quinta-feira, 25 de abril de 2019

Um dia eu queria me devolver para você.



Minas Gerais, 25 de abril de 2019

Tem dia que sinto a sua falta. Tem dia que sinto muito a sua falta. Hoje mesmo quis pular umas etapas da memória e ir direto ao seu encontro. Dói, não é? Dói prá caramba. Não tenho mais seu telefone, perdi o contato com seus olhos. Sabe, ainda sei a data do seu aniversário, isto mesmo, eu sei o dia que comemoro sozinho o  seu nascimento.

Tem dia que sinto ausência. É uma ausência tão dolorida, tão ruim, toda ausência é criminosa. Nestes dias eu choro. Não é a sua falta, a saudade, é você não estar preenchendo este imenso vazio que habita minha vida. Deveriam existir regras claras para ausências. Se eu olho e você não está, não está e pronto, mas fica muito ruim ... muito ruim.

Hoje eu fiquei feliz, queria te contar como fiquei feliz, queria ver seus olhos sorrindo, em festa, olhando meus olhos felizes e eu sei que seria assim. Eu sei, a merda toda é esta. Eu sei! Mas você, claro, não estava, eu errei, você errou, eu errei de novo e pronto, perdi você e ganhei o prêmio de ser e estar triste em presídio de segurança máxima..

Amanhã eu vou ficar triste, já sei disto. Depois de amanhã vou ficar triste também. Tudo por que hoje tive este lúmen de felicidade, mas não era felicidade, não era você, não era pra te contar isto. Não era. Não era. Não, não era. Na verdade, e seja lá o que for a verdade, que mundo maluco é este? Como pude ser tão capaz de chegar  até aqui?

Como sabe, eu amo sua boca falando palavras proparoxítonas, articulando músculos, ligamentos, movendo os lábios, seus lábios, tão bonitos são seus lábios. Como sabe, eu amo seus olhos, o sorriso deles, a alegria reluzente deles. Um dia eu queria te encontrar, já sei que você vai brigar comigo, não ligo, um dia eu queria me devolver para você.  

Desculpe, não sei escrever cartas, não sei falar sem ter você no conteúdo. Não sei, não sei, não sei mesmo. Ontem quase que, gente, que doideira, ontem eu arquitetei um plano de fuga para te ver. Sabe, ainda tenho aquele retrato do seu rosto triste sob uma arco de flores, seu olhar está triste, vago, despido de alegria. Seu olhar não estava naquela órbita terrestre. Então é isto.

É isto aí!

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