terça-feira, 30 de abril de 2019

Beth Carvalho, eu te amo

Eu sou apaixonado pela Portela - culpa da Beth Carvalho
Eu sou apaixonado pelo samba - culpa da Beth Carvalho
Eu sou apaixonado pela liberdade - culpa da Beth Carvalho

Na verdade, eu amo a Beth Carvalho. Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no dia 5 de maio de 1946, no Rio de Janeiro. Filha de João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair Santos Leal, foi incentivada a gostar de música desde a infância e cresceu ouvindo as canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, grandes amigos de seu pai. Influenciada por todo esse ambiente, Beth começou a cantar nas festinhas e reuniões musicais dos anos 60.

Em 1964, seu pai foi cassado pelo golpe militar e para ajudar sua família nesse momento difícil, Beth começou a dar aulas de violão para 40 alunos. No ano seguinte, gravou seu primeiro compacto simples, com a canção “Por Quem Morreu de Amor”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Em 1966, já inserida no mundo do samba, participou do show “A Hora e a Vez do Samba”, ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela.

De toda a obra, ainda me encanta, Beth, hoje, que você encontrou Noel Rosa no céu e muitos outros bambas do samba, é Folhas Secas.

Até um dia, Beth - eu te amo.



Compositores: GUILHERME DE BRITO / NELSON CAVAQUINHO

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha estação primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando
Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão
E da minha mocidade
Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha estação primeira
Não sei  quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando
E assim vou me acabando

É isto aí, Beth!

A dor de Brumadinho é a dor de Minas

FONTE: Jornal O TEMPO  

Por NATÁLIA OLIVEIRA | SIGA PELO TWITTER @OTEMPO 30/04/19 - 11h06

   Foto: Movimento Atingidos pela Vale

Placas com os nomes das vítimas de Brumadinho são colocadas na sede da Vale. O protesto acontece no dia em que a Vale realiza a sua primeira Assembleia de Acionistas após a tragédia

A sede da Vale em Botafogo, no Rio de Janeiro, amanheceu, nesta terça-feira (30), com 270 placas em suas escadas com os nomes de cada uma das vítimas do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O protesto foi feito pela Articulação de Atingidos e Atingidas pela Vale e acontece no dia em que a Vale realiza a sua primeira Assembleia de Acionistas após a tragédia. Nas placas estão escritos os nomes dos 233 mortos identificados e das 37 pessoas que ainda estão desaparecidas. Há ainda uma placa com o escrito "Vale assassina".

"A iniciativa procura impedir que a dor das centenas de famílias mais duramente afetadas caia no esquecimento, e cobrar um posicionamento efetivo daqueles que de fato podem atuar sobre a conduta da empresa: os acionistas", informou o movimento.

Acionistas críticos que fazem parte da Articulação de Atingidos e Atingidas pela Vale "irão pedir a rejeição do Relatório de Administração referente às atividades da empresa no último período, além de exigir a paralisação integral das atividades da mineradora e a destituição completa de sua diretoria. Tais medidas, segundo os acionistas, são necessárias frente à situação de completa indeterminação do risco inerente às atividades da Vale", considerou o movimento.

A articulação ressalta que só em Minas Gerais são 17 barragens da mineradora e que cerca de mil pessoas tiveram que deixar suas casas por causa do risco nas barragens da empresa.

Drone sobrevoa USIMINAS - Ipatinga/MG (Fantástico)

domingo, 28 de abril de 2019

Defenestração (Luis Fernando Verissimo)

Alto lá!
Confesso que copiei e colei esta crônica
Autor - Luiz Fernando Veríssimo
Fonte - O Analista de Bagé. 6ª ed. Porto Alegre.
Editora - L&PM ed. 1981. p. 29-31

Defenestration of Prague.

Certas palavras tem o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A falácia Amazônica . A misteriosa falácia Negra.

     Hermeneutas deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.

     -Os hermeneutas estão chegando!

     -Olha, agora é que ninguém vai entender mais nada...

     Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisa recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.

     -Alô...
     - O que é que você quer dizer com isso?...

     Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
     - Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.

     Plúmbeo devia ser o barulho que o corpo faz ao cair na água

     Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.

     A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um som lúbrico. Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
     -Defenestras?

     A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas...Ah, algumas defenestravam.
     Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria assim defenestradores profissionais.
     Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? "Nestes termos, pede defenestração..." Era uma palavra cheia de implicações. Devo tê-la usado uma ou outra vez, como em:
     -Aquele é um defenestrado.
     Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada era a palavra exata.

