quinta-feira, 29 de junho de 2017

A verdade vos libertará

Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Fonte - Portal A12 

No âmbito sócio-político consagra-se o termo no ano em que a sociedade preferiu boatos aos fatos. Neste momento político brasileiro, diariamente todos os meios de comunicação nos empanturram com notícias a respeito das chamadas “delações premiadas da Odebrecht, chamada operação Lava Jato. 

Esta (a Lava-Jato) mistura intencionalmente doações legais que empresas fizeram a candidatos nas eleições com propinas que pagaram a parlamentares, criminalizando a política como um todo... e o eleitorado vai às ruas para apoiar o juiz Sergio Moro e seus cruzados da moralidade pública, sem fazer qualquer ressalva. É um eleitorado capaz de jurar sobre a Bíblia que o” filho do Lula”, é dono da Friboi e de quase todo no País. 

Estamos num país em que a mídia cultiva o pensamento único, e os brasileiros não têm uma segunda opinião para ouvir e cotejar e acreditar. Uma prática basilar do jornalismo é sempre ouvir o “outro lado”. Não é portanto pelo excesso de versos, que a opinião publica nacional desacredita dos fatos e se nutre de factoides imaginários, cevados na ignorância e no preconceito. (Cf. Carta Capital, Gabriel Priolli – 13/01/2017).

Enfim cria-se uma indústria da pós verdade, das notícias falsas (“fake News”) nas mídias sociais que premiam a mentira e a noticia falsa. O desafio de discernir o que é verdade do que não é verdade aumentou exponencialmente. “A verdade factual” (Hannah Arendt) não pode ser desvalorizada, com checagem de informações, se quisermos uma imprensa ética.

Pesquisa realizadas nos EUA informam que 59% dos leitores só leem as manchetes das notícias (verdadeiras ou falas) e 25% dos leitores não sabem distinguir as noticiais falsas das verdadeiras, e quando o fazem, ainda acham válida a propagação das informações mentirosas. 

A “verdade vos libertará, já disse nosso mestre Jesus. Nunca devemos relativiza-la, toma-la pela metade ou desdenhá-la”. Temos um compromisso ético sério com a verdade dos fatos, da vida e dos acontecimentos.

Premiar a mentira, a meia-verdade ou a notícia falsa, nos cerceia a possibilidade de construir um futuro de uma sociedade democrática, “visto que democracia seria apenas um show de entretenimento”! Acrescentamos que não é a toa que o Marketing bem planejado, tornou-se central nas campanhas políticas, sem compromisso com a verdade, mas turbinado por uma postura falsa e sem escrúpulos, que alimenta o vale tudo para derrubar o inimigo ideológico.

Diz ainda Janine Ribeiro que esta tendência de fazer passar a mentira como sendo verdade “traz um elemento triste. Não é apenas falar uma mentira. Ao dizer ´pós´, é como se a verdade tivesse acabado e não importa mais. Essa é a diferença entre pós-verdade e todas as formas de manipulam das informações que tiver antes. É a ideia de que teríamos deixado um tempo em que nos preocupamos com isso e passamos então a um tempo em que seria avançado relativizar ou mesmo desdenhar a verdade”.

Que pensar de uma sociedade que a partir de seus líderes maiores, desdenham a verdade dos fatos e cultivam a indústria da mentira para destruir o outro muito bem orquestrada com um custoso Marketing? Não podemos ser cúmplices da manipulação de mentes, e mentiras deslavadas que nos seduzem por se “apresentarem esteticamente como verdades” e que acabam alimentando novos fundamentalismos e fanatismos tanto de direita, quanto de esquerda, tanto no mundo secular quanto no mundo religioso. Curioso que neste cenário a “pós-verdade” é apresentada como sendo uma evolução, um avanço de civilizacional e sinal de salvação!

É preciso insistir e repetir incansavelmente dito do Mestre: “Somente a verdade nos libertará” ... Não existe ética e muito menos bioética em nenhum âmbito da vida humana, sem um compromisso com a verdade!

* Superintendente da União Social Camiliana, entidade Mantenedora do Centro Universitário São Camilo - São Paulo e Espírito Santo desde 1997

sábado, 24 de junho de 2017

Sobre Teorias de Domínio e outras coisas patéticas e crueis

Primeiro vieram
com a Teoria
imoral e truculenta
do Domínio de Fatos

Onde você
se não sabia
deveria se dar conta
da nova pós-verdade

Nela pobres são abstratos
pretos são quase humanos
putas são quase mulheres
honestos são muito chatos

Depois disto
desta teoria abjeta
hedionda cretina
a camarilha projeta

E injeta
já empossados
num golpe
medíocre

Nada mais natural
nada mais normal
nada mais marginal
nada mais banal

Vemos estupefatos
a efetivação real
da Teoria sob
o domínio dos ratos

ratos roem pessoas
roem ratos também
roem roem roem
ratos arrotam amém.

É isto aí!

