Triste, tristíssimo país que odeia o seu povo, a sua história e qualquer possibilidade de equidade.
"uma mulher descerá o morro como se descesse de uma estrela
uma mulher seus olhos iluminados suas mãos pulsando vida e luta sob seus pés a velha serpente [a baba as armas a covardia de sempre].
uma mulher descerá o morro as inúmeras escadarias do morro os muros arames que separam o morro
e pisará o chão desse país sem nome desse país que ainda não existe desse país que interminavelmente não há
uma mulher descerá o morro o seu vestido é a tempestade
uma mulher descerá o morro e ainda que seu sangue caia ferida incessante no asfalto do Estácio e ainda que anunciem sua morte [e sim, ainda que a comemorem] esta mulher ninguém poderá parar"
Micheliny Verunschk, 15 de março de 2018, a manhã seguinte à execução de Marielle Franco.
Ando triste, decepcionado, sem palavras - não as encontro nem para alento próprio. Navegamos para um mar revolto, sem lastro e sem esperança. Não estamos cingidos pela verdade nem pela couraça da justiça, como está escrito na Carta de Paulo aos Efésios.
Efésios 6, 13-17
"Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estais, pois, firmes tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçados os pés na preparação do evangelho da paz, tomando sobretudo o escudo da fé ...
Minas Gerais, 16 de março de 2018
ResponderExcluirTriste, tristíssimo país que odeia o seu povo, a sua história e qualquer possibilidade de equidade.
"uma mulher descerá o morro
como se descesse de uma estrela
uma mulher seus olhos iluminados
suas mãos pulsando vida e luta
sob seus pés a velha serpente
[a baba as armas a covardia de sempre].
uma mulher descerá o morro
as inúmeras escadarias do morro
os muros arames que separam o morro
e pisará o chão desse país sem nome
desse país que ainda não existe
desse país que interminavelmente não há
uma mulher descerá o morro
o seu vestido é a tempestade
uma mulher descerá o morro
e ainda que seu sangue caia
ferida incessante no asfalto do Estácio
e ainda que anunciem sua morte
[e sim, ainda que a comemorem]
esta mulher ninguém poderá parar"
Micheliny Verunschk, 15 de março de 2018, a manhã seguinte à execução de Marielle Franco.
Querida Amanda,
ResponderExcluirAndo triste, decepcionado, sem palavras - não as encontro nem para alento próprio. Navegamos para um mar revolto, sem lastro e sem esperança. Não estamos cingidos pela verdade nem pela couraça da justiça, como está escrito na Carta de Paulo aos Efésios.
Efésios 6, 13-17
"Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estais, pois, firmes tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçados os pés na preparação do evangelho da paz, tomando sobretudo o escudo da fé ...
Um abraço
Paulo