     Um dia finalmente procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. "Defenestração" vem do francês defenestration. Substantivo feminino, ato de atirar alguém ou algo pela janela.

Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal,não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?

     Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo.

     -Les defenestrations. Devem ser proibidas.

     -Sim, monsieur le ministre.

     -São um escândalo nacional. Ainda mais agora, com os novos prédios.

     -Sim, monsieur le ministre.

     -Com prédios de três, quatro andares, ainda era admissível. Até divertido. Mas daí para cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: interdit de defenestrer. Os transgressores serão multados.. Os reincidentes serão presos.

     Na bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes.

É isto aí!


Anoushka Shankar - Lasya

sábado, 27 de abril de 2019

Os amantes

Rachell luz feat. Zeca Baleiro - Flor da Pele (Zeca Baleiro)

Ando tão a flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão a flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão a flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão a flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final
Um barco sem porto
Sem rumo sem vela
Cavalo sem cela
Um bicho solto um cão sem dono
um menino um bandido
Ás vezes me preservo
Noutras suicido
óh, sim... eu estou tão cansado
Mais não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
(oh, minha haney baby)
Que eu não acredito mais em você
Eu não preciso... de muito dinheiro
Graças á Deus, mais eu vou tomar
Aquele velho navio
...aquele velho navio...
Um barco sem porto
Sem rumo sem vela
Cavalo sem cela
Um bicho solto um cão sem dono
um menino um bandido
Ás vezes me preservo
Noutras suicido...

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Um dia eu queria me devolver para você.



Minas Gerais, 25 de abril de 2019

Tem dia que sinto a sua falta. Tem dia que sinto muito a sua falta. Hoje mesmo quis pular umas etapas da memória e ir direto ao seu encontro. Dói, não é? Dói prá caramba. Não tenho mais seu telefone, perdi o contato com seus olhos. Sabe, ainda sei a data do seu aniversário, isto mesmo, eu sei o dia que comemoro sozinho o  seu nascimento.

Tem dia que sinto ausência. É uma ausência tão dolorida, tão ruim, toda ausência é criminosa. Nestes dias eu choro. Não é a sua falta, a saudade, é você não estar preenchendo este imenso vazio que habita minha vida. Deveriam existir regras claras para ausências. Se eu olho e você não está, não está e pronto, mas fica muito ruim ... muito ruim.

Hoje eu fiquei feliz, queria te contar como fiquei feliz, queria ver seus olhos sorrindo, em festa, olhando meus olhos felizes e eu sei que seria assim. Eu sei, a merda toda é esta. Eu sei! Mas você, claro, não estava, eu errei, você errou, eu errei de novo e pronto, perdi você e ganhei o prêmio de ser e estar triste em presídio de segurança máxima..

Amanhã eu vou ficar triste, já sei disto. Depois de amanhã vou ficar triste também. Tudo por que hoje tive este lúmen de felicidade, mas não era felicidade, não era você, não era pra te contar isto. Não era. Não era. Não, não era. Na verdade, e seja lá o que for a verdade, que mundo maluco é este? Como pude ser tão capaz de chegar  até aqui?

Como sabe, eu amo sua boca falando palavras proparoxítonas, articulando músculos, ligamentos, movendo os lábios, seus lábios, tão bonitos são seus lábios. Como sabe, eu amo seus olhos, o sorriso deles, a alegria reluzente deles. Um dia eu queria te encontrar, já sei que você vai brigar comigo, não ligo, um dia eu queria me devolver para você.  

Desculpe, não sei escrever cartas, não sei falar sem ter você no conteúdo. Não sei, não sei, não sei mesmo. Ontem quase que, gente, que doideira, ontem eu arquitetei um plano de fuga para te ver. Sabe, ainda tenho aquele retrato do seu rosto triste sob uma arco de flores, seu olhar está triste, vago, despido de alegria. Seu olhar não estava naquela órbita terrestre. Então é isto.

É isto aí!

terça-feira, 23 de abril de 2019

Os deboches de seu sósia


Uma análise do conto William Wilson de Edgar Allan Poe
Fonte: UFRGS

Em seu conto “William Wilson”, Edgar Allan Poe conta-nos a história de um rapaz que encontra, logo no primeiro dia de escola, um colega com o mesmo nome que o seu. Mas as semelhanças não se limitam ao nome, em tudo eles são iguais: na forma de agir, na forma de andar, na forma de falar e de se vestir, sendo a única diferença palpável (ou, mais corretamente, indicada pelo narrador) a voz deste duplo, que era sempre sussurrada.

