ciclo seguinte ou mais elevado.
Período fértil para gravidez mental, uterina e esotérica.
Pisciano - Afogará suas mágoas num copo de bar, mas lembre-se do Chico, pois é sempre bom lembrar que um copo fica vazio, e vazio estará cheio de ar. E do ar se propagam as palavras e as palavras transformam pessoas e as pessoas te cobrarão todas promessas quando o copo estava cheio. Enfim, nasceu na água e viverá na água.
Áries (21/3 a 20/4)
Ariana, seja sempre assim, toda gostosa! Seu nome e sua deliciosa conjugação astral é derivada de "Arya", que significa Nobre/Nobreza em sânscrito. Você em 2016 se firmará como a linhagem mais pura do zodíaco, com salto alto, personalidade forte, objetivos claros e inteligencia superior às demais coleguinhas.
E você, ariano, pare de bater cabeça por aí. Evolua, meu filho, evolua. Ariano tem origem lá no Latim, arietare significava “bater, golpear com a cabeça”, e na antiguidade se usavam os aríetes, troncos que muitas vezes ostentavam uma cabeça de carneiro de bronze na extremidade, para bater nas portas de muralhas e pô-las abaixo. Como vê, isto não resolve muita coisa, enfim, faz muito barulho, todo mundo vê e você fica só com os cornos doloridos.
É isto aí!
Odeio o fato de você ser feliz
Parecia louca, mas ao mesmo tempo a achou tão sexy, semi-nua, jogando tudo pela janela do quarto, no andar superior do sobrado alugado por uma pechincha da viúva do português. O fim rápido do processo deu-se por que não possuíam muito o que jogar fora. Eram um para o outro o maior patrimônio e os móveis, da locadora, eram demasiadamente pesados, da época que peroba e jacarandá eram madeira comum.
Colocou agilmente um vestido de malha por cima de seu corpo divino, calçou uma rasteirinha comprada em Porto Seguro e desceu correndo a escada. Não demorou nem dois minutos, ainda sentado na beira da cama, a viu retornando em busca frenética pelo celular, bolsa, estojo de maquiagem e a caixinha de bijouterias. Só então desconfiou que a coisa era séria.
Do escritório tentou ligar, mas seu número estava bloqueado. Mandou e-mail e retornou como endereço inexistente, a conta do twitter foi desativada, bem como instagram, facebook, google+, enfim, desapareceu. Perguntou aqui e ali, contactou amigos comuns e nada de saber do paradeiro. Ao chegar em casa, sentou na poltrona, e ao ligar a TV, viu um bilhete colado no controle que dizia:
"Parti para nunca mais voltar por que odeio o fato de você ser feliz."
É isto aí!
Veveco, Panelas e Canelas (Milton Nascimento e Fernando Brant )
Eu não tenho compromisso,
eu sou biscateiro
Que leva a vida como um rio desce para o mar
Fluindo naturalmente como deve ser
Não tenho hora de partir,
nem hora de chegar
Hoje estou de bem com a vida,
estou no meu caminho
Respiro com mais energia o ar do meu país
Eu invento coisas e não paro de sonhar
Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar
Para quem não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece,
eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor
Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples,
boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher
E aqui a música, que ficou famosa na voz de Beto Guedes:
Basta clicar que abrirá no Youtube
domingo, 27 de dezembro de 2015
Eclesiastes 3, 1-8
![]() |
Micael Reynaud |
Eclesiastes, 3
1. Para tudo há um tempo,
para cada coisa há um momento debaixo dos céus:
2. tempo para nascer,
e tempo para morrer;
tempo para plantar,
e tempo para arrancar o que foi plantado;
3. tempo para matar,
e tempo para sarar;
tempo para demolir,
e tempo para construir;
4. tempo para chorar,
e tempo para rir;
tempo para gemer,
e tempo para dançar;
5. tempo para atirar pedras,
e tempo para ajuntá-las;
tempo para dar abraços,
e tempo para apartar-se.
6. Tempo para procurar,
e tempo para perder;
tempo para guardar,
e tempo para jogar fora;
7. tempo para rasgar,
e tempo para costurar;
tempo para calar,
e tempo para falar;
8. tempo para amar,
e tempo para odiar;
tempo para a guerra,
e tempo para a paz.
sábado, 26 de dezembro de 2015
Odete, a Eva do Planalto e a maçã do poder
É dezembro, ainda nem bem amanheceu o sábado da semana natalícia e meu Nokia original, único dono, modelo 2004, toca freneticamente. A voz rouca, macia e aveludada de Odete me desperta com o desejo de estar ali, ao seu lado, numa praia deserta da Bahia, como quase o fizemos na juventude.
