Helena Cristina adorava Anita e mal tinha saído da adolescência quando encantou-se com Alfredo Percalço, um jovem sem causa, do hard-rock rebelde e destemperado da comunidade local. Alfredo a princípio não retornou o encanto. Helena num segundo momento conheceu Cezar Polaco, e desistiu do desencanto. Viveram felizes para sempre.
Imaculada Graciosa, fã de Ariana Grande, havia concluído o ensino médio, fez Enem para qualquer coisa que passasse. Tinha cabelos soltos, vestido solto, alma solta e paixão presa a Tolentino Radameny, um mauricinho filho de comerciante bem sucedido da comunidade. Tolentino retornou o sentimento, fez juras de amor, mas tinha ideia fixa em ser alguém. Lalada acreditava que o alguém já o somos. Lalada encontrou um porto seguro em Lázaro Gouveia e foi feliz enquanto durou. Tolentino não deu conta da realidade, aprisionou-se no mundo bi-dimensional onde só existe o certo e o errado, fugiu de si, perdeu seu grande amor e foi infeliz para sempre, ouvindo música brega do anos 1970.
Margareth Kettlem curtia MPB quando iniciou o curso de ciências sociais. Ali conheceu Alberto Gomès, um caribenho descolado, vegano de ervas finas cultivadas em estufa com energia solar. Alberto a ensinou os passos do Mambo e foram felizes para sempre até que Margô enjoou daquele ritmo, optou pelo blue jazz, mas aí é outra historia, onde entra Geraldinho do Sax.
Cresolda Garcia amava valsas vienenses e sertanejo universitário, sonhava com contos de fada, lia todos os livros românticos, chorava em todos os filmes de final feliz. Enamorou de Kreto, mas desdenhou das suas notas graves. Enamorou de Jota Lima, mas detestava seu gosto por jazz. Enamorou de Peter Blair, mas assustou com seu péssimo gosto por pagode. Enamorou de Dedé Juras, mas foi desqualificado pelo amor ao funk. Enamorou de Deoclides Rocha, mas condenou-o pelo péssimo gosto por som experimental. Enamorou-se deste mas era cantor de bar, daquele mas era muito desafinado, daquele outro mas não conhecia Strauss e Zoldinha até hoje espera o príncipe no cavalo branco.
É isto aí!
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