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Odete, a fiel depositária do Paranoá

Seis horas da manhã, já em pé, nos preparativos iniciais do rito diário, meu indefectível Nokia 2004 toca placidamente anunciando Odete no outro lado da célula. Conta a lenda que de certa feita determinada locomotiva socialite da mais alta casta dos corruptos do bem deu uma festa imperdível, e no meio de uma afinadíssima orquestra mandando metal em Blue Velvet, surgiram duas caixas douradas no centro do evento. 

A caixa um abriu-se e saíram propinas missionárias paramentadas ao nível puritano máximo e da caixa dois saiu a propina Odete, somente com plumas coladas por sobre as costas, feito asas angelicais, portando um cartaz que dizia - há mais transparência no caixa dois do que no um. Aplausos, delírios, gritos, hurras - Riram-se aos borbotões os corruptos do bem, dado à coerência convicta da propina transparente do caixa 2.

Odete!!! Adoro te ouvir antes de começar minha rotina ...

Ai ui ai ui amore, desculpe, é que Asuncion, minha pedóloga stripper da República Guarany está me dando ai ui ai ui uma assistência domiciliar, ai ui ai ui, digamos assim ...

Pedóloga stripper paraguaya? Não seria podóloga? Como é isto, Odete?

Não dá para explicar, ai, pelo smartphone, amore, ui, vem aqui, ai,  que te faço, ui, uma demonstração, ai, ...

Tudo bem, tudo bem ... mas a que devo a honra de ouvir sua voz, Odete?

Amore, como sabe, eu só falo sob fontes honestas. Asuncíon, minha pedóloga stripper acabou de me revelar que dia destes estava fazendo um triplo carpado pool party flex na esposa do empresário de alto fausto Dr. Fulano, enquanto este recebia para conversas formais, informais, deformadas e esquisitas de interesses privados os mais respeitados membros de bem do egrégio poder público da pátria amada idolatrada salve salve. 

Triplo o que?

Amore, não me interrompa, venha a Brasília e tudo será criado e renovaremos o céu e a terra, jorrando leite e mel, ai ui ai ui ...

Desculpa, Odete ...

Tudo bem, amore. Tudo bem ... então, onde eu parei? Ah, sim! Enquanto Asuncion prosseguia com seus métodos terapêuticos, aproximou-se dela a Querubinha, uma ex-super stripperdeuta da Coordenação de Áreas Ponderáveis ...

O que faz uma stripperdeuta em Brasília, Odete?

Pelo amor entre minhas coxas roliças e seu coração provinciano, não me interrompa. Venha para Brasília que eu te encaixo nestas questões todas, mas só euzinha, hem ... nada de se empolgar com estas vagabundas do planalto.

Foi mal, pode seguir ...

Então, esta coordenadoria de áreas ponderáveis é chefiada pelo Dr. Bigode, subalterno obsessivamente dedicado da Gostosinha do Reitor (aquele mesmo), ocupante por meritocracia da Gerência de Modus Operandis de Panos Quentes. Está me acompanhando, amore?

Sim, Odete, estou atento.

Ai, que lindo, amore. Bem, a Gostosinha do Reitor vinha dando bem para e com o Dr. Panamá Pappers, um chapeleiro maluco da Seção de Critérios Plausíveis, que por sua vez subordinava-se numa relação CID F65.5 com a chefe da Divisão de Desvios de Conduta Plena, ligada por canais, cabos e fios à Secretaria de Assuntos Estratosféricos do Ministério dos Homens de Bem, cujo ministro é o senhor Arcano Felino, amigo do amigo do amigo do amigo do senador Trilano, sócio do senhor Fulano.

Desculpa, Odete, mas o que é um CID F65.5?

Ah, amore, não dá para explicar, pois tem muuuuitas nuances, mas consulte o básico aqui .

Uau, Odete, dei uma olhada rápida ... que coisa, hem ... quem diria isto acontecendo na esplanada dos mistérios ...

Amore, para de babar e foca em mim. Então! Querubinha disse que tudo começou quando o senador Trilano queria abrir uma caixolândia para servir caixas aos mais necessitados, pois tem amigos fora das luzes furnas, na região do escuro, de coração duro e alma abalada e habitam o mundo das sombras, em cavernas escondidas, onde a luz da vida foi quase apagada ...

Odete, isto aí não é Gilberto Gil não?

Credo amore, você não sabe que em certas situações, a vida imita a arte? Foca, amor, foca. Revendo, melhor, recapitulando - o Senador Trilano, cuja alcunha no submund é  Game-Over do Leblon, queria abrir uma caixolândia, e contratou o amigo, que contratou o amigo que contratou o amigo do Ministro dos Homens de Bem.

Interessante ...

Pois é ... daí, o amigo do amigo do amigo para não segurar aquelas caixas escondido, levou a questão para o Ministro dos Homens de Bem.  Só que o Ministro dos Homens de Bem, com sua postura felina angorá não faz nada sozinho-sozinho. Imediatamente, mediante 12,5% sobre o lucro bruto, encaminhou a encomenda à sua Secretaria de Assuntos Estratosféricos, e foi assim então que o assunto circulou secretamente entre os homens de bem e chegou até a superstripperdeuta Querubinha executar, pois ela era a faz tudo sem questionar o mérito, mas com convicção.