Diz a lenda que Odete fazia um show privado para a alta corte do Paranoá, todas as quartas feiras, no climax das quartas em Brasília, após o fechamento das sessões, em seleto clube à beira do Lago, imitando famosa praia bahiana. Ali, entre movimentos sensuais e semblante cândido, as apostas eram altas entre os senis e poderosos senhores da nata do poder pelo direito de levá-la ao Eden, até que uma destas ateias desqualificadas, conjuge de um velhinho muito simpático, não entendeu a divindade do ato e destruiu o paraíso a tiros de escopeta com o cano serrado.
Odete!!! A que devo a honra da sua voz rouca nos meus ouvidos?
- Humm, amore, hoje queria estar aí do seu ladinho... hummm.
- Nossa!! Vem então, querida.
- Não posso amore, estou cunhando na frenesi do Planalto hummm... Central ... miau...
Cunhando? Como é isto, Odete?
- Então, amore? Sabe a Gildinha? Ela me confidenciou que ouviu do Geraldão, seu discreto cafetão de Planaltina, que soube pela Renatinha Frufru, que escutou num evento personal trainner que fez numa festinha privê dos servidores da sexta secretaria da quinta coluna do quarto nível do terceiro subdistrito do segundo anexo, que a moda agora em Brasília é ser Cunhã Poranga.
- Cunhã Poranga? isto não é expressão tupi para moça bonita?
- Então amore, aqui está uma loucura e então todo mundo fica cunhando e sendo cunhado, um cunha numa cunhã aqui, outra cunha outra cunhã ali, até a bola sete cair na caçapa, e o cacique sair ileso com as poções e rezas da pajé do Leblon, um índio maluco e doidão da tribo dos tupynambás.
- Mas e se as cunhãs não conseguirem cunhar o cacique e se nem o Pajé conseguir livrar os dois das maldições de Tupã?
- Então, amore, quem com cunha cunhã, com cunhã será cunhado e sabe como é, cunhado não é parente. Agora deixa de ser mané e vem fazer pajelança na sua cunhãzinha, vem, amore, vem...
- Uau, Odete, sua proposta me deixou muito excitado.. Odete.. alô ... mas que coisa, caiu o sinal de fumaça!
É isto aí!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Tédios e taras
Renato Aurélio, preciso aproveitar esta fase na qual você está sóbrio e dizer que precisamos discutir nossa relação. - disse a jovem esposa ao cansado executivo recém-chegado de uma maratona de reuniões e assembleias na empresa.
Acostumado a gerenciar conflitos na conturbada vida de negócios, sentou para experimentar aquela primeira convocação doméstica de disputa por espaço. Fala, Lili, o que a aflige, mas pode me chamar de Lelo, como sempre foi desde que nos conhecemos.
- Renato Aurélio...
Senta, Lili, sou todo ouvidos.
- Eu vou ficar em pé, não vê que estou nervosa? E fico como eu quiser ficar e te chamo pelo seu nome, afinal é este seu nome, não é? Re-na-to Au-ré-lio dos San-tos Pen-te-ado Gon-za-ga, e além disto, nunca me esquecerei que por causa do sobrenome da vaca da sua mãe, que você ficou exigindo que eu colocasse a merda do Penteado no meu nome e eu não aceitei, e desde então aquela vaca louca fica sempre falando que sou uma despenteadazinha.
Minha mãe é pauta desta conversa?
- Sua mãe não é pauta, sua mãe é um puta sem vergonha e sem caráter.
Muito bem, já definiu um processo, Vamos avançar e verificar as outras questões?
- A sua secretária. Ela se acha a ultima coca-cola do mundo, não é mesmo Renato Aurélio? Você não atende minhas ligações, daí ligo para a sua sala e aquela rapariga desqualificada, que deve dar para toda a diretoria, fala com aquela voz de traveco empanado - O Doutorrrr Rênáto não está - a senhora quer deixarrr um recado? Recado, Renato Aurélio? Recado? E eu sou lá mulher de recado?
- Bem, Lili, parece que estamos diante de idéias fixas, pré determinadas, imutáveis, que estão permitindo uma crescente tese de divergências, e com o agravante de que estes conflitos tendem a incomodar e à gerar tensão.
- Pode parar, Lelo, pode parar, eu não sou uma acionistazinha destas que você leva para jantar e depois vai fazer a digestão em motéis baratos. Eu sou sua esposa e não caio neste truque torpe de manipulação de processos para atenuar um conflito.
- Lili, o que mais tem para falar além das qualidades da minha mãe, das virtudes da minha secretária e do modus operandi com as acionistas da empresa?
- Eu poderia até falar da sua irmã, aquela vigarista que dá golpes baratos no comércio e nas instituições financeiras, mas ela está muito abaixo da minha percepção de crítica para servir como parâmetro. Também poderia dizer que encontrei na sua agenda o nome daquela delinquente que ousou pretender um dia estar no meu lugar, mas não falarei desta por que está gorda e desequilibrada mentalmente.
