sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Você me faz feliz!


Entrou na casa na esperança de encontrar ali sossego e paz. Tudo que encontrou foi dor, passado, tristeza e solidão. Mesmo assim entrou e fechou  a porta. Aquilo tinha que ser feito, pensou. Passou pela sala com móveis cobertos com lençóis velhos e remendados. Viu um quadro semi-coberto, na parede lateral,  que despertou a imagem de flores, vinho e alegria. A lágrima escorreu suave.

Na cozinha, copos e pratos no escorredor, a geladeira vazia e aberta, o fogão empoeirado e a dispensa vazia. Sentiu o cheiro de café, da carne ao alho, do macarrão da madrugada, dos beijos na beira do fogo. Aquilo tudo ardia feito brasa.

Voltou à sala, não teve coragem de entrar no quarto. As pernas travaram, a respiração ficou pesada, o ar denso, o suor gelado escorrendo pelo corpo tenso. Chorou em pé, a princípio discretamente, e aos poucos a musculatura foi permitindo chorar chorar chorar. Voltar foi um erro, balbuciou. Voltar foi aceitar que errei em tempo integral.

Na parede um retrato onde sorriem para o infinito. Ela tão linda. Desejou ardentemente entrar na fotografia. Resolveu caminhar em sua direção e enquanto andava, a realidade transmutava para a foto, para o dia que sorriram para o infinito. Agora eram os dois novamente, dentro de um tempo paralelo.

Acordou com dificuldade de abrir os olhos. Voltou para o plano real, ou supostamente real. E ela veio junto, estava novamente em sua vida. Você me faz feliz, balbuciou para o retrato da parede da memória.

É isto aí!




quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A Chuva, o Vírus, a Bolsa, as contas do mês e o Mágico de Oz

O Mágico de Oz

Devemos considerar que o índice pluviométrico para Minas Gerais foi alto, sem dúvida. Mas a urbanização sem critérios promove a tragédia. Além disto, o péssimo estado de conservação de algumas obras aqui e ali saltam aos olhos.

Enquanto isto a bolsa de valores do mundo caiu por uma virose (rá rá rá). Nunca jamais foi e nunca jamais será possível para um vírus derrubar especulações de capital. E olha que é um vírus menos letal do que os quatro da Dengue, por exemplo. Quem tiver olhos, ouvidos e neurônios, que preste atenção, pois as contas vencem.

E as contas vencem mesmo, rindo ou chorando.

Mas espera, onde está o Mágico de Oz nesta história?

Segundo a BBC, existem mensagens subversivas ocultas no clássico filme, num anti-conto  de fadas sobre uma garota órfã e uma bruxa malvada. Basta olhar para o trio de desajustados que acompanha a heroína ao longo de sua viagem pela estrada de tijolos amarelos. Nenhum deles é o que você chamaria de um belo príncipe.

Fazendo uma leitura geral, a mensagem principal é que as pessoas vão seguir qualquer figura de autoridade que cause impacto, por mais indigna que seja. É ou não é uma ideia subversiva em 2020? esta BBC ...

É isto aí!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Something (George Harrison - Beatles)


Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

Somewhere in her smile, she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

Alguma coisa no jeito em que ela anda
Me atrai como nenhuma outra amante
Alguma coisa em seu jeito que me encanta

Eu não quero deixá-la agora
Você sabe o quanto eu acredito

Em algum lugar em seu sorriso, ela sabe
Que não preciso de nenhum outro amor
Algo em seu estilo me mostra

Eu não quero deixá-la agora
Você sabe o quanto eu acredito

Você está me perguntando se meu amor crescerá
Eu não sei, eu não sei
Acompanhe de perto e você verá
Eu não sei, eu não sei

Alguma coisa em seu jeito de saber
E tudo o que tenho que fazer é pensar nela
Algo naquilo que ela me mostra

Eu não quero deixá-la agora
Você sabe o quanto eu acredito

A Felicidade (Aristóteles - Filósofo Grego)

A felicidade tem, por conseguinte, as mesmas fronteiras que a contemplação, e os que estão na mais plena posse desta última são os mais genuinamente felizes, não como simples concomitante mas em virtude da própria contemplação, pois que esta é preciosa em si mesma. E assim, a felicidade deve ser alguma forma de contemplação.