Então, Odete, se tudo fluiu, como a casa caiu?

Amore, o rabo do felino angorá é imenso, e isto provoca nele uma extrema devoção de fidelidade a um só deus, o césar da roma brasiliana, o terrível, o temível, o invisível sim .., ele mesmo, o Usurpador de Penicos. E este, o usurpador, tem uma boca deste tamanho - pediu 80% do faturamento da Caixolândia para garantir despesinhas domésticas com a bela e recatada e herdeiros. O senador Trilano Game-Over puxou de cá, o Usurpador de Penicos puxou de lá até que a corda da fossa arrebentou e fedeu prá todo mundo, a ponto do genro do felino angorá receber bosta privada em envelope público.

Uau, Odete, agora vi a luz ...

Ai, amore, vem me terrrrr em Brasília, vem amore, vem me fazerrrr feliz por que te amo ...

Humm, sabe Odete, eu ... alô, alô ... droga, logo agora que eu ia dizer sim a bosta caiu na rede tum tum tum ploft.

É isto aí!




quinta-feira, 22 de junho de 2017

Aqui não!!!!

Tarde fria, vento gelado, cachorro na rua, meninos pelados nas calçadas, mães trocando receitas com as comadres e foi neste cenário, no interior do interior do interior de Pindorama que Cotinha desceu a ladeira esbaforida, batendo seu tamanquinho gasto até chegar na venda e disse alarmada - pai, mãe, estão vendendo tudo com a gente dentro. Dito assim, subiu a ladeira no mesmo galope que desceu.

Foi aquela correria ladeira acima. Seguiram a menina todos que estavam a beber e jogar dama, as beatas da igreja, o barbeiro, o farmacêutico, dois únicos policiais do corpo de segurança do município, um vereador bêbado, duas meninas da Casa da Luz Vermelha, os velhos dos tabuleiros de dama, as lavadeiras do Córrego Alto, duas balconistas do Salim, três cachorros latindo e uma pecha de meninos pelados gritando sem parar.

Lentamente, atrás, deslocava-se Dona Genara, gorda de pernas curtas e seios fartos arfando desesperadamente em busca de fôlego para acompanhar a multidão que acompanhava Tavinho, um homem esquelético, de face lisa e cara porca com o qual se ajuntou há seis anos, quando já tinha Cotinha, gerada de um romance de rodoviária..

Chegaram na casa, na verdade um barracão decente, sem as grandezas de uma casa e sem as pequenezas de um cafundó feito os das Oleiras, na saída para o Brejo do Turco.

- Cadê, Cotinha, cadê os homens que estão comprando tudo aqui?

- Ali, ó, disse apontando o dedo da mão com unhas imundas para o antigo aparelho de TV.

- Ali onde, peloamordedeus, Cotinha, disse a  multidão desesperada ...

- Este homem aí, dentro da televisão, escuta só, ele está falando que o sei lá, o ladrão lá, esqueci o nome, aquele velhinho, está vendendo o Brasil com a gente dentro.

- Genara, já soltando o coração pela boca, vermelha feito pimentão, suando bicas, gaguejou quase sem ar para Tavinho - amor, passa urgente uma mensagem para o João Manoel, seu primo, agora, no atzap.

- Genara, meu bem, o João Manoel mora em Portugal ...

- Então, Tavinho, é a nossa chance, vai que eles compram e começam do zero ... passa meu bem, passa, e diz para ele buscar as autoridades galegas mais depressa possível, que aqui não entra gringo não, aqui não, Tavinho, aqui não, gritou batendo a mão direita no muque esquerdo ...

E o povo saiu carregando Genara, a nova heroína, suspensa por dezenas de braços, aclamada, em procissão carnavalesca pelas ruas da cidade.

É isto aí!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Erro de português (Oswald de Andrade)


Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

terça-feira, 20 de junho de 2017

O Conde, o Príncipe e o monopólio da força

Subi na Colina do Bom Senso da terra guarany, circunvizinha do reino da Pitangueira, e o que vi foi como sempre surpreendente. Vejamos algumas destas deslumbrantes manifestações nas aldeias: 

- Tribos riram do descuido de determinado oficial ao divulgar o nome e a identidade de um agente secreto apache.

- Tribos deram gargalhadas ao verificar que o Conde Drácula Usurpador registrou o passeio, digo, a viagem oficial desta semana com destino à União Soviética.

- Tribos deliraram com a vitória de 10X9 numa das comissões do senado, que por hora congelou a incrível e fantástica e inenarrável deforma trabalhista. (não, você não leu errado, escrevi deforma mesmo, com d).

- Tribos chiaram com o adiamento da prisão do playboy sukita do Leblon. 

- Tribos chiaram com a soltura de pessoas detidas por estarem vinculadas ao tio sukita do leblon e associados.

