terça-feira, 30 de abril de 2024
Palavras que rimam com você IV
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Palavras que rimam com você III
O solteirão, a supermãe e a nora escolhida
Alô? É da casa da Nanda?
Não, você ligou errado.
Desculpe, eu devo ter me confundido.
Tudo bem, não se preocupe, isto acontece.
Segunda-feira, 14março, 13 horas
Alô, por favor, a Nanda...
Olha só, não é daqui, você tem certeza que ela se chama Nanda? Desculpe eu te perguntar, mas você já ligou umas dez vezes neste número.
Sim, claro que tenho. Espere, puxa vida, eu não sei o que está acontecendo, pois já liguei neste número e sempre falei com a Nanda. Olha, desculpa mesmo. Não sei o que ocorreu.
Tudo bem, estas coisas acontecem. Pode ser que exista uma conexão. Como é esta Nanda?
Bem, ela é bonita, morena, 1,60 de altura, pesa uns 60 Kg, tem por volta de 37 anos, é advogada, divorciada, tem uma filhinha de três anos, mas, desculpe mais uma vez, eu não deveria estar falando estas coisas todas. Não entendo como liguei várias vezes para este número para falar com a Nanda. Eu peço mil desculpas pelo incômodo.
Vocês se conhecem a muito tempo?
Nos conhecemos num aplicativo de solteiros carentes, mas tudo bem. Vou checar o número, apesar de me parecer familiar. Grato, até logo.
Segunda-feira, 14março, 14 horas
Alô? É da casa da Nanda?
Flávio Renato, você é um idiota!
Espera aí, como sabe meu nome?
Deve ser por que sou a sua mãe, em triste memória de gestação perdida para gerar um filho tão imbecil.
Mamãe?!?! Puxa vida... mamãe, desculpa, eu não sabia, eu não deveria, eu não sei explicar esta confusão.
Não sabe uma merda. Esta Nanda deve ser mais uma destas rameiras que você paga para fingir que é homem. Em vez de casar com a Adalgiza, de quem sempre fiz gosto, vai procurar uma prostitutazinha da ralé, com filha sem pai, e ainda liga para mim achando que eu sou ela. Você é um imbecil, Flávio Renato, um idiota, um retardado, um banana, um débil mental, um fracassado...
Desculpa, mamãe, mas vou desligar, por que preciso urgentemente ligar para o meu analista.
Quarta-feira, 16 de março, 16 horas
Alô, eu queria falar com a Nanda...
Flavinho, que surpresa agradável! Sumiu, hem!! Estou sendo abandonada?
Flavinho? Ninguém me chama de Flavinho. Quem é você?
Sou eu, a Adalgiza, bem que a sua mãe falou que você queria conversar comigo, e que iria brincar de me chamar de Nanda. Alô, alô? Flavinho? Alô...
Sexta-feira, 18 de março, 11 horas
Alô, quem está falando?
É a Nanda, amor.
Você está na casa da minha mãe?
Não, amor. De onde você tirou esta ideia? Sequer conheço sua mãe.
Meu santinhodasvertigens, está tudo rodando. Olha vou desligar, refazer minha homeostase e retorno assim que conseguir respirar novamente.
Sexta-feira, 18 de março, 12 horas
Alô! Eu quero falar com a Nanda.
É ela, amor, euzinha plena.
Olha, eu preciso fazer uma pergunta, mas seja sincera, ok?
Sim, amor, sempre sincera com você.
Por acaso minha mãe te contratou para que você me desse um telefone onde ela também atende, e que era também o seu, para que ela me deixasse constrangido e humilhado, além de armar com uma suposta Adalgiza para falar comigo?
Eu, amor? Mas de onde você tira estas coisas?
É por que isto mexeu comigo, olha só, Adalgiza, precisamos conversar.
Amor eu sou Nanda, entendeu? A sua Nanda.
Puxa vida, está tudo confuso. Eu posso explicar
Não precisa, amor, já entendi, esta Adalgiza é a sua via preferencial. Tudo bem, eu já desconfiava que tinha outra, e não estou com raiva. Até um dia, amor! Valeu pelas rosas!
Enquanto isto, numa rede paralela:
Alô! Adalgiza?
Nanda!? Tudo bom, amiga?
Tudo bom, querida. Deu tudo certo, pode bater que a bola está na marca do penalty, vai que é seu.
Obrigada, amiga; minha sogra vai passar aí para acertar as despesas.
Valeu, querida, foi um prazer fazer negócio com vocês.
É isto aí!
