terça-feira, 25 de abril de 2023

Everybody Loves Somebody - Dean Martin


" Everybody Loves Somebody " é uma canção escrita em 1947 por Irving Taylor e pelo pianista Ken Lane  e que ficou famosa por Dean Martin , que gravou e lançou sua versão em 1964.

Embora escrita quase 20 anos antes, em 1964 a música já havia sido gravada por vários artistas - incluindo Frank Sinatra - mas sem muito sucesso. Lane estava tocando piano para Dean Martin em suas sessões do LP Dream with Dean , e com uma hora ou mais de tempo de estúdio restante e uma música a menos, Lane sugeriu que Martin desse uma corrida em sua música. Dean foi agradável, e a pequena combinação de piano, guitarra, bateria e baixo executou uma versão relativamente tranquila e descontraída da música (coincidentemente, Martin a cantou quase 20 anos antes no programa de rádio de Bob Hope em 1948 , e também em Martin e Lewisprograma de rádio da NBC mais ou menos na mesma época). Quase imediatamente, Martin regravou a música para seu próximo álbum, desta vez com uma orquestra completa e coro. Sua gravadora, Reprise Records , ficou tão entusiasmada com o potencial de sucesso dessa versão que intitulou o LP Everybody Loves Somebody para capitalizá-lo.


Fonte Youtube: gavinwb1

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Todo mundo ama alguém alguma vez
Todo mundo se apaixona de alguma forma
Algo no seu beijo me disse
Meu momento é agora

Todo mundo encontra alguém em algum lugar
Não há como dizer onde o amor pode aparecer
Algo no meu coração continua dizendo
Meu lugar é aqui

Se eu tivesse isso em meu poder
Eu organizaria para cada garota ter seu charme
Então, a cada minuto, a cada hora
Todo menino encontraria o que encontrei em seus braços

Todo mundo ama alguém alguma vez
E embora meu sonho estivesse atrasado
Seu amor fez valer a pena espera


Everybody Loves Somebody

Everybody loves somebody sometime
Everybody falls in love somehow
Something in your kiss just told me
My sometime is now

Everybody finds somebody someplace
There's no telling where love may appear
Something in my heart keeps saying
My someplace is here

If I had it in my power
I'd arrange for every girl to have your charms
Then every minute, every hour
Every boy would find what I found in your arms

Everybody loves somebody sometime
And although my dream was overdue
Your love made it well worth waiting
For someone like you

If I had it in my power
I would arrange for every girl to have your charms
Then every minute, every hour
Every boy would find what I found in your arms

Everybody loves somebody sometime
And although my dream was overdue
Your love made it well worth waiting
For someone like you


segunda-feira, 24 de abril de 2023

Santa Gemma Galgani

 

Fonte Wikipédia:

Gemma Maria Humberta Pia Galgani (Capannori, 12 de março de 1878 – Lucca, 11 de abril de 1903) foi uma religiosa e mística italiana, declarada santa pela Igreja Católica. Grande mística e uma das maiores e mais populares santas modernas da Igreja Católica.

Nascida Gemma Umberta Maria Galgani em 1878 em Camigliano, parte do município de Capannori, perdeu a mãe quanto tinha apenas sete anos. Crescendo com o pai e os irmãos em Lucca, estudou nas Irmãs Oblatas do Espírito Santo até o dia em que, devido a um fracasso, sua família perdeu todas as propriedades e se mudou para uma casa pobre na Via del Biscione (que depois se tornou via Santa Gemma Galgani). Lá, Gemma Galgani afirmou ter recebido os estigmas.

Rejeitada pelos mosteiros da cidade, foi adotada pela rica família Giannini, que lhes ofereceu pensão e hospedagem em sua própria casa, por cerca de quatro anos, na via del Seminario, em Lucca. Lá, Gemma viveu os últimos anos de sua jovem vida, assistida espiritualmente por Monsenhor Volpi, seu confessor, e pelo passionista Germano Ruoppolo, que mais tarde escreveu sua primeira biografia.

Sofrendo de tuberculose, foi removida, para prevenção, da casa dos Giannini e levada para uma casa vizinha, na via della Rosa, onde morreu aos 25 anos. Após sua morte, começou a construção de um mosteiro passionista em Lucca, como ela desejava ardentemente e onde seus restos mortais repousam.

Vai que é o destino

Fonte da imagem: nicepng

Ligou para determinado departamento de determinada empresa para falar com Fulano sobre o agendamento de uma entrevista de emprego indicado por um amigo em comum, o Dr. Beltrano. Depois de muitas tentativas, já desistindo, tentou a última chamada. - vai que é o destino que está me alertando para não fazer esta entrevista. O que não esperava era que o destino já havia cercado o enredo.

