Fonte Youtube: Felix Baumgartner Space Jump World Record 2012 Full HD 1080p [FULL]
Veja também: Red Bull Stratos FULL POV | Felix Baumgartner's Stratosphere Jump
Felix Baumgartner (Salzburgo, 20 de abril de 1969) é um paraquedista e base jumper austríaco.
No dia 14 de outubro de 2012 fez o salto em maior altitude de todos os tempos (39 mil metros), e bateu um recorde estabelecido em 1960 por Joseph Kittinger.
Após ser adiado por 2 vezes (primeiramente foi marcado para o dia 09/10 e depois para 12/10) devido ao mau tempo, Felix saltou no dia 14 de outubro de 2012 de uma cápsula levada por um balão à estratosfera por volta das 15h05min (horário local de Roswell-EUA). A subida demorou 2h30min.
Para saltar, teve de respirar oxigênio puro para eliminar o nitrogênio de seu sangue, que poderia se expandir em alturas elevadas e com isso ameaçar sua saúde.
Com o sucesso do salto, o austríaco afirmou que quer “inspirar a próxima geração”. “Quero ajudar quem quiser vir e quebrar meu recorde”, contou ele.
Red Bull Stratos:
Red Bull Stratos foi um projeto realizado no dia 14 de outubro de 2012 que envolveu o paraquedista e base jumper austríaco Felix Baumgartner, e que foi patrocinado pela Red Bull. O projeto teve como objetivo quebrar vários recordes ao mesmo tempo e ajudar a contribuir em pesquisas científicas.
Preparativos e Treinamentos
Os preparativos para esta missão começaram em 2007. Felix Baumgartner, que tem o apelido de Felix Sem Medo recebeu um longo tratamento psicológico. Por ser claustrofóbico, ele sofria ataques de pânico toda vez que tinha que vestir o macacão e o capacete reforçado para deixá-lo totalmente isolado do ambiente hostil durante o salto. Assim, ele foi submetido a um acompanhamento psicológico realizado por Michael Gervais, especializado em atender esportistas de aventura. A equipe técnica também contribuiu para Baumgartner superar a claustrofobia e criou um procedimento detalhado antes do salto para manter sua mente ocupada e longe dos medos.
Além disso, o salto estava cercado de riscos, já que Baumgartner poderia perder a consciência e sofrer uma hemorragia cerebral caso começasse a rodar de forma descontrolada.
Perigos
A estratosfera é um ambiente extremamente hostil, com pouca presença de oxigênio e temperaturas baixíssimas, que chegam abaixo de -50 C°. Com isso, o paraquedista poderia morrer congelado ou por asfixia.
Qualquer dano à sua roupa especial poderia fazer com que o ar escapasse, provocando uma despressurização do equipamento. Isso poderia ocasionar a formação de bolhas de gás no sangue (conhecida como embolia gasosa). Ou seja, o paraquedista sofreria um efeito de como se ele estivesse sendo fervido por dentro. Ou seja, morte instantânea.
Baumgartner precisava saltar em uma posição previamente calculada, evitando a perda de controle do voo. Caso ele começasse a rodar, ele poderia desmaiar e continuar girando até que as forças aplicadas sobre seu corpo rompessem o seu tronco encefálico. (De fato ele chegou a rodopiar fortemente, mas conseguiu estabilizar).
O paraquedista poderia vomitar dentro do capacete e ter sua visualização do exterior e da linha do horizonte obstruída, ficando assim completamente desorientado.
Ninguém, até então, sabia como o corpo humano livre (protegido apenas pelo traje especial) iria se comportar ao ultrapassar a barreira do som, já que ninguém tinha conseguido a tal proeza até então.
Equipamentos e Vestimentas
Cápsula
A cápsula foi desenvolvida especialmente para este projeto. Ela possuiu mais de 1.300 quilos e espaço útil de 1,80 metros. Além de manter o aventureiro em segurança durante a subida, a cápsula possuía todos os instrumentos de navegação, câmeras e também um sistema de segurança. Ela também seria quase indestrutível, em caso de um impacto.
Balão
Foi utilizado um balão com aproximadamente 850 milhões de metros cúbicos de hélio. Contando com o peso da cápsula, todo o sistema do balão pesou ao redor de 3200 kg.
Traje
O traje especial pressurizado foi feito baseado nos equipamentos utilizados pelos astronautas. O material utilizado é resistente ao fogo e funciona como isolante térmico. A roupa pesou aproximadamente 13 quilos, sem considerar o capacete e o visor. O traje completo levava quase duas horas para ser colocado e verificado.
Capacete
O capacete também foi pressurizado. O equipamento possuiu mecanismos de aquecimento interno para que o visor não embaciasse ou congelasse. Esse visor ainda contava com uma película protetora contra os raios ultravioleta. Dentro do capacete, haviam também um microfone de comunicação, o canal que levava 100% de oxigênio e um dispositivo que despejava alimentos no estado líquido na boca do tripulante. Ao todo, o capacete pesava pouco mais de 3,5 kg.