Mas o homem feliz, como homem que é, também necessita de prosperidade exterior, porquanto a nossa natureza não basta a si mesma e para os fins da contemplação: nosso corpo também precisa de saúde, de ser alimentado e cuidado. Não se pense, todavia, que o homem para ser feliz necessite de muitas ou de grandes coisas, só porque não pode ser supramente feliz sem bens exteriores. A autossuficiência e a ação não implicam excesso, e podemos praticar atos nobres sem sermos donos da terra e do mar. Mesmo desfrutando vantagens bastante moderadas pode-se proceder virtuosamente […]. E é suficiente que tenhamos o necessário para isso, pois a vida do homem que age de acordo com a virtude será feliz.

[…]

E assim, as opiniões dos sábios parecem harmonizar-se com os nossos argumentos. Mas, embora essas coisas também tenham certo poder de convencer, a verdade em assuntos práticos percebe-se melhor pela observação dos fatos da vida, pois estes são o fator decisivo. Devemos, portanto, examinar o que já dissemos à luz desses fatos, e se estiver em harmonia com eles aceitá-lo-emos, mas se entrarem em conflito admitiremos que não passa de simples teoria.

Ora, quem exerce e cultiva a sua razão parece desfrutar ao mesmo tempo a melhor disposição de espírito e ser extremamente caro aos deuses. Porque, se os deuses se interessam pelos assuntos humanos como nós pensamos, tanto seria natural que se deleitassem naquilo que é melhor e mais afinidade tem com eles (isto é, a razão), como que recompensassem os que a amam e honram acima de todas as coisas, zelando por aquilo que lhes é caro e conduzindo-se com justiça e nobreza. Ora, é evidente que todos esses atributos pertencem mais que a ninguém ao filósofo. É ele, por conseguinte, de todos os homens o mais caro aos deuses. E será, presumivelmente, também o mais feliz. De sorte que também neste sentido o filósofo será o mais feliz dos homens…

ARISTÓTELES. Ética e Nicômaco. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. p. 231 – 232 (Os pensadores)

sábado, 18 de janeiro de 2020

A arte de ser feliz (Cecília Meireles)


Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual,
para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem,
para as gotas de água que caíam de seus dedos magros 
e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.

Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Preciso falar de Cecília Meireles:
Maior poetisa nacional, nasceu no Rio de Janeiro em 1901, onde faleceu em 1964.
Foi aluno de Olavo Bilac (que a homenageou) e Osório Duque Estrada

Cecília teve todos os obstáculos ruins que não a permitiriam seguir em frente, se não fosse iluminada e determinada:
- Seu pai faleceu apenas três meses antes do seu nascimento, em 1901
- Sua mãe faleceu quando tinha apenas três anos de idade.
- Com 21 anos casou-se com o artista plastico português, Fernando Correa Dias, que suicidou em 1935. Nesta fase, passou por graves problemas financeiros, principalmente por preconceito e perseguição política.
- Começou a ter destaque nacional e internacional a partir de 1940.
- Em 1962, no auge da carreira, foi diagnosticado um câncer estomacal que levou-a ao óbito dois anos mais tarde.

Se desejar saber mais sobre vida e obra da Cecília Meireles, leia aqui

Tem frases que são verdadeiros aforismos:

"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre".

 "em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar e nem me espantei por perder"




quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

O que aprendemos com os games?

God of War

Fonte: Anônimo
Corre na Rede há anos, com algumas variáveis

01 - A cada conquista feita, você ganha uma vida.
02 - Não existe fase impossível.
03 - Acredite nos sinais e na intuição.
04 - Existem momentos altos e momentos baixos
05 - Se algo te acertar, a culpa é sua.
06 - É errando que se aprende a jogar.
07 - Não precisa necessariamente atacar todo mundo para vencer.
08 - É usando a cabeça que derruba obstáculos e adiciona mais pontos.
09 - Existem muitos castelos, mas princesa só tem uma.
10 - Só existe um único objetivo.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Cartas sem fim


Tem dia que tudo que a gente precisa é tomar uma decisão certa, por que decisões erradas afloram por todos os poros. A Estatística afirma que em cada decisão temos 50% de chance de acerto, se formos muito otimistas ou 50% de possibilidade de erro, se formos bastante pessimistas. Mas isto funciona apenas para as coisas materiais. 

