Definitivamente, este país não é para amadores. Lembrei do Tom Jobim o grande maestro brasileiro até no nome, que profetizou nos anos 1970 que "este país não é para principiantes". As frases parecem iguais, mas amador pode ser qualquer um a qualquer tempo, logo a imensa margem de exclusão dos desvalidos e a minoria dos que determinam os rumos da nação é imensa, abissal, intangível.
Mas não tem nada mais nacional do que a negativa clássica elegante que afirma o nada sem nenhum constrangimento: Vou ver aqui e qualquer coisa te aviso.
Existiu no Brasil um jornalista, que foi uma figura ímpar, icônica, batizado como Sérgio Porto (1923/1968) , mais conhecido mesmo pelo pseudônimo Stanislaw Ponte Preta. Era o grande satírico da sociedade brasileira e usou a mais fina flor do humor sarcástico e cortante para rir das nossas idiossincrasias no começo dos anos 1950.
Foi o criador do antológico Febeapá – Festival de Besteiras que Assola o País. Seu estilo influenciou uma geração de humoristas, jornalistas e cronistas e deixou uma marca na cultura do brasileiro: a capacidade de rir de si mesmo.
Confira dez máximas, escolhidas entre centenas, de Stanislaw Ponte Preta:
- A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento.
- Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato.
- Política tem esta desvantagem: de vez em quando o sujeito vai preso em nome da liberdade.
- O sol nasce para todos. A sombra para quem é mais esperto.
- Há sujeitos tão inábeis que sua ausência preenche uma lacuna.
- Hoje em dia ninguém é bonzinho de graça.
- A diferença entre o religioso e o carola é que o primeiro ama a Deus, o segundo, teme.
- A dúvida dele não era a de que pudesse não ser um homem mas a de que talvez nem chegasse a ser um rato.
É isto aí!
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