Sistemas de segurança, comunicação e localização
Preso ao seu tórax, Baumgartner carregou durante o salto, uma espécie de bolsa na qual estavam todos os dispositivos eletrônicos responsáveis pela sua comunicação com a equipe de solo, o monitoramento de seus sinais vitais e o seu rastreamento no globo terrestre (um GPS melhorado), além do IMU (“Unidade de Medida Inercial”), que registrou todos os dados (altura, velocidade, tempo de queda, etc.), e uma câmera de alta definição com ângulo de visão de 120°. Fora dessa caixa, foi acoplado ao traje um dispositivo designado "CYPRES 2", que seria acionado automaticamente em caso de emergência.
Paraquedas
Além dos dois paraquedas tradicionais (o principal e o reserva), o paraquedista ainda contou com um paraquedas específico para estabilizar o seu voo caso ele começasse a girar. Nas laterais do macacão, existiam mecanismos para cortar algum dos paraquedas caso ele se enrolasse.
Treinamentos
Na sua preparação Baumgartner realizou vários saltos, entre eles, um a 20 km de altitude que atingiu 580 km/h.
O Salto
“Quando você está no topo do mundo, torna-se mais humilde. Eu não pensava em recordes, nada disso. Só não queria morrer na frente dos meus pais e da minha namorada, que estavam me vendo. Era só nisso que eu pensava. Pensei em todo mundo que estava me vendo, torcendo por mim... Às vezes, é preciso ir muito alto para compreender quão pequenos somos!”
Felix Baumgartner
A Complexidade do Projeto
Por causa da complexidade do projeto, condições climáticas perfeitas eram fundamentais para o sucesso da missão. Assim, inicialmente marcado para o dia 09/10/2012, e após mais dois adiamentos devido ao forte vento, o salto "estratosférico" finalmente ocorreu no dia 14 de Outubro de 2012. A missão, bem sucedida, levou Baumgartner a aproximadamente 39 quilómetros de altura, na estratosfera sobre o Novo México num balão de hélio, fazendo uma queda-livre e depois usando um paraquedas. Chegou a alcançar a velocidade de 1.342 quilómetros por hora (em condições normais -- pressão 1 atm e temperatura 20oC -- no ar denso da atmosfera terrestre a velocidade do som é de 1.234 km/h, enquanto na estratosfera devido ao ar rarefeito o valor tipico é 1.110 km/h, segundo a missão que coordenou o salto).
A Expectativa de Recordes
Com o salto, Baumgartner esperava superar 4 recordes: ser o primeiro humano a superar a velocidade do som sem ajuda mecânica; realizar o mais alto salto de paraquedas, subir ao ponto mais distante da Terra e protagonizar a queda livre mais longa. Destes, os 3 primeiros foram superados. A queda livre de Baumgartner foi de 4 min e 19 seg, o que não permitiu que ele batesse o recorde mundial nesta modalidade, que era de 4 min e 36 seg.
A queda livre foi prevista para cinco ou seis minutos, mas acabou por durar 4:19. O salto total (sem haver contato com o chão) durou aproximadamente dez minutos.
O Salto em Números
Tempo de Subida: 2 horas e 35 minutos
Tempo de Queda Livre: 4.19 min
Duração do Salto: 9.3min
Velocidade Máxima atingida em Queda Livre: 1357,6km/h (atingida durante os primeiros 40 segundos de queda)
Altitude Máxima : 128.097 pés (ou 38 969,4 metros)
Os Recordes
Primeira pessoa a romper a barreira do som em queda livre (atingiu a velocidade de 373 metros por segundo = 1,24 vezes a velocidade do som)
O salto mais alto de todos os tempos (39.045m de altitude)
Maior distância vertical percorrida (36.529m)
O pulo de paraquedas mais alto (39.045m de altitude).
A transmissão ao vivo de seu salto da estratosfera tornou-se o vídeo ao vivo com maior número de visualizações simultâneas: 8 milhões (pico).
O Legado
O projeto visou contribuir em vários aspectos científicos. Dentre eles:
Ajudar no desenvolvimento de roupas espaciais, isso poderá ajudar até em caso de emergência, com o astronauta saindo da nave e reentrando na atmosfera.
Ajudar no desenvolvimento de protocolos de exposição a altas altitudes e altas acelerações.
Ajudar na exploração dos efeitos do corpo humano em acelerações e desacelerações supersônicas.
Ajudar a desenvolver paraquedas no estado da arte, envolvendo maior segurança e precisão.
Assim, o legado deixado por essa missão foi proporcionar aos cientistas descobertas importantes para a melhoria da segurança dos programas espaciais, principalmente no tocante a maneiras de escape dos astronautas durante emergências em altitudes muito elevadas.
Curiosidades
A data do salto (14 de outubro) coincidiu com o 65.º aniversário da primeira vez que a barreira do som foi rompida. O feito foi do americano Chuck Yeager, a bordo de um Bell X-1, no dia 14 de outubro de 1947.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gratidão!