Para as coisas do coração, qualquer decisão estará sempre fadada ao desafio de não ter sido a melhor escolha. Não deveríamos manter uma análise matemática nestes casos, apesar de sempre acreditarmos (ou desejarmos acreditar) que um dos principais fatores limitantes na hora de fazer a escolha assertiva é ter excesso de possibilidades para avaliar e acharmos que uma decisão é apenas um ponto final.

Focar apenas nas opções essenciais que realmente são importantes e pertinentes ao que almejamos passam ao largo do sentimento natural de amar e ser amado. Além disso, o nível máximo do senso crítico e da sua capacidade para analisar a situação estará prejudicado pelos conflitos passionais, biológicos, espirituais e pelas leis divinas universais.

Neste caso, o melhor que poderíamos fazer seria validarmos a decisão, custe o que custar. Embora tenhamos a consciência de que a validação é um doloroso processo para assegurar que de fato tomamos a melhor decisão, a escolha do "sim ou do não" requer renúncia, abdicação ou troca, além das consequências naturais do ato. O complicador é que validar uma decisão sobre um processo de difícil controle é como manter o equilíbrio emocional num salto onde o paraquedas demora a abrir.

Por isso refletir sobre o que perdemos fazendo uma escolha é, sobretudo, obrigatório, apesar de massacrante. Não ter medo de falar com a parte envolvida e perguntar a si mesmo “Quais serão os efeitos imediatos e de longo prazo de minha decisão?” e/ou  “Todas as possibilidades foram consideradas?”.

A necessidade de se tomar uma decisão é resultado da necessidade de mudar. Se é preciso mudar, é fundamental estar disposto a sair da zona de conforto e ousar fazer algo diferente.  Portanto, a escolha só tem relevância se estiver acompanhada de ações, e talvez este seja o maior fator limitante para a maioria das pessoas. 

Sempre que possível, deveríamos fazer as seguintes perguntas ao nosso coração:
 - “Quais foram as razões que me levaram a tomar essa decisão?”,
- “Os motivos que a justificam são realmente importantes para mim?”,
- “De que modo esses fatores estão ligados ao meu estado desejado?” e
- “Quais os meios que criarei para produzir os resultados necessários?”.

Um conselho: Como são as decisões que tomamos sob forte impacto emocional aquelas que moldam o nosso destino, nada de respondermos a essas perguntas com pressa.


É isto aí!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Faxina na Alma (Carlos Drummond de Andrade)


Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo. Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado. Chorou muito? Foi limpeza da alma. Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos. Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora. Pois é… Agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo. Um corte de cabelo arrojado diferente, um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando… Tá se sentindo sozinho? Besteira, tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento".

Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga. Recomeçar… Hoje é um bom dia para começar novos desafios.

Onde você quer chegar? Alto? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor. Queira coisas boas para a vida. Pensando assim, trazemos prá nós aquilo que desejamos. Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos. Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental. Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao mundinho de coisas tristes. Fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados.

Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se, somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes, afinal de contas, nós somos o "Amor". Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Amor e Medo (Affonso Romano de Sant'Anna)


Estou te amando e não percebo,
porque, certo, tenho medo.
Estou te amando, sim, concedo,
mas te amando tanto
que nem a mim mesmo
revelo este segredo.



sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Ouro de Tolo (Raul Seixas)


Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na cidade maravilhosa
Ah eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso, abestalhado
Que eu estou decepcionado
Por que foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no jardim zoológico dar pipocas aos macacos
Ah, mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho
E se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
E que só usa 10% de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para nosso belo quadro social

Eu é que não me sento no trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Porque longe das cercas
Embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador


Autor: Raul Santos Seixas

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Bom 2020 (Valter Hugo Mãe) Presente de Amanda Machado


Amanda Machado (leia aqui esta matéria),  poetisa, contista e escritora, do Blog (imperdível)  Pareço louca https://parecolouca.blogspot.com/ , presenteou-me nesta manhã com este fantástico texto do escritor português Valter Hugo Mãe para brindarmos literariamente o 2020.

Como presente bom tem que ser compartilhado, está aí o texto:


Costumava ficar melancólico com o fim do ano. Sentia como se perdesse da mão alguém. Passava o tempo igual a perder pessoas, companhia, as coisas acumuladas. Mudei.