No princípio da história, o narrador e seu doppelganger eram apenas colegas de escola, que se detestavam levemente por serem tão parecidos. Interessantemente, a coisa que mais causava asco e desprezo do narrador pelo seu sósia era a maneira protetora com que ele o tratava. O duplo sempre dava conselhos para o narrador, que os desprezava, mas que admite que, se tivesse os seguido, não teria caído na desgraça que caiu. Após concluir o ensino fundamental, o narrador entra em uma espiral de decadência moral e espiritual, envolvendo-se em orgias, traições e jogos de azar, enredando-se cada vez mais neste mundo sombrio. Porém, certa vez, quando iria tirar todo o dinheiro de um colega de universidade num jogo de cartas, um certo estranho, que se vestia da mesma maneira que o narrador, interveio, e denunciou o golpe armado por este. Depois disto, o narrador fugiu da Inglaterra para o continente europeu, e toda vez que iria praticar um crime ou atentado à ética, seu sósia apareceria e o entregaria.

É interessante notar que, desde os tempos de escola, o narrador falava sobre sua relação competitiva com seu duplo, e como ele estava sempre na defensiva, temendo ser subjugado por este, mas nunca falou de forma direta sobre a relação deste outro William Wilson com os outros colegas. Ele apenas diz que ele era o segundo na hierarquia estudantil, atrás apenas do outro Wilson, mas nunca disse se isto era um “consenso” entre todos os estudantes ou se assim ele acreditava que fosse.

Apenas o narrador notava os deboches de seu sósia – a eterna imitação de suas maneiras – e apesar de ser grato por isto, sempre achou curioso como isto poderia acontecer. O narrador também odiava a forma aparentemente “superior” que seu duplo se comportava. Entretanto, no fim da história, quando Wilson consegue assassinar Wilson, e vê no lugar do corpo do rival, por breves instantes, um espelho refletindo sua face ensangüentada, fica claro que nunca existiu outro William Wilson: era ele, e sempre fora ele. Quando, ainda na escola, ele se dirige ao quarto de seu rival, ele percebe que não era o seu “irmão gêmeo perdido”, mas um garoto sem importância. Pensa que se iludira, mas não percebe que a sua ilusão não se restringia ao engano de quarto. Podemos imaginar que este duplo sussurrante fosse uma compensação para a fraqueza do supereu do personagem principal, anunciada logo nos primeiros parágrafos. Como forma de proteger-se, fantasiava que era denunciado por outrem quando na verdade ele próprio deveria denunciar-se, provavelmente de maneira inconsciente. No final da história, o narrador consegue assassinar seu implacável perseguidor, que estava sempre dentro de si, mas acaba com isso matando uma importante parte de si mesmo. Paradoxalmente, a partir deste momento é que ele se torna capaz de sentir culpa pelo que fez, pois talvez este seu supereu projetado não tenha morrido, mas se internalizado quando de sua “morte” externa.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

O som do espaço

Pesquisadores russos compartilham 'música' de pulsares Esse fenômeno forma um "som" criado no espaço


sábado, 20 de abril de 2019

Casa-da-mãe-Joana


Joana I, Rainha de Nápoles
Quando escuto rebuliços no longínquo reino das fadas pudicas, em Além trás-os-montes, chego a imaginar o murmúrio de moças viçosas, de origem peculiar, laureadas pela pompa de títulos demonstrados por tampinhas brilhantes estampadas no colo farto a deleitar a ternura de um astro estelar convulsionado e resplandecente.

Enquanto navego pela estrela esmaecida, em gozo pleno pelos seios fartos das moças de tampinhas no busto, passa na mente, num átimo, a possibilidade de, em nome da lei, da ética, da moral, dos bons costumes e da família,  existirem plêiades de  sicários  diluídos por entre vales, planícies e grotas do reino das fadas pudicas,  utilizando a "sica" para atacar romanos, arianos, godos, visigodos, tupys, tupynambás, bantos, celtas e demais simpatizantes de qualquer causa que não seja a sua.

