sexta-feira, 24 de março de 2017

Odete, a diva do eplog de Brasília

Madrugada e meu indestrutível Nokia analógico dispara feito um coelho de corrida. Do outro lado da célula (alto lá, é célula mesmo, isto!!! - você não leu errado), voltando à cena - do outro lado da célula está Odete, a porta estandarte do Paranoá. Conta a lenda que em certo carnaval de estrelas e patentes por todos os lados, Odete saiu de dentro de um enorme urutu estilizado, somente com uma minúscula faixa tampa- tapa com a frase "amor só se for com ordem e progresso ascendente" como vestimenta. 

Quem viveu aqueles momentos de euforia relata que não teve voz de comando que contivesse a esfuziante musa estrelada e carnavalesca às margens resplandescentes do Paranoá. Ali se instaurou a primeira de uma série de luxúrias planaltinas.

Naquela noite em festa oficializou-se a suruba na alta corte, Se acabar o foro privilegiado ainda teremos o foro íntimo da Odete, gritou às gargalhadas uma autoridade regiamente constituída, já com as duas mãos sobre a moça.

É para todo mundo, Doutor, A Odete tem que ser para todo mundo, berrou um famoso e desagradável senador senil .

Suruba é suruba, brindou um sujeito de reconhecida farra alterosa. Aí  - é todo mundo na suruba, gente - alertou o ministro em chefe da casa civil dos homens de bem.

Não é uma suruba conturbada que vai deixar esmorecer esta dita dura, falou dando gargalhadas um nobre da Câmara Alta, de bigodes fartos.

Conta a lenda que naquele evento Odete deu de si tudo que tinha, que podia e que suportava para não desobedecer os comandos, comandantes e alguns selecionadíssimos comandados.

- Odete, minha musa, a que devo o privilégio de escutar sua voz na minha vida?

- Deve a honra, a moral e uma jornada inenarrável de euforia plena a dois para comigo, meu bem!

- Uau, Odete, Assim eu acabo acreditando. Mas o que levou você a lembrar de mim no meio da noite.

- Amore, primeiramente eu nunquinha te esqueço e tudo depois deste primeiramente é secundário. Mas vamos ao que nos interessa. Como sabe, sempre que te conto ou narro os fatos que surtam Brasília, eles vêm de fontes dignas, fidedignas e fidelíssimas.

- Claro, Odete, sei disto desde sempre.

- Então. Dia destes estava em requintada recepção a determinada pessoa neocon da nova alta corte do Reinado Vigente, quando escutei do meu affair,  um rico e endinheirado executivo odeteiano ...

- Odeteiano, Odete?

- Claro, ele me aperta feito delação premiada, me obriga para abrir a boca para tudo, suborna meus sentimentos, esconde as suas verdadeiras intenções, ameça executar todas as  minhas faturas no pregão, procura por falhas e buracos nas minhas delações, depois disto tudo atravessa na frente da Odetezinha prá lá e prá cá acenando um precatório enorme e, ai-ai , me leva a Paris, Cingapura, Londres e Paquetá, então, diante destes fatos, não existindo pontos abertos de contestação, ele é um executivo odeteiano, e pronto. Bateu ciuminho, meu bem?

- Não, nada não. Só queria entender, Pode prosseguir.

- Humm, ficou com ciuminho. Bobo. Bem, meu executivo odeteiano confessou que foi intimado coercitivamente a ter que falar tudo sobre tudo de todos e todas, numa inquisição que durou  por seis dias seguidos, para determinado senhor, e de repente foi liberado assim, do nada, nadinha, nadica.

- E daí, Odete? Acho que é normal.

- Normal, amore? Ele apresentou documentos reais que provam que deu 120 milhões para Fulano, 180 milhões para Ciclano, 125 milhões par Beltrano, outro recebeu 425 milhões, outro recebeu 150 milhões, e até que no final, já sem mais nada para falar, perguntaram sobre um recibo de certa empresa destas que levam as coisas de um lado para o outro, que estava no porta-luvas do seu carro. Ah, isto não é nada, foi referente a uma caixa de chocolate e umas rosas que enviei para uma pessoa aí, respondeu.

- Quem é esta pessoa? perguntou o inquisidor, dando um tapa na mesa

- Sinto muito, mas isto é intimo e pessoal, não diz respeito ao processo, respondeu o pobre rapaz.

- Pela última vez - quem é esta pessoa? Ou fala agora ou se cala para sempre na Casa Verde. (ameaçou o inquisidor)

- Casa Verde? Aquela do alienista?? (sacou logo o rapaz)

- Exatamente. (disse enfático o querelante)

-  Então eu conto. Esta pessoa é bela, ré cata...

- Dispensado.

- Mas eu ...

- Dispensado, eliminado dos autos, o senhor é um homem livre. Sai agora, vaza, corre, desapareça!

Caramba, Odete, ele mandou flores e chocolate para a ..

- Para mim, amore, para mim. Eu sou bela, ré catada, a diva do eplog de Brasília.

- Bela eu sei que você é, mas recatada e do lar?

- Amore, como você é ingênuo, Não é recatada - é ré catada - esta sou euzinha,  ele não disse que era do lar. Isto foi na imaginação do homem malvado lá e está na sua cabecinha doutrinada.

- Ufa, agora ficou claro, Mas este título de Diva do Eplog? Quem é este cara.

- Meu deusinho secreto do sétimo céu, que homem ciumento este. É que estou na turma do face de anti-golpe - eplog - contrário do golpe só o eplog, amore - fogo com fogo, olho por olho, dente por dente. 

- Nossa, Odete, você é tudo de bom!

- Só se você viesse me ter em Brasília, amore, vem, que que custa me ter em Brasília? Volta pra mim ...

- Nossa, Odete, você falando assim, desta maneira ... alô, alô ... droga teve golpe na linha ...

É isto aí!


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