- Tribos deliraram com a denúncia de que o Conde é corrupto, feita por um órgão oficial do governo.

Bem, com a vista já cansada, daqui do alto da colina vejo que as tribos ainda não entenderam que o processo político não é para chiar nem para delirar, nem para aplaudir, nem para vaiar. Ainda imberbes e ingênuos acham que política se vence no grito, enquanto os bastidores fazem as peças se moverem. Quais peças? Só aqui citei seis - que sugerem que as partes usurpadoras tomaram duas decisões - só dialogar com vantagens e pressionar os indecisos.

Maquiavel, o autor best-seller do mundo ocidental nunca saiu de moda:

No capítulo 17, defende que é melhor a um príncipe ser temido do que ser amado, mostrando que as amizades feitas quando se está bem, nada duram quando se faz necessário, sendo que o temor de uma punição faz os homens pensarem duas vezes antes de trair seus líderes. Diz também que a morte de um bandido apenas faz mal a ele mesmo, enquanto a sua prisão ou o seu perdão faz mal a toda a comunidade. O líder deve ser cruel quanto às penas com as pessoas, mas nunca no caráter material; "as pessoas esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda da herança".

No capítulo 18, Maquiavel argumenta que o governante deve ser dissimulado quando é necessário, porém nunca deixando transparecer sua dissimulação. Não é necessário a um príncipe possuir todas as qualidades, mas é preciso parecer ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso já que às vezes é necessário agir em contrário a essas virtudes, porém é necessário que esteja disposto a modelar-se de acordo com o tempo e a necessidade.

Qualquer semelhança não é mera coincidência.

É isto aí!


Traduzir-se (Ferreira Gullar)

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Caifás, um juiz que ...

Imagine um juiz que:

(1) julgue em segredo ...

(2) Promova ações na calada da noite ...

(3) esteja envolvido em suborno ...

(4) Não permita defesa ao réu ...

(5) despreza a exigência de testemunhas ...

(6) utilize testemunho auto-incriminatório contra o réu ...

(7) condena o réu por convicções e sem provas ...

Qual juiz vem à sua mente?
...
...
...
Pense ...
...
...
...
Pense ...
...
...
...
Pense ...

Se você pensou e respondeu Caifás, parabéns! Você é um cristão apto a entender o mundo, agora vá, tua fé te salvou!

É isto aí!

domingo, 18 de junho de 2017

Não toque no meu Brana

Neste final de semana enorme fiquei na Pitangueira cuidando dos papéis, dos aspectos burocráticos do reino e das notícias que povoam a mente poluída dos povos de cá e de lá. Vejamos algumas coisas que pululam no interessante mundo dos vivos e dos espertos:

- Determinado líder de determinada seita falou sem rodeios que o seu deus castigou um cidadão que trabalha para outro líder de outra seita. Parece coisa de vodu. Aqui da Pitangueira, corre a boca pequena que supostamente o cidadão alvo do trabalho do deus da seita do castigo, eu disse supostamente - parece, sugere, tem um jeito discreto de que não é algo assim, digamos, hummm, clínico. Claro, se for verdade, vai daqui nossos sinceros votos de melhora, mas do jeito que a coisa se deu ... hummmm ... sei não, dizem os velhinhos nas praças e nos bancos de dama.

- Determinado líder (rárárá) usurpador de penicos foi acusado por um afinado cantor sertanejo da dupla goiana Fritou&Fritado, de Capo de uma Orcrim. O nome soa a um colchão de mola, mas é uma corruptela aglutinada - na verdade o cantor sertanejo foi educado ao evitar dizer Organização Criminosa. Caramba, como ficam os amigos do líder usurpador de penicos Orcrim? Como será o natal desta gente, suas férias legítimas em Aspen, suas amantes caras e suas orgias pagãs em Viena? Perguntas ... só perguntas ...

- Falando em amante, famosa doutilóquia histriônica e histérica da pauliceia enriquecida e broxada, meio que incorporada por entidades pouco discretas, veio a público novamente dizer o que faz na privada e lamentou a traição - estão me traindo ... ô dó ... ô dó ... já entrou para a história como um mal desnecessário ao bom sentimento nativo.  

- Já que toquei em sentimento nativo, querendo falar de Kafka,o djênio game-over do Leblon confessou às paredes que agora é um objeto tipo kafta, já que vive momentos kaftanianos. Rárárá. É provável que nunca tenha lido Kafka, mas como tem um pé nas montanhas e o resto todo na zona sul, deve achar que Kafta deve ser a mesma coisa só que diferente, feito um pão de queijo. Deve ser delírio de abstinência de Kafta com Queijo - 1 kg de carne de carneiro moída / 1 cebola de cabeça / 5 dentes de alho descascados / 1/2 xícara de azeite (virgem) / sal a gosto / pimenta-do-reino a gosto / 5 folhas de hortelã / 7 folhas de alfavaca (vaca lembra boi, boi lembra fri opa, olha o kafta entrando) / 250 g de bacon moído / 500 g de queijo (mussarela, prato ou parmesão).