Num cenário tão promissor como este, num dos meus delírios matinais, chego a contemplar que é até possível e compreensível, baseado num movimento globerg (um neo-movimento do mundo Matrix), que argutos déspotas supostamente esclarecidos, postos onde podem ser depostos, bafejem suas argutas temáticas pro-cinestéticas ou prostáticas, para uma platéia em êxtase pela disfunção ejaculatória do líder.

São nestes momentos de ternura e gratidão que inevitavelmente lembro de Joana I, a Rainha de Nápoles. É ela a causa justa do termo casa-da-mãe-joana. 

Casa-da-mãe-Joana

É um lugar em que todo mundo manda e faz o que bem entende.

O rei francês, de 1285 a 1314, Felipe IV, o Belo, resolveu comprar uma briga feia: 

Cobrar impostos sobre os bens da Igreja. 

A discussão foi tão séria que em 1303 o papa Bonifácio VII excomungou Felipe, que, em represália e por não ser tão belo assim, mandou que um de seus nobres, Guilherme de Nogaret, invadisse a Itália e prendesse o papa. 

Uma vez detido, Bonifácio VIII morreu na prisão e foi sucedido pelo Bento IX. Logo, logo, em 1305 assumia um novo papa, Clemente V, que, seguindo um gentil conselho de Felipe, transferiu a sede do papado, de Roma para a cidade provençal de Avignon.

Avignon foi residência de 7 papas, de 1309 a 1378, mas no início não era só dos papas, pertencia a uma napolitana, Joana I, rainha de Nápoles.

Linda e inteligente, Joana era mecenas de poetas e intelectuais. Ela se casou com o primo, Andrew, irmão de Luís I, da Hungria. Andrew foi assassinado numa conspiração que, dizem as más línguas, teve participação da própria esposa.

Furibundo, Luís invadiu Nápoles em 1348, obrigando Joana a se refugiar em Avignon. No mesmo ano, ela vendeu a cidade a Clemente V, com a condição de ser declarada inocente de sua participação na morte do ex-marido. Joana foi assassinada por seu sobrinho e herdeiro, Carlos de Anjou em 1382.

Enquanto ainda mandava e desmandava em Avignon, Joana resolveu regulamentar os bordéis da cidade. Uma de suas medidas foi estabelecer que todo bordel deveria ter uma porta por onde todos entrariam. Assim, cada prostíbulo ficou conhecido como “o paço da mãe” (a dona da cidade) Joana”, com o sentido de uma casa que está aberta a qualquer um.

A expressão viajou até Portugal e veio para o Brasil, onde a palavra paço, de uso pouco popular, foi logo substituída por casa.

Obs.:

As informações históricas sobre Joana e sua história foi extraída no livro “A casa da Mãe Joana – Curiosidades nas origens das palavras, frases e marcas”. A obra é de Reinaldo Pimenta e foi publicada pela Campus Editora.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

A menor Constituição do mundo.

Alto lá! Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Autor: Paulo Coelho
Fonte: G1

Urban Arts


Um grupo de sábios judeus reuniu-se para tentar criar a menor Constituição do mundo.

Se alguém fosse capaz de definir – no espaço de tempo que um homem leva para equilibrar-se em um só pé – as leis que deviam reger o comportamento humano, este seria considerado o maior de todos os sábios.

“Deus pune os criminosos”, disse um.

Os outros argumentaram que isto não era uma lei, mas uma ameaça; a frase não foi aceita.

“Deus é amor”, comentou outro.

De novo, os sábios não aceitaram a frase, dizendo que ela não explicava direito os deveres da humanidade.

Neste momento, aproximou-se o rabino Hillel. E, colocando-se num só pé, disse:

“Não faça com seu próximo aquilo que você detestaria que fizessem com você; esta é a Lei. Todo o resto é comentário jurídico”.

E o rabino Hillel foi considerado o maior sábio de seu tempo.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

A distração e as estratégias da manipulação de massa - Noam Chomsky


A distração e as estratégias da manipulação de massa

Fonte: Noam Chomsky - The 10 Media Manipulation Strategies
https://pt.scribd.com/document/292109515/Noam-Chomsky-The-10-Media-Manipulation-Strategies


Distração
A mais recorrente das estratégias de manipulação massiva é a distração. Consiste basicamente em direcionar a atenção do público para tópicos irrelevantes ou banais. Desta forma, eles mantêm as mentes das pessoas ocupadas, desviando a atenção delas dos temas e das informações que realmente importam.