- Bem, Lili, pelo menos eliminamos dois pontos da pauta. Mais alguma coisa?
- Você, Renato Aurélio - você parou de beber. Agora só chega em casa bem cedo, sem cheiro de álcool, sem aquele ar nonsense, não fuma mais ... - quer saber? Você está muito estranho. Este é o ponto da nossa discussão. Você está sóbrio demais.
- Mas Lili?!?!?!? Onde você quer chegar com isto?
- Ai, Lelo, é que quando você bebe você é tão taradinho, tão maluquinho, mas quando você está sóbrio você é tão.. tão.. chato, sem graça faz as coisas tão sem sal, fica muito entediante, digamos assim ...
É isto aí!
Milagres e mistérios
Um milagre, um milagre, um milagre .. alô.. alguém do céu me escutando? Eu preciso de um milagre! E andava pra lá, e andava pra cá, e esfregava as mãos, e batia uma mão na outra, e esfregava o rosto - um milagre, só um milagresinho, vai, tem tanta gente aí que recebe milagre, uns até sem pedir, e eu só quero um, só um... um milagre... e ca-bum! De um flash de luz fez-se uma mulher, lindíssima, sensualíssima, vestida com uma elegante e transparente túnica lilás, além de um salto de 12 cm, que passou a fitá-lo em silêncio.
Passado o trauma inicial, olhou-a com mais calma. Era bem real, mas tinha consigo uma aura celestial infinda e uma beleza impoluta. Mas aquelas coxas torneadas, aqueles seios sedutores, aquela boca deliciosa, tudo junto e misturado, turvaram sua percepção. Pensava - pode ser uma vizinha pedindo açúcar ou café ou até um skank, ou quem sabe talvez queria apenas uma anfetaminazinha, sei lá.
Passado o trauma inicial, olhou-a com mais calma. Era bem real, mas tinha consigo uma aura celestial infinda e uma beleza impoluta. Mas aquelas coxas torneadas, aqueles seios sedutores, aquela boca deliciosa, tudo junto e misturado, turvaram sua percepção. Pensava - pode ser uma vizinha pedindo açúcar ou café ou até um skank, ou quem sabe talvez queria apenas uma anfetaminazinha, sei lá.
Aproximou-se, e tomado por súbita coragem diante de beleza tão sublime, iniciou um contato de terceiro grau educado.
- Olá, tudo bem? Meu nome é Arnaldo Lasagna, sei que vai fazer piada do nome, pode rir, mas é Lasagna no original, com "ele a esse a gê ene a". Os portugueses é que empobreceram o latim. Mas se quiser rir...
- Silêncio.
- Você entrou aqui tão de repente, está perdida? Precisa de alguma coisa? Deseja algo?
- Em profundo silêncio, ela o examina com as sobrancelhas levantadas, um leve e um discreto aceno com a cabeça.
- Sabe que você é linda?
- Em provocante silêncio, ela deixa transparecer movimentos inquietos nos lábios até chegar ao ponto de morder o lábio inferior delicada e deliciosamente.
- E além de linda é super sexy.
- Ainda num estarrecedor silêncio, ela apresenta as pupilas dilatadas, uma leve sudorese e começa a roçar os dedos das mãos.
- Pensando bem vou tirar a roupa, e daí a gente continua.
- Em total silêncio, seus olhos correm pelo corpo dele, suas narinas dilatam, e esboça um sorriso mais aconchegante.
- Pode ficar à vontade também, e se desejar, eu sirvo uma bebida.
- Posso pegar na sua mão? (Já pegando)
- Silêncio.
- Posso verificar a maciez das suas coxas? (Já apalpando)
- Silêncio.
- Posso .. ei, espera aí - como um anjo tem marca de vacina?
- Puta que o pariu, Arnaldinho, não pediu um milagre?
- Arnaldinho? Como assim?? Você sabe meu nome?
- Sei seu nome, sei da sua vida e sei de tudo que gosta, bem como das suas taras e delírios.
- Sério?
- Sério.
- Ah! Então pode ir de onde veio, sai... sai... xô...passa...
- Mas o que é isto, você queria um milagre - eu sou o seu milagre.
- Verdade, pedi um milagre mas não pedi que viesse como hacker de google.
É isto aí!
- Puta que o pariu, Arnaldinho, não pediu um milagre?
- Arnaldinho? Como assim?? Você sabe meu nome?
- Sei seu nome, sei da sua vida e sei de tudo que gosta, bem como das suas taras e delírios.
- Sério?
- Sério.
- Ah! Então pode ir de onde veio, sai... sai... xô...passa...
- Mas o que é isto, você queria um milagre - eu sou o seu milagre.