E quanto ao título - Não toque no meu Brana? Dever de casa para a plebe rude, mas para a Física Quântica o Brana é apenas a décima dimensão da Teoria das Cordas, que não permite a transação maluca entre universos, constituído de uma espécie de veda-plastico para isolar estes universos entre entre si. Se cada um de nós somos o nosso universo, temos nosso Brana a nos lembrar que nosso direito termina onde começa o do próximo, com certeza.

É isto aí!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Billy Paul - Me And Mrs. Jones (1972)



Me And Mrs. Jones

Me and Mrs. Jones
we've got a thing going on
We both know that it's wrong
but it's much too strong
to let it go now

We meet every day
at the same café
6: 30 I know - I know she'll be there
Holding hands, making all kinds of plans
while the jukebox play our favourite song

(Chorus)
Me and – Mrs. Jones, Mrs. Jones, Mrs. Jones

we've got a thing going on
We both know that it's wrong
but it's much too strong
to let it go now

We've gotta be extra careful
That we don't build our hopes up too high
'Cause she's got her own obligations
and so – and so do I

(Chorus)
Me and – Mrs. Jones, Mrs. Jones, Mrs. Jones
we've got a thing going on
We both know that it's wrong
but it's much too strong
to let it go now

Well it's time for us to be leaving
It hurts so much - it hurts so much inside
Now she'll go her way
And I'll go mine
Tomorrow we'll meet the same place –
the same time

(Chorus)
Me and – Mrs. Jones, Mrs. Jones, Mrs. Jones

we've got a thing going on
We've gotta be extra careful
We can't afford to build our hopes up too high

I wanna meet
and talk with you
at the same place
the same café
the same time
And we're gonna hold hands like we used to

We're gonna talk it over, talk it over
We know, they know, and you know and I know
that it was wrong
But I'll make it strong
We've gotta let 'em know now
We've got a thing going on
thing going on


Compositores: Cary Grant Gilbert / Kenneth Gamble / Leon Huff
Letra de Me and Mrs Jones © Warner Chappell Music, Inc




quinta-feira, 15 de junho de 2017

Papo de Esquina XXXVIII

- Querem prender o senador!

- Também querem fechar a Petrobrás ...

- E fechar também as universidades públicas, os hospitais-escola, os bancos públicos, as grandes empreiteiras, a indústria naval, o carnaval, a cultura ...

- Então o senador é só uma cortina de fumaça, um truque ilusionista? Depois desta vou para casa chorar na cama que é mais quente e, bem ... já é tarde. 

É isto aí!

quarta-feira, 14 de junho de 2017

O adeus dos dois avessos

Um verso triste
não tem palavras
nem lágrimas
nem você nem nada

sou poeta avesso
na dobra d'alma
guardo sua versão
do meu sofrer

a palavra pronta
a resposta rápida
o perdão perdido
depois o adeus

Eu te amei
em tanto
e tão intenso
sentimento

que te chamo
avesso de minh'alma
parte perdida
dentro de mim.

Não volte nunca
ao que acabou
Comece ontem
Um novo amor.


É isto aí!

terça-feira, 13 de junho de 2017

Odete, a pitonisa das chamas do Paranoá


Meu Nokia dispara a vibrar por sobre o criado mudo, e me desperta às três horas da manhã. Custo a achar os óculos e vejo na tela o nome da pitonisa da ditadura, a outrora deusa da minha rua - Odete. Reza a lenda que em tempos áureos do poder dos bacabais, Odete divertia a trupe desgovernada com projeções das ditaduras. De certa feita, um senhor no limite entre a senilidade e a temperança, acreditou de tal maneira no poder da moça que providenciou um modelo anatômico em PVC que promoveu sua ida à emergência médica.

Odete, que prazer ouvir sua voz ...

Uau, era tudo que precisava fazer para meu deleite noturno, amore!

Pois é, Odete, você me apraz, e além disto a que devo a honra da sua ligação?

Então, amore, como sabe eu sempre digo o que sei através de fontes confiáveis e confidenciais para os outros, menos para você, que é meu amor e confessor, tudo junto e misturado.

Pode falar, sou todo ouvidos, mas antes fale sobre aquela lenda do poder dos bacabais ...

Nossa, foi a tanto tempo,amore! Bem, bacabais são frutos das bacabeiras, aquelas palmeiras imensas, eretas que só dão em mata virgem ...

Ah! É que eu achava que estava errado a grafia, mas agora clareou. Mas Conte, como vai você, sua vida, sua luta em defesa das moças livres de Brasília?

Nossa, quero você prá mim sempre, até o último momento do último dia da existência! Bem, hoje não tenho muita confidência secreta, mas tenho uma observação pessoal. É que outro dia estava no salão da Cleuza, a Cleuzinha que já te falei dela, casada com o Dudu, que tem um caso com a Jurema, secretária daquele senador de conduta ilibada nas fotos e libidinosa nos fatos com a Jurema e outras e outros pan por aí. Bem, estava euzinha dando uma reparada nos cachos, nas unhas, na pele e no bronze, quando adentrou no recinto aquela moça bela, recatada e do lar ...