Para distrair as pessoas, abarrotam suas mentes de informações. Muita importância é dada, por exemplo, a eventos esportivos. Também aos shows às curiosidades, etc. Isso faz com que as pessoas percam de vista quais são seus reais problemas.

Problema-reação-solução
Às vezes o poder, deliberadamente, deixa de assistir ou assiste de forma deficiente certas realidades. Eles fazem dessa visão dos cidadãos um problema que exige uma solução externa. E propõem a solução eles mesmos.

Essa é uma das estratégias de manipulação em massa para tomar decisões que são impopulares. Por exemplo, quando eles querem privatizar uma empresa pública, intencionalmente diminuem sua produtividade. No final, isso justifica a venda.


Gradualidade
Esta é outra das estratégias de manipulação maciça para introduzir medidas que normalmente as pessoas não aceitariam. Consiste em aplicá-las pouco a pouco, de forma que sejam praticamente imperceptíveis.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a redução dos direitos trabalhistas. Em diferentes sociedades têm-se implementado medidas, ou formas de trabalho, que acabam fazendo com que o trabalhador não tenha garantia de segurança social normal.

Adiar
Esta estratégia consiste em fazer com que os cidadãos pensem que estão tomando uma medida que temporariamente é prejudicial, mas que no futuro pode trazer grandes benefícios para toda a sociedade e, claro, para as pessoas individualmente.

O objetivo é que as pessoas se acostumem com a medida e não a rejeitem, pensando no suposto bem que trará amanhã. No momento, o efeito da “normalização” já operou e as pessoas não protestam porque os benefícios prometidos não chegam.

Infantilizar o público
Muitas das mensagens televisivas, especialmente as publicidades, tendem a falar ao público como se este fosse uma criança. Usam gestos, palavras e atitudes que são conciliadoras e impregnadas de uma certa aura de ingenuidade.

O objetivo é superar as resistências das pessoas. É uma das estratégias de manipulação massiva que busca neutralizar o senso crítico das pessoas. Os políticos também empregam essas táticas, às vezes se mostrando como figuras paternais.

Apelar para as emoções
As mensagens que são projetadas a partir do poder não têm como objetivo a mente reflexiva das pessoas. O que eles procuram principalmente é gerar emoções e atingir o inconsciente dos indivíduos. Por isso, muitas dessas mensagens são cheias de emoção.

O objetivo disso é criar uma espécie de “curto-circuito” com a área mais racional das pessoas. Com emoções, o conteúdo geral da mensagem é capturado, não seus elementos específicos. Desta forma, a capacidade crítica é neutralizada.


Criar públicos ignorantes
Manter as pessoas na ignorância é um dos propósitos do poder. Ignorância significa não dar às pessoas as ferramentas para que possam analisar a realidade por si mesmas. Diga-lhe os dados anedóticos, mas não deixe que ele conheça as estruturas internas dos fatos.

Manter-se na ignorância também significa não dar ênfase à educação. Promover uma ampla lacuna entre a qualidade da educação privada e a educação pública. Adormecer a curiosidade de conhecimento e dar pouco valor aos produtos de inteligência.

Promover públicos complacentes
A maioria das modas e tendências não são criadas espontaneamente. Quase sempre são induzidas e promovidas a partir de um centro de poder que exerce sua influência para criar ondas massivas de gostos, interesses e opiniões.

A mídia geralmente promove certas modas e tendências, a maioria delas em torno de estilos de vida tolos, supérfluos ou até mesmo ridículos. Eles convencem as pessoas de que se comportar assim é “o que está na moda”.

Reforço da autocensura
Outra estratégia de manipulação de massa é fazer as pessoas acreditarem que elas, e somente elas, são as culpadas de seus problemas. Qualquer coisa negativa que aconteça a eles, depende apenas delas mesmas. Desta forma,  fazem a pessoa acreditar que o ambiente em que vive é perfeito e que, se ocorrer uma falha, ela é de responsabilidade do próprio indivíduo.

Portanto, as pessoas acabam tentando se encaixar em seu ambiente e se sentindo culpadas por não conseguir. Elas deslocam a indignação que o sistema poderia causar, para uma culpa permanente direcionada a si mesmos.

Conhecimento profundo do ser humano
Durante as últimas décadas, a ciência conseguiu coletar uma quantidade impressionante de conhecimento sobre a biologia e a psicologia dos seres humanos. No entanto, todo esse patrimônio não está disponível para a maioria das pessoas.