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Invasão alienígena na Pitangueira
Não sei o que era aquilo. Acordei com um zumbido forte vindo do quintal. Cheguei sorrateiramente na janela e ao olhar para baixo, percebi que havia um objeto aparentemente sólido, de forma geométrica com três dimensões visíveis: altura, largura e comprimento. Tal qual um prisma, possuía todas as suas faces no formato de um paralelogramo, sendo formado por 6 faces, 8 vértices e 12 arestas. Não havia portas ou janelas aparentes.
Vi dois vultos saírem de uma aparente manifestação quântica de tunelamento pela lateral do veículo. Supostamente era um casal, mas devido à distância e a frágil luminescência, difícil garantir. Cataram todas as jabuticabas, limões, graviolas, abacates e pitangas nas árvores. Ela (?) colocou o pé esquerdo na piscina e a água borbulhou. Ele (?) fez sinal de silêncio e apontou para o alto, onde eu estava, na janela. Acenaram, entraram rapidamente no veículo, desaparecendo na lateral e logo a nave desmaterializou.
Mas que sacanagem foi esta? pensei. Tanto mato, tanto quintal e estes bostinhas vem, aqui no meu quintal, depois de ter dado duro para as árvores frutificarem; adubei, rocei, aguei, e agora isto. Na manhã seguinte coloquei uma placa de radioatividade em cada árvore. Pois você acredita que não passou três dias e os pervertidos voltaram, pegaram o resto das frutas e levaram as placas? A próxima vai ser na porrada.
É isto aí!
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Cartas avulsas XII
Neste instante ocorreu-me, num átimo de memória, lembrar que o poeta Fernando Pessoa escreveu, certa vez, que "só para ouvir o murmúrio do vento valia a pena ter nascido".
Gosto de pensar que sua existência se justifica pela variedade de saudades que é capaz de acumular. Saudades da gente, das coisas, dos lugares, das comidas, das sensações, dos sentimentos e tantas outras coisas mais que atravessaram as membranas do coração e ali se enfurnaram feito bicho da seda.
terça-feira, 16 de abril de 2024
Cartas de Amor LXXXV
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Confissões
Esta postagem profética foi inicialmente publicada em Maio de 2017, aqui mesmo neste Reino da Pitangueira, já norteando o que viria depois. Sofreu apenas pequenas atualizações para conduzir o sentido pretérito aos dias de hoje.
Eis que, num dia chuvoso, triste e frio, Fulano de Tal, ex-tudo, entrou no fechado e restrito Círculo do Templo dos Pecadores de Bens, em silêncio. Procurou um local discreto, afastado dos holofotes da Luz Celestial. Ajoelhou-se com extrema dificuldade devido ao excesso de peso e da artrite instalada há muito tempo. Postou os cotovelos sobre o encosto do confessionário, uniu as mãos e fez sua confissão ao Dom, o Mestre, em voz rouca e embargada :
Oh, Senhor Mestre de todas as Companhias dos Homens de Bem, beijo-te a mão e vos imploro:
- Fazei de mim um homem livre dos pecados descobertos, mas acobertai os escondidos.
- Que eu perca só o que foi denunciado, mas preserve o roubo acumulado.
- Que eu seja esquecido pela mídia.
- Que eu não sofra muitos achaques, se sofrer que sejam pequenos e breves.
- Que meus amigos desapareçam e meu inimigos me evitem.
- Que minhas contas em sete paraísos fiscais permaneçam intactas.
e por fim, já que só posso fazer sete pedidos:
- Que a Gildinha seja fiel, além da minha esposa, é claro. Como? Só uma? Que seja a Belinha, então, afinal ela é mais, humm, digamos assim, mais dentro do meu padrão de adiposidade tateável.
Amém!!!!
Assim disse o Mestre dos Mestres dos Mestres dos Mestres, Pai de todas as Companhias de Bem:
Vá, poveraccio, tua fé nos salvou!
É isto aí!
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Só pensando.
Já reparou que toda vez que tem um eclipse solar, a horda e as guildas se ouriçam e saem espalhando que agora será o fim disto, o fim daquilo, etc., o arrebatamento, a morte dos inimigos, a determinação dos escolhidos?
Toda e qualquer pessoa medianamente informada sabe que os eclipses solares acontecem duas vezes ao ano, com um intervalo de aproximadamente seis meses entre eles, coincidindo com o alinhamento das órbitas solar, lunar e terrestre.
Onde chegaremos com esta percepção?
É que assim, supostamente, as maldades humanas, bestiais e vorazes parece que ficam de lado, pois talvez o importante seria a profecia se cumprir como querem e ou desejam seus interlocutores. No final sempre cairá ou ocorrerá uma desgraça entre um evento e outro, coisa normal para um planeta tão belo e tão mal frequentado. Desta forma seria feita a Justiça Divina como estava escrito, livrando a cara dos mandantes?