Meu Deus, sério? É a que eu pensei que fosse?

Sério, amore, mas ela entrou, olhou para mim, olhei para ela e logo logo partiu sem falar nada e sem dizer adeus. Mas ficou aquele non sense no ambiente, sabe? Um non sense com cheiro de colônia barata tipo um clima de velório no interior em ambiente fechado de noite chuvosa?

Como assim?

Ela tinha ares de viuvex.

Viuvex?

É, amore, viuva de ex isto, ex aquilo, ex qualquer coisa, ex cartão liberado sem cortes, etc etc etc. 

Interessante, Odete, muito interessante.

Interessante amore é você me ter novamente em Brasília, vem amore, vem logo antes que o vento mude o fogo.

Nossa, Odete, assim você me deixa ... alô ... alô ... caramba, o fogo pagou.

É isto aí!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Brenda Lee - Fly Me To The Moon


Por questões legais "Brenda Lee - Fly Me To The Moon" - clique aqui e assista

Fonte Youtube: Stringspace Jazz Band
Música: Fly Me To The Moon - 
Author: Bart Howard
Composer: Bart Howard



Fly Me to the Moon

Fly me to the moon
Let me play among the stars
Let me see what spring is like on
Jupiter and Mars

In other words, hold my hand
In other words, baby, kiss me

Fill my heart with song
And let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore

In other words, please be true
In other words, I love you

Fill my heart with song
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore

In other words, please be true
In other words
In other words
I love you

Leve-me até a lua

Leve-me até a lua
E deixe-me brincar entre as estrelas
Deixe-me ver como é a primavera
Em Júpiter e Marte

Em outras palavras, segure minha mão
Em outras palavras, querida, beije-me

Encha meu coração com música
E deixe-me cantar para sempre
Você é tudo o que eu desejo
Tudo o que eu cultuo e adoro

Em outras palavras, por favor, seja verdadeira
Em outras palavras, Eu te amo

Encha meu coração com música
E deixe-me cantar para sempre
Você é tudo o que eu desejo
Tudo o que eu cultuo e adoro

Em outras palavras, por favor, seja verdadeira
Em outras palavras
Em outras palavras
Eu te amo

Trem-Bala (Música Autoral) Ana Vilela





Ana Carolina Vilela da Costa (Londrina, 6 de fevereiro de 1998) é uma cantora e compositora brasileira. Ficou internacionalmente conhecida após sua canção "Trem Bala" se tornar um fenômeno viral na internet, e de sua primeira performance em rede nacional durante o programa Caldeirão do Huck, onde Ana fez parceria com Luan Santana.



Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós

É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito, é saber sonhar
Então fazer valer a pena
Cada verso daquele poema sobre acreditar

Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo e também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo em todas as situações

A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim

Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar
E sim sobre cada momento, sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás

Segura teu filho no colo
Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá

Segura teu filho no colo
Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

domingo, 11 de junho de 2017

Fernando Pessoa @ NYC (en)cantado por Ana Moura



Ana Moura /**Canta Camões**/

Fonte da imagem: Ana |Moura/Wikipédia


Ana Moura ComIH (Santarém, Portugal, 17 de setembro de 1979), é uma cantora luso-angolana. O site All Music considera que Ana Moura é a fadista mais bem-sucedida a iniciar carreira no século XXI. A artista já vendeu mais de um milhão de discos no mundo todo, sendo uma das recordistas de vendas de discos em Portugal. Wikipédia

Ana Cláudia Moura Pereira, é natural de Coruche, uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Santarém, mas como esta vila não dispunha de maternidade, foi nascer na capital do distrito, ou seja, Santarém.

Abaixo, Ana Moura num Poema de Camões, esse enorme vulto Português, que Amália em tempos também cantou e muito bem os grandes Poetas são para serem cantados. A Música do compositor e guitarrista Carlos Gonçalves.


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Belinha (As Severinas) declama


Os vídeos estão disponíveis no Youtube.

 Mesclando música e poesia, e honrando as raízes culturais do Sertão do Pajeú, AS SEVERINAS surge com o intuito de difundir, com musicalidade, a força feminina, mantendo a tradição do pé-de-serra e dando nova roupagem a cantigas, xotes e arrasta-pés.

Formado por três jovens mulheres, o grupo traz Isabelly Moreira, no vocal, triângulo e declamações, Monique D'Ângelo, no vocal, sanfona e declamações, e Marília Correia, na zabumba, além de uma banda base que estimula e consolida a qualidade musical já existente.

AS SEVERINAS representam a força e a beleza da cultura popular nordestina.

Fonte dos dados Youtube: Página Oficial As Severinas

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Gary B.B. Coleman - The Sky is Crying


Fonte imagem Youtube: Gary B.B. Coleman

Fonte da dados Wikipédia:
Gary BB Coleman (1 de janeiro de 1947 - 21 de fevereiro de 1994)  foi um guitarrista, cantor, compositor e produtor musical americano de soul blues .