Apenas uma quantidade mínima de informações está disponível ao público. Enquanto isso, as elites dominam todo esse conhecimento e o usam conforme a sua conveniência. Mais uma vez, fica claro que a ignorância facilita a ação do poder sobre a sociedade.

Todas essas estratégias de manipulação de massa visam manter o mundo sob o comando dos mais poderosos. Visam bloquear a capacidade crítica e a autonomia consciente da maioria das pessoas. No entanto, toda essa situação depende de nos deixarmos ser passivamente manipulados. Ou de a ela oferecermos o máximo de resistência possível.

Texto original:
https://pt.scribd.com/document/292109515/Noam-Chomsky-The-10-Media-Manipulation-Strategies


Avram Noam Chomsky
Born: 07.12.1928. Died: /
Avram Noam Chomsky is an American linguist, philosopher, cognitive scientist, historian, and activist. He is an Institute Professor and Professor (Emeritus) in the Department of Linguistics & Philosophy at MIT, where he has worked for over 50 years. Chomsky has been described as the "father of modern linguistics" and a major figure of analytic philosophy. His work has influenced fields such as computer science, mathematics, and psychology. Chomsky is credited as the creator or co-creator of the Chomsky hierarchy, the universal grammar theory, and the Chomsky–Schützenberger theorem.
Ideologically identifying with anarchism and libertarian socialism, Chomsky is known for his critiques of U.S. foreign policy and contemporary capitalism, and he has been described as a prominent cultural figure. His media criticism has included Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media (1988), co-written with Edward S. Herman, an analysis articulating the propaganda model theory for examining the media.
According to the Arts and Humanities Citation Index in 1992, Chomsky was cited as a source more often than any other living scholar from 1980 to 1992, and was the eighth most cited source overall. Chomsky is the author of over 100 books.


Noam Chomsky has compiled a list of the ten most powerful and efficacious strategies used by “masters of the world” to establish a manipulation of the population through the media. The strategies are so well-elaborated that even the countries with the best educational systems, succumb to the power and terror of those mafias. Many things are reported in the news but few are explained.

The journalistic tendency to balance stories with two opposing views leads to a tendency to ‘build stories around a confrontation between protagonists and antagonists’ (Ricci 1993: 95). Issues such as garbage and sewage sludge only get coverage, despite their importance, when there is a fight over the siting of a landfill or incinerator and the coverage is then on the ‘anger and anguish of affected citizens, or the conflicting claims of corporate spokesmen, government regulators and environmental activists’ rather than the issues and technical background to them (Gersh 1992: 16).

The job of media is not to inform, but to misinform: Divert public attention from important issues and changes decided by the political and economic elites, by the technique of flood or continuous flood of distractions and insignificant information.

Journalists who have access to highly placed government and corporate sources have to keep them on their side by not reporting anything adverse about them or their organizations. Otherwise they risk losing them as sources of information. In return for this loyalty, their sources occasionally give them good stories, leaks and access to special interviews. Unofficial information, or leaks, give the impression of investigative journalism, but are often strategic manoeuvres on the part of those with position or power (Ricci 1993: 99). ‘It is a bitter irony of source journalism… that the most esteemed journalists are precisely the most servile. For it is by making themselves useful to the powerful that they gain access to the “best” sources’ (quoted in Lee and Solomon 1990: 18).

The 10 media manipulation strategies

01. The strategy of distraction:

The primary element of social control is the strategy of distraction which is to divert public attention from important issues and changes determined by the political and economic elites, by the technique of flood or flooding continuous distractions and insignificant information.

Distraction strategy is also essential to prevent the public interest in the essential knowledge in the area of the science, economics, psychology, neurobiology and cybernetics.

Quote from text Silent Weapons for Quiet Wars: “Maintaining public attention diverted away from the real social problems, captivated by matters of no real importance. Keep the public busy, busy, busy, no time to think, back to farm and other animals”.


02. Create problems, then offer solutions:

This method is also called “problem -reaction- solution.”

It creates a problem, a “situation” referred to cause some reaction in the audience, so this is the principal of the steps that you want to accept.

For example: Let it unfold and intensify urban violence, or arrange for bloody attacks in order that the public is the applicant’s security laws and policies to the detriment of freedom; Or create an economic crisis to accept as a necessary evil retreat of social rights and the dismantling of public services.


03. The gradual strategy:

Acceptance to an unacceptable degree, just apply it gradually, dropper, for consecutive years.

