Gritou por socorro e voz não saia. Levou a mão ao bolso e sacou o celular que estava descarregado. Tateou as paredes e nenhuma saliência dava-lhe o sentido de fuga. Agachou e começou a apalpar o piso. Foi uma ação instintiva. Percebeu algo feito uma alça - eu sabia - graças ao meu instinto achei uma saída.
Puxou a alça e clanc, o piso se abriu e caiu em queda livre por pelo menos três anos, sem achar um gancho, sem perceber uma mão amiga, sem se agarrar a nenhuma saliência, até que a queda foi abruptamente interrompida por um piso macio no fundo. Achara o fim do poço. agora tinha certeza. Tateou as paredes e nenhuma porta dava-lhe o sentido de fuga. Agachou e começou a apalpar o chão úmido. Foi uma ação instintiva. Percebeu algo feito uma alça - eu sabia - graças ao meu instinto achei uma saída.
Puxou a alça e plact tchup, caiu num imenso tubo cilíndrico liso e escorregadio. Desta vez desceu rápido, mas ordenado, dentro de um tobogã cilíndrico, de modo que sentia o deslocamento, via a luz, mas não tinha onde se apegar. Levou uns dois anos nesta viagem louca. A velocidade foi diminuindo até parar sobre um banco de areia. Pela primeira vez depois de anos viu estrelas e deitou para descansar daquela maratona de poços e quedas.
Acordou e o dia já ia pela metade. Percebeu-se num imenso deserto. Por instinto iria tomar a rota norte, conforme aprendera na infância, achando o sol, a sombra, etc. Refletiu com sua solidão que toda vez que se viu diante de um poço, agiu só com seus conhecimentos e instinto. Percebeu, finalmente, que seus conhecimentos foram inúteis para sair de uma crise. Sentou à sombra de si mesmo e aguardou alguém passar. Precisava de ajuda e estava disposto a ser ajudado.
Ninguém passou, o tempo passou e quatro anos depois veio a óbito, só e fraco, numa casa simples no meio do nada. Moral da História - a vida não é um conto de fadas.
Fonte da imagem: FALA!
É isto aí!
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