Envelheço agora com frontalidade. A vida mede-se por intensidade e nunca por extensão. Vazios vão tantos por aí, longos no tempo, e tão repletos podem estar os jovens, conscientes já do sentido inteiro das suas existências. Mudar de ano não pode ser folia ou depressão de calendário, tem de ser sobretudo uma inspeção interna à distância que estamos de cuidarmos da nossa autoestima. Nenhum ego ou soberba, apenas autoestima, essa qualidade essencial para que nos sintamos justificados na agressividade do real.

Tudo conspira para que a atenção esteja na contingência de sobreviver, contudo, sobreviver é apenas a manutenção da condição animal. A humanidade é uma ideia para depois da sobrevivência. Ela coloca-se para lá de comer, vestir, habitar. Quando me bato pela Cultura, não é senão nesta convicção profunda de que é ela que nos estrutura para o projeto humano, isso que nos levanta da contingência do bicho e nos elogia com o brio do conhecimento, da imaginação e da criatividade.

Sendo claro o sucesso dos torpes na ordem do Mundo, com a perda do complexo que os faz agora orgulhosos, nunca me pareceu mais urgente refletirmos acerca da importância da Cultura, do mesmo modo como ponderamos o futuro da humanidade. A radicalização das convicções leva a uma emotividade primária em que a frustração inventa o ódio. A Cultura, por outro lado, nesse cômputo gigante do conhecimento e da imaginação, é uma disciplina de ponderação e respeito. Serve para maturar o pensamento e o gesto. Serve para impedir o ódio, essa perturbação que é absolutamente contrária ao imperativo da Humanidade, assente na alteridade e no diverso.

À entrada de um novo ano, esperando que os espíritos se encontrem mais permeáveis à mudança, é o que escolho e desejo: uma participação nessa construção pacífica, inteligente, do ideal humano. Um passo novamente em direção à compaixão, nunca por uma piedade arrogante e moralista, mas por uma limpidez de raciocínio. Somos votados ao coletivo, faremos maravilhas em coletivo, e haveremos de sucumbir na atomização e no ódio. Usar-se a compaixão é demonstrar-se a essencial inteligência. Aquela que opta por estar do lado da Humanidade ao invés de se render ao bicho que na História inteira procuramos educar.

Bom ano novo a todos. Muita coragem para amarem mais as pessoas, começando talvez por se tornarem mais amáveis também. O desafio que me faço.

Valter Hugo Mãe 

2020 chegou e já está velho.

Olhando para a direita ... hummm
Olhando para a esquerda ... hummm
Olhando para cima ... hummm

Este 2020 está esquisito demais da conta

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

2020 o ano em que faremos contato!


2020   2020   2020   2020   2020   2020   2020
 2020   2020   2020   2020   2020   2020   2020
  2020   2020   2020   2020   2020   2020   2020
   2020   2020   2020              2020   2020   2020
    2020   2020   2020              2020   2020   2020
     2020   2020   2020   2020   2020   2020   2020
      2020   2020   2020   2020   2020   2020   2020
       2020   2020   2020   2020   2020   2020   2020
   

domingo, 29 de dezembro de 2019

I Get Along Without You Very Well (Hoagy Carmichael)

Eu me dou muito bem sem você, 
claro que sim.

Exceto quando a chuva cai suave 
e goteja das folhas, 
então me lembro

A emoção de estar protegido nos seus braços, 
é claro que sim.
Mas eu me dou bem sem você - muito bem.

Eu esqueci de você, 
como eu deveria, 
é claro que eu esqueci.

Exceto quando ouço o seu nome, 
ou a risada de alguém que é a mesma da sua.
Mas eu esqueci de você como eu deveria.

Que cara! Que tolo sou eu?
Para pensar que o meu coração partido 
poderia brincar com a lua.

O que está guardado? 
Devo telefonar mais uma vez?
Não, é melhor que eu fique com minha música.

Eu me dou muito bem sem você, 
claro que sim.

Exceto talvez na primavera, 
mas eu nunca deveria pensar na primavera.
Porque isso certamente quebraria meu coração em dois.



I Get Along Without You Very Well
I get along without you very well, of course I do;

Except when soft rains fall and drip from leaves, then I recall
The thrill of being sheltered in your arms, of course I do.
But I get along without you very well.