Originalmente um músico local que se tornou promotor de blues e músico de estúdio , Coleman gravou seu álbum de estreia em 1986, que foi relançado pela Ichiban Records . Ele lançou vários outros álbuns e produziu a maior parte do catálogo de blues de Ichiban até sua morte, em 1994. Em muitas ocasiões, Coleman assumiu funções de multi-instrumentista no estúdio de gravação. Ele reconheceu tanto BB King , com seu apelido "BB", quanto um colega texano, Freddie King .



The Sky Is Crying
Composição:  Elmore James (Wikipédia)
Letra: Letras Music

The sky is cryin'
Look at the tears rollin' down the street
The sky is cryin'
Look at the tears rollin' down the street
I been lookin' for my baby
I wonder where she can be
That's right

I saw my baby one mornin'
And she was walkin' on down the street
I saw my baby one mornin'
And she was walkin' on down the street
Yes, she was
You know it hurt me so bad
It made my poor heart skip a beat
Here we go, play it for me

I've got a bad, bad feelin'
My baby don't love me no more
I've got a bad, bad feelin'
My baby don't love me no more, no
The sky is cryin'
Woh, look at the tears rolling down my nose

The sky is cryin'
Look at the tears rollin' down the street, yeah
The sky is cryin'
Look at the tears rollin' down the street
I been lookin' for my baby
I wonder where my baby can be

Pat Metheny with Charlie Haden - Cinema Paradiso


01 Pat Metheny with Charlie Haden - Cinema Paradiso
Fonte da imagem: Youtube
Vídeo indisponível para reprodução. Assista no Youtube


02 Ennio Morricone: Cinema Paradiso I Thomas beckman (viola) and Kitty Lam (piano):
Fonte Youtube: Thomas Beckman 
Arbutus Duo presents Ennio Morricone's love theme from Cinema Paradiso. Filmed by Darko Sikman inside the Dunbar Theatre.













Pat Metheny - And I Love Her (The Beatles)

Pat Metheny - Fonte da imagem: The Wall Street Journal

Patrick Metheny (Patrick Bruce Metheny) (Kansas City, Missouri, 12 de agosto de 1954) é um guitarrista norte-americano. Vencedor de vinte prêmios Grammy Awards (Wikipédia)

Pat Metheny - And I Love Her (The Beatles)

"The Beatles were huge for me. Without them, I don't know if I even would have become a musician or a guitar player.  When their hits started coming out, I was 8 and 9 years old and it had a tremendous impact on me. I saw the movie "A Hard Day's Night" multiple times when it came out and I always loved that song. It is kind of impossible to imagine doing a record like this without including at least one Beatles song." - Pat Metheny






And I Love Her
The Beatles
Compositores: Composição: John Lennon / Paul McCartney.
Fonte da Letra: Letras Music

I give her all my love
That's all I do
And if you saw my love
You'd love her too
I love her

She gives me everything
And tenderly
The kiss my lover brings
She brings to me
And I love her

A love like ours
Could never die
As long as I
Have you near me

Bright are the stars that shine
Dark is the sky
I know this love of mine
Will never die
And I love her

Bright are the stars that shine
Dark is the sky
I know this love of mine
Will never die
And I love her

Melodia Sentimental (Bidu Sayão)

Com poema de Dora Vasconcelos, Melodia Sentimental é parte integrante da obra A Floresta do Amazonas de Heitor Villa-Lobos, composta nos anos 1950 para o filme "Green Mansions" de Mel Ferrer.

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que fulge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor é sonhar

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Mmm Mmm Mmm Mmm - Crash Test Dummies (Leg. PT/BR)


Fonte da imagem:  Crash Test Dummies / G1 Globo

Por questões de Direitos autorais, este vídeo somente poderá ser assistido no Youtube. Clique abaixo e será direcionado ao Youtube:



Texto com fonte Wikipédia

"Mmm Mmm Mmm Mmm" é o quinto single da banda Crash Test Dummies, do segundo álbum de estúdio God Shuffled His Feet de 1993.

A canção é também trilha sonora do filme Débi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros. E também fez parte da trilha sonora internacional da novela Pátria Minha da TV Globo.

Letra

Cada estrofe descreve a isolação e o sofrimento de uma criança, sendo que duas delas sofrem de alguma anomalia física: o menino que ficou prematuramente grisalho depois de um acidente, e uma garota inteiramente coberta com marcas de nascimento. A terceira criança é um garoto cujos pais o levam para a igreja deles, onde eles costumam "chacoalhar e sacudir" pelo chão. A situação dele é descrita como pior ainda do que a das outras duas crianças.

Uma versão alternativa tocada ao vivo algumas vezes muda a terceira estrofe para a história de um garoto cuja mãe perdeu as amígdalas após uma tonsilectomia, impedindo que ele as levasse para mostrar em uma exposição.