That is how they radically new socioeconomic conditions (neoliberalism) were imposed during the 1980s and 1990s: • the minimal state
• privatization
• precariousness
• flexibility
• massive unemployment
• wages
• do not guarantee a decent income,
...so many changes that have brought about a revolution, if they had been applied once.


04. The strategy of deferring:

Another way to accept an unpopular decision is to present it as “painful and necessary”, gaining public acceptance, at the time for future application.

It is easier to accept that a future sacrifice of immediate slaughter:
First, because the effort is not used immediately
Then, because the public, masses, is always the tendency to expect naively that “everything will be better tomorrow” and that the sacrifice required may be avoided

This gives the public more time to get used to the idea of change and accept it with resignation when the time comes.


05. Go to the public as a little child:

Most of the advertising to the general public uses speech, argument, people and particularly children’s intonation, often close to the weakness, as if the viewer were a little child or a mentally deficient.

The harder one tries to deceive the viewer look, the more it tends to adopt a tone infantilizing.

Why? (see Silent Weapons for Quiet Wars)  “If one goes to a person as if she had the age of 12 years or less, then, because of suggestion, she tends with a certain probability that a response or reaction also devoid of a critical sense as a person 12 years or younger.” 


06. Use the emotional side more than the reflection:

Making use of the emotional aspect is a classic technique for causing a short circuit on rational analysis, and finally to the critical sense of the individual.

Furthermore, the use of emotional register to open the door to the unconscious for implantation or grafting ideas, desires, fears and anxieties, compulsions, or induce behaviors…


07. Keep the public in ignorance and mediocrity:

Making the public incapable of understanding the technologies and methods used to control and enslavement.

How? (see Silent Weapons for Quiet Wars) “The quality of education given to the lower social classes must be the poor and mediocre as possible so that the gap of ignorance it plans among the lower classes and upper classes is and remains impossible to attain for the lower classes.”

08. To encourage the public to be complacent with mediocrity:

Promote the public to believe that the fact is fashionable to be stupid, vulgar and uneducated…


09. Self-blame Strengthen:

To let individual blame for their misfortune, because of the failure of their intelligence, their abilities, or their efforts.

So, instead of rebelling against the economic system, the individual auto-devaluate and guilt himself, which creates a depression, one of whose effects is to inhibit its action.

And, without action, there is no revolution!


10. Getting to know the individuals better than they know themselves:

Over the past 50 years, advances of accelerated science has generated a growing gap between public knowledge and those owned and operated by dominant elites.

Thanks to biology, neurobiology and applied psychology, the “system” has enjoyed a sophisticated understanding of human beings, both physically and psychologically.

The system has gotten better acquainted with the common man more than he knows himself.

This means that, in most cases, the system exerts greater control and great power over individuals, greater than that of individuals about themselves.


sábado, 6 de abril de 2019

O Efeito Schumann


A Ressonância Schumann é um conjunto de picos no espectro na ELF (banda de frequências extremamente baixas) do espectro do campo eletromagnético terrestre, formado pela superfície da Terra e pelas camadas inferiores da ionosfera. As radiações eletromagnéticas causadas por tempestades elétricas são fontes das oscilações das ELF.

O fenômeno das ondas estacionárias terrestres tem seu nome em homenagem ao físico alemão Winfried Otto Schumann, que predisse matematicamente as mesmas em 1952. Schumann demonstrou que a Terra é cercada por um imenso campo eletromagnético, que vai do solo até cerca de 100km sobre nós. Esse campo pulsa, como se fosse o coração do planeta, e possui a frequência de ressonância de 7,83 Hz. Entretanto, 60 anos antes, o físico Nikola Tesla já havia detectado essa ressonância com sucesso enquanto estudava uma gigantesca tempestade de raios e trovões.

No âmbito da ciência, a Ressonância de Schumann é de interesse quase que exclusivo dos meteorologistas, que as usam para monitorar de maneira indireta o nível global de incidência de descargas elétricas na atmosfera.

Como nos afeta

A ressonância de Schumann nos afeta todos os dias, na verdade ela faz parte das nossas vidas. Ela é como uma batida de coração do planeta terra, fora dela, a vida perece.

Fonte do Youtube: Ressonância de Schumann 
Autores: ATECH-INFO 


Caso o vídeo não esteja disponível, clique aqui: Ressonância de Schumann

Ballet das meninas cegas Fernanda Bianchini