I've forgotten you, just like I should, of course I have;

Except to hear your name, or someone's laugh that is the same.
But I've forgotten you just like I should.

What a guy! What a fool am I?
To think my breaking heart could kid the moon.

What's in store? Should I 'phone once more?
No, it's best that I stick to my tune.

I get along without you very well, of course I do;

Except perhaps in pring, but I should never think of spring
For that would surely break my heart in two

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Já é quase 2020 - escapei com vida em ritmo de Fado



Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você

Eu sei quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei, o coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer

Eu sei que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Compositor: Roberto Carlos E Erasmo Carlos

Então é Natal




A verdade é que 2019 foi um ano bom para mim. Não vou entrar no mérito das políticas públicas, apenas estou focando o Eu. Tive muitos encontros co Cristo, e muitos muitos natais. Hoje agradeço a Deus

Hoje é noite de Natal, do nascimento do Cristo. Assim escreveu e descreveu em boa ordem São Lucas:

 7.E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.
8.Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.
9.Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor.
10.O anjo disse-lhes: “Não temais, eis que vos anuncio uma Boa-Nova que será alegria para todo o povo:
11.hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.
12.Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura”. 13.E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: 14.“Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência (divina).”
15.Depois que os anjos os dei­xaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros: “Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou”."

https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-lucas/2

Feliz Natal

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Medo é coisa do futuro


Saiu o ranking do que mais foi pesquisado no Google em 2019. Em terceiro lugar, no Brasil, no item "Como fazer", ficou a pergunta:

"Como fazer que as pessoas gostem de mim".

Este blogueiro confessa que ficou triste em saber que centenas de milhares de pessoas buscaram esta informação no Google. É uma pergunta que não tem resposta fácil, mas mesmo assim, ainda existem pessoas que arriscam um palpite mágico. Acreditam que algo surreal, místico, mágico, esotérico, etc., pode acontecer a ponto de numa palavra exótica, num estalar de dedos, a pessoa estará cercada de amigos e amigas.

Vamos lá:

Por que eu tenho que fazer as pessoas gostarem de mim? 

Por que eu tenho a certeza de que esta pergunta tem resposta  pronta, e esta resposta está no Google?

Estas pessoas não aprenderam o mínimo para sobreviver neste mundo hostil - sim, viver não é para amadores. Viver requer experiência adquirida desde o ventre da mãe, daí constrói-se o amor próprio. Se os passos não seguirem uma ordem cósmica, divina e espiritual, a pessoa pagará caro, e sofrerá com o desamor.

Aqui temos uma reflexão - Então quer dizer que eu não sou culpado pelo desamor, mas a partir do momento que tomo consciência disto, que sofro do desamor, daí para frente estarei errando conscientemente (e com dor, com medo, com angústia ou o nome que você quiser dar à sua dor de estimação).

Sabemos, por exemplo, que perder um grande amor é das coisas que mais doem no mundo, e só se perde um grande amor por medo de amar. A maioria dos que padecem deste mal, sofrem a vida toda buscando culpados, respostas, receitas milagrosas. Mas não se resolve assim - é preciso olhar para dentro de si. E descobrir que a fonte de tudo é o amor próprio (ou a falta dele).

Quando falamos em amor próprio nós estamos falando do primeiro amor que uma pessoa deve ter – que é o amor por si mesma. Amar quem sou; reconhecer minhas qualidades, limitações, talentos, dons, meus defeitos, etc. descobrir que sou único e que esta unicidade é muito importante. Ser único é a melhor forma de relacionar comigo e quanto mais me descubro, mais amor frutifico para atravessar esta maravilhosa experiência universal chamada Vida.

Jesus afirma - Ama ao próximo com a ti mesmo. Apenas isso, por si só, abre todas as portas, mas cá prá nós, ninguém nos ensina a nos amarmos. Nossos pais deram o melhor de si para tocarmos a vida, apenas isto, tocarmos a vida. E não há nada de errado em amar a si mesmo, a si mesma. Há muito de errado em não se amar - daí a pessoa vai no Google  e faz a busca: "Como fazer que as pessoas gostem de mim".