- Verdade, pedi um milagre mas não pedi que viesse como hacker de google.
É isto aí!
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Ex-amor
Conheceram-se numa roda de amigos e a partir disto nunca mais foram os mesmos. Enamoraram, amaram, se entregaram, coabitaram, riram, choraram, divertiram, até que se odiaram e foram girar em novas rodas de novos amigos.
Mas logo ele percebeu que havia nela uma magia, uma manifestação de sentimento que nunca soube explicar. E ela não conseguia alavancar um relacionamento que preenchesse o vazio da ruptura.
Bateram de frente, na porta do antigo ninho, ambos buscando conforto pelo luto da perda. Foi então que retornaram aos berros, aos gritos, aos beijos e às manhãs preguiçosas. Nunca mais, juraram, sairiam pelo mundo em busca da outra metade. Juras de amor ...
Com o passar do tempo, para ele, a volta foi como uma coisa normal, onde não havia aquela identificação, a obrigação da entrega total. Um dia comum, onde nada de especial poderia acontecer, num ato falho do qual se arrependeu até o fim dos tempos, disse - Eu não sei te amo!
Como?
Isto, eu não sei ...
Não terminou a frase e ela já havia partido, como um despertar abrupto de um sonho.
É isto aí!
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Odete, a escriba do Paranoá
Meu potente Nokia modelo original único dono há quase dez anos, tocou nesta madrugada, de maneira estridente e alarmante. Do outro lado da célula (por isto é um celular) estava Odete, a escriba do Paranoá.
Conta a lenda que Odete adorava escrever poemas eróticos no corpo dos visitantes, digamos assim, até que de certa feita, as pinceladas em prestigiado senador fizeram com que os versos fossem mal interpretados por terceiras (sic), gerando conflito de interesse entre as partes, promovendo então o epílogo precoce desta leitura corporal.
Conta a lenda que Odete adorava escrever poemas eróticos no corpo dos visitantes, digamos assim, até que de certa feita, as pinceladas em prestigiado senador fizeram com que os versos fossem mal interpretados por terceiras (sic), gerando conflito de interesse entre as partes, promovendo então o epílogo precoce desta leitura corporal.
- Olá amore!!!
- Odete, quanto tempo!!
- Quanto tempo, pois é, quanto tempo, como disse e me cantou Paulinho, mas liguei por que a missiva demoraria, sabe como é , amore, natal para o correio é muita coisa e as cartas não andam com a gente gostaria.
- Missiva? Odete, que recaída é esta?
- Então, amore, sabe aquela pistola, digo, epístola colocada á mostra pelo Lorde Voldemort Treme na calada da noite, supostamente para sua ex-amada e dedicada matrona? Então, segundo me garantiu a Jurema, ela ouviu do Justino, que escutou ao final da tarde, ao deleite com sua amante, a manicure Julinha, quando esta afirmou-lhe que o maridão, o delicado e frágil estafeta Juvenal segredou-lhe que soube pelo chefe de quarto escalão do sub-nível 12 do Congresso Nacional, que ouviu do 3° secretário da sétima secretaria do Plenário da Câmara, de que a pistola, digo, a epístola do ancião nada mais é do que uma declaração de amor à diva dos leitosos e insuspeitos cavalheiros da corte do panteão nacional.
- Mas quem é esta diva, Odete? Fala aí, que isto está ficando interessante.
- Ela é a tum-tum-tum-tum ...
- Caramba, parece que na hora que ia acontecer o golpe, a pistola falhou ... espera Odete, espera, volta, alô, alô.... me conta, Odete, alô ...
É isto aí!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
A morte do compadre
Compadre Ambrósio desejava a morte de uma forma quase impossível de se negar tê-la. Na verdade apaixonou-se por ela. Haviam se encontrado três vezes, em momentos que iam do trágico ao cômico. Ela sempre estava lá, o acalentava, embalava em suave brisa sob o véu da sua morbidez e o devolvia aos vivos.
E na noite que finalmente morreu, sorria tanto, que seus olhos brilhavam. Eram vinte e duas horas e dezesseis minutos. Deu que quando ela adentrou no humilde barracão de piso batido, achei-a também tão lindamente apaixonante que dei de querer morrer ali mesmo, naquele instante.
Mas Oriosvaldina, uma galega nova que estava perdida na estrada e que encontrou abrigo na Boate da Nastácia, arrastou asa pro meu lado. Agradei da moça, de história pregressa triste, mas de mente e corpo divinos. Juntamos os trapos e deu que cadê de querer morrer tão cedo.
Desde então achei o céu por aqui mesmo, até por que, depois de certo tempo, com a cabeça no lugar, comecei a achar a Morte com mais cara de quenga do que tudo.
É isto aí!
Mar Português - Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)
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