Alguns grupos de discussão na Internet levantaram a hipótese de que o garoto do acidente na primeira estrofe teria sido, na verdade, vítima de abuso sexual dentro de um carro e que os cabelos brancos seriam uma analogia ao amadurecimento precoce em função da violência sofrida. Além disso, as marcas no corpo da garota da segunda estrofe seriam devido à violência doméstica, tendo sido vítima de espancamento pelos próprios pais. Em ambos os casos eles dariam as desculpas de acidente e marcas de nascença para esconder a verdadeira violência sofrida. Ambas as histórias se encaixariam na do garoto da terceira estrofe, que é mais explícita na denúncia.

Caso esses versões sejam verdadeiras, a música deveria ser colocada em um posicionamento diferente do que teve à época, pois levantaria temas de muita importância e poderia estimular crianças na mesma situação a denunciar as violências sofridas.

Clipe
O clipe associado transforma a letra da música em uma peça de teatro em três atos, cada um deles interpretado por crianças. Ao longo do vídeo, as cenas da peça são intercaladas com as cenas da banda Crash Test Dummies tocando a música no palco ao lado.

O primeiro ato mostra um cruzamento urbano, conta a história de um garoto envolvido num acidente de carro. Quando ele voltou de seu coma profundo , o seu cabelo mudou de preto para branco, devido ao tempo.

O segundo ato conta a história de uma garota que nunca costumava "se trocar com as garotas no vestiário", até que o dia em que as outras garotas (caracterizadas na peça como três detetives) a forçam para que mude de roupa junto a elas, somente para descobrir que seu corpo é repleto de marcas de nascimento.

O ato final mostra um garoto que mostra sob a rígida disciplina de seus pais austeros e como a família frequenta a igreja, onde os frequentadores se chacoalham e balançam durante o culto. Durante a estrofe, o garoto em questão olha nervosamente para um casal na plateia, que parece desconfortável com o assunto, mostrando que os três são a família relatada na canção.

Ao final, a plateia aplaude a peça e as três crianças agradecem juntas. Entretanto, o casal continua não gostando do que vê e aplaude forçadamente. Todos vão embora e a banda continua tocando a música.

Já vi este filme ou : "This is the tragedy of a man who could not make up his mind".

Hamlet, de Laurence Olivier
Nesta sexta pela manhã subi a Colina do Bom Senso do Reino da Pitangueira para avistar a bela e recatada idolatrada, deitada eternamente do outro lado da linha que nos une e nos divide concomitantemente. A palavra do dia dita pelos nativos é gangster. Pois bem, aqui é necessário refletir se uma história se repete como farsa ou como aprimoramento.

A origem dos gangsters aconteceu quando lá no norte alguém de boa-fé proibiu a produção e venda de bebidas alcoólicas (toda a inteligentzia sabia que isto teria efeitos colaterais, mas curiosamente deixaram passar). Assim, várias quadrilhas que faziam pequenos serviços ao redor do poder, passaram a também fazer o contrabando de álcool. 

Em Pindorama a origem é desconhecida, parece que vieram em alguma das caravelas. O fato é que a crise do fogo amigo entre os gangsters caboclos deu-se quando forças globais começaram a fechar o cerco sobre a produção e venda de combustíveis nativos (toda a inteligentzia sabia que isto teria efeitos colaterais, mas curiosamente deixaram passar). Assim, várias quadrilhas que faziam pequenos serviços ao redor do poder, passaram a também fazer o contrabando de derivados ativos de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos.

Mais tarde, no norte, quando a proibição ficou sem efeito, supostamente ocorreram várias tentativas para desmantelar as organizações criminosas comandadas pelos poderosos contraventores, mas isso não foi possível, porque eles já tinham atingido uma grande força e autonomia. Alguns ficaram tão famosos quanto artistas de cinema ou celebridades.

Daqui, da Colina do Bom Senso, apesar da baixa visibilidade nacional, vejo e escuto aqui e ali que quanto mais ações coercitivas são feitas para combater os suspeitos de sempre, mais ocorrem estranhos fenômenos paranormais, através de fatos bizarros e coisas exóticas hamletianas bem ao estilo  de Laurence Olivier, que retirou toda a discussão política do texto original para promover um drama psicológico - onde já vi isto? Ah, sim, claro - dos simpáticos movimentos pelo direito a liberdade (de quem?) - detesto política, sem politica, sem bandeiras, etc etc etc etc.

No norte, por muitos anos, as famílias andaram se estranhando, invadindo aqui, matando ali, se ferindo lá, tomando um hotel aqui, um cassino ali, enfim, a gula acabou por diluir o poder, que não se acabou, mas profissionalizou-se a ponto de parecer coisa normal, daí virou livros, novelas, filmes, tudo bem romântico. 

Em solo caboclo parece que estão nesta fase. Quem viver ou sobreviver verá que tudo mudará para que nada aconteça de novo sob o sol abaixo da linha do equador (mas aí é outro filme dentro do filme - coisas do paraíso tropical), daí haverão livros, novelas, filmes, tudo bem romântico, mas sem política - afinal eles detestam política.

É isto aí!