Há um poema bonito, apócrifo, que circula nas redes (alguns citam como da autoria de Charles Chaplin só para dar maior credibilidade), que por si só é uma ampliação do que disse Jesus:

“Quando me amei de verdade, 
eu realmente entendi que, 
em qualquer circunstância, 
diante de qualquer pessoa e situação, 
eu estava no lugar certo 
e no momento exato. 
Foi então que eu pude relaxar. 
Hoje eu sei que isso tem um nome: 
autoestima”.

Como coach, eu encontrei e ainda encontro muitas pessoas que têm tudo, menos amor próprio. Isso as impede de assumir suas vontades, de realizar seus desejos e sonhos e coloca sua luz própria numa enorme caixa com uma tampa de crenças limitantes que lhes inibem de sair de dentro de si e amar seu reflexo no espelho. Daí buscam no Oráculo do Google a solução para seus problemas.

Mas e o Medo? Coloquei na chamada do texto e ainda não disse nada sobre ele. Vamos lá:

O Medo é uma projeção da dor que vem do passado. É um ponto futuro. Ele é construído pela dor. Só existe por que é semeado, adubado e cultivado pelas nossas crenças. Mas isto é assunto para outro dia. Por hoje saiba que ao se descobrir, ao se amar, o medo vai embora.

É isto aí!


sábado, 21 de dezembro de 2019

O que você vai pedir ao Papai Noel?


Pensei nisto hoje, achei meio estranho ter estas coisas esquisitas na mente quando se sabe que black-friday na nação tupi-guarani e Papai Noel não existem, mas na última hora as pessoas acabam fazendo uma fezinha.

Vamos lá - hipoteticamente - primeiro deveria considerar que Papai Noel é um ser senciente, consciente e onisciente. E não é um deus, uma divindade, então não é único, não faz milagres, não cria as coisas a partir da sua vontade, até mesmo por que Papai Noel só funciona em cima do desejo do outro. Isto é fantástico - Papai Noel é o vetor do desejo entre o doador e o receptor.

Então temos vários papais noeis (ou noels?) atendendo desejos? Sim e não. Tem aqueles que acertam, tipo uns 5%, os que fazem alguma coisa, tipo 25% e os que sacaneiam, lembrando que apenas 25% da população mundial, em tese, é cristã. Então, para 75% não existem estas lendas malucas.

Dentro destes 25% da população mundial, tem aqueles casos onde a pessoa nem desejou e ganha assim mesmo, e tem aqueles casos onde a pessoa não mereceu  e ganhou assim mesmo e também tem aqueles casos que a pessoa fez tudo por merecer e ganhou nada, nem uma banana do bom velhinho. Então, o que tem de bom neste sujeito? Seja lá o que for, a estratégia de marketing funciona que é uma beleza.

Em 1920, a mais poderosa e famosa indústria de refrigerantes do mundo começou-se a criar o personagem, baseado num poema de Clement Clarke Moore* (poema abaixo). 

O personagem foi inspirado em São Nicolau, bispo católico que viveu no século IV na cidade de Mira, atual Turquia. Diz a lenda que Nicolau presenteava as crianças no dia de seu aniversário, em 6 de dezembro. Nos séculos seguintes se espalhou pela Europa e a data da entrega de presentes acabou se confundindo com o nascimento de Cristo. Quando a história chegou à Alemanha, no século XIX, o personagem ganhou roupas de inverno, renas, um trenó de neve e uma nova casa: o Polo Norte.

Nessa época, Noel ainda era representado como um homem alto e magro com roupas que variavam de cor - dependendo do relato, elas eram azuis, amarelas, verdes ou vermelhas. A silhueta rechonchuda, o rosto barbudo e os trajes vermelhos que conhecemos hoje apareceram pela primeira vez em 1881, nos Estados Unidos.

O nome “Santa Claus”, como Noel é conhecido em inglês, é uma adaptação de “Sinterklaas”, forma como São Nicolau era chamado pelos holandeses, que levaram suas tradições natalinas para colônias na América. Já por aqui, a origem da expressão "Papai Noel" tem raízes no idioma francês, no qual Noël significa "Natal". Ou seja, no Brasil, o bom velhinho ganhou um carinhoso nome que significa literalmente "Papai Natal".

