terça-feira, 13 de junho de 2017

Odete, a pitonisa das chamas do Paranoá


Meu Nokia dispara a vibrar por sobre o criado mudo, e me desperta às três horas da manhã. Custo a achar os óculos e vejo na tela o nome da pitonisa da ditadura, a outrora deusa da minha rua - Odete. Reza a lenda que em tempos áureos do poder dos bacabais, Odete divertia a trupe desgovernada com projeções das ditaduras. De certa feita, um senhor no limite entre a senilidade e a temperança, acreditou de tal maneira no poder da moça que providenciou um modelo anatômico em PVC que promoveu sua ida à emergência médica.

Odete, que prazer ouvir sua voz ...

Uau, era tudo que precisava fazer para meu deleite noturno, amore!

Pois é, Odete, você me apraz, e além disto a que devo a honra da sua ligação?

Então, amore, como sabe eu sempre digo o que sei através de fontes confiáveis e confidenciais para os outros, menos para você, que é meu amor e confessor, tudo junto e misturado.

Pode falar, sou todo ouvidos, mas antes fale sobre aquela lenda do poder dos bacabais ...

Nossa, foi a tanto tempo,amore! Bem, bacabais são frutos das bacabeiras, aquelas palmeiras imensas, eretas que só dão em mata virgem ...

Ah! É que eu achava que estava errado a grafia, mas agora clareou. Mas Conte, como vai você, sua vida, sua luta em defesa das moças livres de Brasília?

Nossa, quero você prá mim sempre, até o último momento do último dia da existência! Bem, hoje não tenho muita confidência secreta, mas tenho uma observação pessoal. É que outro dia estava no salão da Cleuza, a Cleuzinha que já te falei dela, casada com o Dudu, que tem um caso com a Jurema, secretária daquele senador de conduta ilibada nas fotos e libidinosa nos fatos com a Jurema e outras e outros pan por aí. Bem, estava euzinha dando uma reparada nos cachos, nas unhas, na pele e no bronze, quando adentrou no recinto aquela moça bela, recatada e do lar ...

Meu Deus, sério? É a que eu pensei que fosse?

Sério, amore, mas ela entrou, olhou para mim, olhei para ela e logo logo partiu sem falar nada e sem dizer adeus. Mas ficou aquele non sense no ambiente, sabe? Um non sense com cheiro de colônia barata tipo um clima de velório no interior em ambiente fechado de noite chuvosa?

Como assim?

Ela tinha ares de viuvex.

Viuvex?

É, amore, viuva de ex isto, ex aquilo, ex qualquer coisa, ex cartão liberado sem cortes, etc etc etc. 

Interessante, Odete, muito interessante.

Interessante amore é você me ter novamente em Brasília, vem amore, vem logo antes que o vento mude o fogo.

Nossa, Odete, assim você me deixa ... alô ... alô ... caramba, o fogo pagou.

É isto aí!

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