Vamos combinar que é cada profecia mais bem elaborada que a outra. Santos, profetas, líderes religiosos e videntes disputando fervorosamente quem vencerá a disputa. Ao vencedor, as batatas, tal como filosofou Quincas Borba, em imperdível romance de Machado de Assis.
Para Quincas Borba, a frase significa que os vencedores podem desfrutar das batatas nos campos de guerra, simplificando ao máximo o Humanitismo e seu preceito básico de que, na luta pela sobrevivência, quem vence é o mais forte. Bom lembrar que Humanitismo é o nome da filosofia criada por Joaquim Borba dos Santos, o Quincas Borba, um dos mais célebres personagens de Machado de Assis, que é exposta fundamentalmente no romance homônimo.
O incrível Machado de Assis coloca em seu impagável personagem a ideia de que o Humanitismo, assim como a teoria da seleção natural, lançada por Charles Darwin entre 1842 e 1844, está baseado na sobrevivência dos mais aptos e enxerga a guerra como forma de seleção da espécie. A filosofia de Quincas Borba afirma que a substância da qual emanam e para a qual convergem todas as coisas é Humanitas. Leia o Livro e decifrará as profecias, os eclipses e as batatas no campo.
É isto aí!
terça-feira, 9 de abril de 2024
Lembra de mim - História da Música (Ivan Lins - Vitor Martins)
Lembra de mim (Ivan Lins - Vitor Martins)
Lembra de mim
Dos beijos que escrevi
Nos muros a giz
Os mais bonitos
Continuam por lá
Documentando
Que alguém foi feliz...
Lembra de mim
Nós dois nas ruas
Provocando os casais
Amando mais
Do que o amor é capaz
Perto daqui
Há tempos atrás...
Lembra de mim
A gente sempre
Se casava ao luar
Depois jogava
Os nossos corpos no mar
Tão naufragados
E exaustos de amar...
Lembra de mim
Se existe um pouco
De prazer em sofrer
Querer te ver
Talvez eu fosse capaz
Perto daqui
Ou tarde demais...
Lembra de mim!...
Lembra de mim
A gente sempre
Se casava ao luar
Depois jogava
Os nossos corpos no mar
Tão naufragados
E exaustos de amar...
Lembra de mim
Se existe um pouco
De prazer em sofrer
Querer te ver
Talvez eu fosse capaz
Perto daqui
Ou tarde demais...
Lembra de mim...
domingo, 7 de abril de 2024
Do poema que fiz
Fiz um poema
Papo de Esquina - Existem pessoas más
Existem pessoas más, encobertas pela hipocrisia, que é uma característica onde falsidade e dissimulação andam de mãos unidas. Conheço hipócritas, são perfeitos, sempre limpinhos e perfumados. Adoram mentir, adoram, obter vantagens com traições, rasteiras e maldades, tudo com muita discrição e elegância. Conheço o tipo.
Existem pessoas más, encobertas pela inveja. Ao contrário, ou complemento da hipocrisia, mentem descaradamente, porque lutam em total desespero para que você perca o que tem - um carro, um amor natural e lindo; uma casa; um emprego; amizades duradouras; etc. Ele nunca quer alguma coisa sua para si, apenas tem tesão pela dor da sua perda, preferencialmente provocada por ele, mas se for por outra pessoa, regozijam também, afinal, aceitam encomendas do inferno.
Existem pessoas más que são boazinhas. Fuja delas. Saiba que não possuem nenhuma relação com as pessoas boas. Trazem consigo aquele sorrisinho, aquele andar felino, aquele jeito de quem acabou de tomar banho, mas nunca evidenciam sentimentos. As boazinhas não têm lado nem defeitos aparentes; não têm atitude, tendem a ser puxa-sacos profissionais e sempre conformam-se com a coadjuvância. Mas, alto lá, mas sempre procuram que as coisas aconteçam com querem - custe o que custar e leve o tempo que demorar.
Existem pessoas más portanto fique esperto, fique esperta.
É isto aí!
sábado, 6 de abril de 2024
Ziraldo!!!
"Todo lado tem seu lado
Eu sou o meu próprio lado
E posso viver ao lado
Do seu lado, que era meu."
Trecho do poema do Menino Maluquinho
Meu querido poeta e multipolisuper cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, cronista, desenhista, apresentador, humorista e jornalista Ziraldo, não fiquei triste com sua partida sem despedidas, mas do deserto que se segue na cultura nacional após partir.
Um abraço, sim, sei, o Céu está em festa!
É isto aí!