Uma visita de São Nicolau
Clement Clarke Moore - 1779-1863

Era a noite antes do Natal, quando toda a casa
Nem uma criatura estava mexendo, nem mesmo um rato;
As meias foram penduradas na chaminé com cuidado.
Na esperança de que São Nicolau logo estivesse lá;
As crianças estavam aninhadas em suas camas,
enquanto visões de ameixas dançavam em suas cabeças;
E mamãe em seu lenço e eu de boné.
Acabamos de descansar nossos cérebros para uma longa soneca de inverno.
Quando no gramado surgiu um barulho tão grande,
eu me levantei da cama para ver qual era o problema.
Longe para a janela, voei como um flash,
Tore abriu as persianas e vomitou a faixa.
A lua no seio da neve recém-caída
dava o brilho do meio do dia aos objetos abaixo,
Quando, o que, para meus olhos imaginativos, deveria aparecer?
Mas um trenó em miniatura e oito renas minúsculas.
Com um motorista velho, tão animado e rápido,
eu soube em um momento que devia ser St. Nick.
Mais rápido do que as águias, seus coursers vieram,
e ele assobiou, e gritou, e os chamou pelo nome;
"Agora, Dasher! Agora, Dançarina! Agora, Prancer e Vixen! Vamos
, Cometa! Vamos, Cupido! Vamos, Donder e Blitzen!
Para o topo da varanda! Para o topo da parede!
Agora corra! afaste tudo! "
Como folhas secas que antes do furacão selvagem voam,
Quando se depararem com um obstáculo, subam ao céu;
Assim, até o topo da casa, voavam as gravatas,
com o trenó cheio de brinquedos e também São Nicolau.
E então, num piscar de olhos, ouvi no telhado
o empilhamento e a batida de cada casco.
Quando entrei na minha cabeça e me virei,
pela chaminé, São Nicolau veio com um nó.
Ele estava todo vestido de peles, da cabeça aos pés,
e suas roupas estavam manchadas de cinza e fuligem;
Um pacote de brinquedos que ele havia atirado nas costas,
e ele parecia um vendedor ambulante apenas abrindo sua mochila.
Os olhos dele - como eles brilhavam! suas covinhas, que alegre!
Suas bochechas eram como rosas, seu nariz como uma cereja!
Sua boquinha fofa estava desenhada como um arco,
e a barba do queixo era branca como a neve;
O toco de um cachimbo ele segurava firme nos dentes,
e a fumaça que circundava sua cabeça como uma coroa de flores;
Ele tinha um rosto largo e um pouco de barriga redonda,
que tremia quando ele ria, como uma tigela cheia de geléia.
Ele era gordinho e rechonchudo, um elfo velho e alegre,
e eu ri quando o vi, apesar de mim;
Um piscar de olhos e um giro de cabeça,
Logo me fez saber que não tinha nada a temer;
Ele não falou uma palavra, mas foi direto ao seu trabalho,
e encheu todas as meias; depois virou-se com um empurrão,
e afastou o dedo do nariz
e, assentindo com a cabeça, subiu pela chaminé;
Ele saltou para o trenó, sua equipe deu um assobio,
e todos eles voaram como o cardo,
mas eu o ouvi exclamar, antes que ele sumisse de vista:
"Feliz Natal a todos e a todos um bom- noite."

A Visit from St. Nicholas
Clement Clarke Moore - 1779-1863

'Twas the night before Christmas, when all through the house
Not a creature was stirring, not even a mouse;
The stockings were hung by the chimney with care,
In hopes that St. Nicholas soon would be there;
The children were nestled all snug in their beds,
While visions of sugar-plums danced in their heads;
And mamma in her ’kerchief, and I in my cap,
Had just settled our brains for a long winter’s nap,
When out on the lawn there arose such a clatter,
I sprang from the bed to see what was the matter.
Away to the window I flew like a flash,
Tore open the shutters and threw up the sash.
The moon on the breast of the new-fallen snow
Gave the lustre of mid-day to objects below,
When, what to my wondering eyes should appear,
But a miniature sleigh, and eight tiny reindeer,
With a little old driver, so lively and quick,
I knew in a moment it must be St. Nick.
More rapid than eagles his coursers they came,
And he whistled, and shouted, and called them by name;
"Now, Dasher! now, Dancer! now, Prancer and Vixen!
On, Comet! on, Cupid! on, Donder and Blitzen!
To the top of the porch! to the top of the wall!
Now dash away! dash away! dash away all!"
As dry leaves that before the wild hurricane fly,
When they meet with an obstacle, mount to the sky;
So up to the house-top the coursers they flew,
With the sleigh full of Toys, and St. Nicholas too.
And then, in a twinkling, I heard on the roof
The prancing and pawing of each little hoof.
As I drew in my head, and was turning around,
Down the chimney St. Nicholas came with a bound.
He was dressed all in fur, from his head to his foot,
And his clothes were all tarnished with ashes and soot;
A bundle of Toys he had flung on his back,
And he looked like a pedler just opening his pack.
His eyes—how they twinkled! his dimples how merry!
His cheeks were like roses, his nose like a cherry!
His droll little mouth was drawn up like a bow
And the beard of his chin was as white as the snow;
The stump of a pipe he held tight in his teeth,
And the smoke it encircled his head like a wreath;
He had a broad face and a little round belly,
That shook when he laughed, like a bowlful of jelly.
He was chubby and plump, a right jolly old elf,
And I laughed when I saw him, in spite of myself;
A wink of his eye and a twist of his head,
Soon gave me to know I had nothing to dread;
He spoke not a word, but went straight to his work,
And filled all the stockings; then turned with a jerk,
And laying his finger aside of his nose,
And giving a nod, up the chimney he rose;
He sprang to his sleigh, to his team gave a whistle,
And away they all flew like the down of a thistle,
But I heard him exclaim, ere he drove out of sight,
"Happy Christmas to all, and to all a good-night."

Samba em prelúdio (Vinicius de Moraes)


Eu sem você
Não tenho porquê
Porque sem você
Não sei nem chorar

Sou chama sem luz
Jardim sem luar
Luar sem amor
Amor sem se dar

Eu sem você
Sou só desamor
Um barco sem mar
Um campo sem flor

Tristeza que vai
Tristeza que vem
Sem você, meu amor, 
eu não sou ninguém

Ah, que saudade
Que vontade 
de ver renascer 
nossa vida

Volta, querida
Os meus braços 
precisam dos teus
Teus braços precisam dos meus

Estou tão sozinho
Tenho os olhos cansados 
de olhar para o além
Vem ver a vida

Sem você, meu amor, 
eu não sou ninguém
Sem você meu amor, 
eu não sou ninguém

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Roy Orbison - "Blue Bayou"


I feel so bad I've got a worried mind
I'm so lonesome all the time
Since I left my baby behind on Blue Bayou

Saving nickels, saving dimes, working 'till the sun don't shine
Looking forward to happier times on Blue Bayou
I'm going back some day come what may to Blue Bayou
Where you sleep all day and the catfish play on Blue Bayou

All those fishing boats with their sails afloat if I could only see
That familiar sunrise through sleepy eyes, how happy I'd be

Go to see my baby again
And to be with some of my friends
Maybe I'd be happy then on Blue Bayou

I'm going back some day, gonna stay on Blue Bayou
Where the folks are fine and the world is mine on Blue Bayou
Oh, that girl of mine by my side the silver moon and the evening tide
Oh, some sweet day gonna take away this hurtin' inside
I'll never be blue, my dreams come true on Blue Bayou

Blue Bayou
Eu me sinto tão mal, eu tenho tido uma mente preocupada
Estou sempre tão sozinho, o tempo todo
Desde de que deixei o meu amor para trás em Blue Bayou

Economizando os níqueis, economizando os centavos,trabalhando até o sol não brilhar
Ansioso por tempos mais felizes em Blue Bayou
Eu estou voltando algum dia, venha o que vier para Blue Bayou
Onde você dorme o dia todo e os peixes-gatos brincam em Blue Bayou

Todos aqueles barcos de pesca com suas velas flutuando se eu pudesse somente ver
Aquele nascer do sol familiar através de olhos sonolentos, como eu estaria feliz

Vou ver meu amor de novo
E estar com alguns de meus amigos
Talvez eu estaria feliz então em Blue Bayou

Eu estou voltando algum dia, para ficar em Blue Bayou
Onde as pessoas são legais e o mundo é meu em Blue Bayou
Oh, aquela garota da mina ao meu lado, a lua de prata e as marés da noite
Oh, alguns dias felizes vão levar embora esta dor profunda
Eu nunca estarei triste, meus sonhos se realizam em Blue Bayou