Do outro lado atendeu a voz, a melodia única, ímpar, inigualável de Fulana. Logo ela - jamais imaginou que ela poderia trabalhar ali e ainda por cima atender sua chamada. - tanta mulher para atender aquele telefone, quantas vezes procurou por  ela, quantas vezes sonhou com ela, quantas lágrimas, choros, lamentos, noites em claro por ela. E passou um filme de toda a sua vida em função deste amor dolorido, sufocante, alucinadamente passional. Nunca mais a viu desde o fim abrupto e sua ação estupidamente burra. Dali mudou de cidade, de emprego e agora sentia seu perfume, sua voz, a vida da sua vida. 

Ciclano? É você?

Começou a chorar, transpirar, tremer as mãos, a voz não saia, a garganta travou as cordas vocais e tudo girava em torno da saudade. Prendeu a respiração, fechou os olhos, suspirou fundo e sem ter a menor noção do que falar, permitiu que a emoção governasse o instante e disse - Fulana, você é o amor da minha vida. Assustado e em pânico, desligou o telefone e ficou andando em círculos em torno da pequena mesa da copa, falando como um mantra, repetidas vezes - merda, merda, merda.

Passados três dias, já mais tranquilo, refeito do susto, recebeu uma mensagem - já está mais calmo? Eu também te amo. Guardei seu número e resolvi dar um tempo para você se controlar. E foram felizes enquanto a felicidade iluminou a trilha do destino.

É isto aí!




Eu quando recebo a fatura do Cartão de Credito

Eu normal: Acho melhor resolver isto logo.

Eu inseguro: Será? Talvez uma postergação resolva

Eu paranormal: E se eu mentalizasse e a fatura desaparecesse?

Eu celestial: Melhor fazer o que fará bem ao maior número de pessoas. 

Eu infernal: Onde ganho mais? Onde prejudico mais?

Eu tímido: Será que irão saber? Alguém irá comentar?

Eu destemido: Vou lá, quebro o pau da barraca e deixo a lona cobrir a fatura.

Eu virtuoso: Nenhuma virtude é louvável em si mesma; nenhum vício ou pecado é em si mesmo condenável; tudo depende de como lido com a quitação deste débito.

Eu romântico: Por ela vale a pena pagar.

Eu carente: Não existem ações absolutamente desinteressadas; desejo, ao menos, um mínimo de gratidão.

Eu filósofo: Sou a mais presunçosa criatura humana, pois pretendo tudo reduzir a conceitos: verdade, vontade, representação, ser, substância, espírito absoluto e esta dívida vencida.

Eu existencialista: Estou condenado a ser livre; porque uma vez lançado ao mundo, sou o responsável por tudo o que faço. Cabe a mim dar um sentido à fatura do cartão.

Eu niilista: Cá estou mais uma vez repleto de dívidas, incertezas e medos, mas mesmo assim carregado de sonhos, silêncio e segredos.

Eu minimalista: Eu não preciso de muito para viver, preciso somente da quantia certa para pagar este boleto.

Eu surreal: Graças a mim estou na 5a dimensão e aqui faturas não vencem. 

Eu zen: Ah, deixa disto, relaxa um pouco e mentalize uma árvore.

Eu desconfiado: Será que fui eu quem fez todas estas compras? Sei não... vou ligar para minha gerente e solicitar um varredura nos gastos

É isto aí!





quinta-feira, 20 de abril de 2023

Nosso primeiro diálogo com o ChatGPT

Uma das esculturas da Obra "Monolito" Gustav Vigeland


Prezados frequentadores, adidos e cidadãos do Reino da Pitangueira; hoje, pela primeira vez conversamos com uma Inteligência Artificial. As perguntas que fizemos estão em negrito. Nada foi ensaiado, as perguntas surgiram a partir das respostas do ChatGPT. 

É uma experiência intrigante. Eis aqui o resultado:


Posso publicar este diálogo no meu blog?

Sim, você pode publicar este diálogo no seu blog, desde que cite que as respostas foram dadas por ChatGPT, um modelo de linguagem baseado em inteligência artificial da OpenAI. Além disso, é importante lembrar que as respostas do ChatGPT são baseadas em seu treinamento com uma vasta quantidade de dados, mas não devem ser consideradas como a opinião de uma pessoa real.


Olá! Como seria um romance entre um homem da Terra e uma mulher de algum planeta habitado de Andrômeda?

Olá! Como sou uma inteligência artificial, não tenho a capacidade de prever o futuro ou criar histórias fictícias com detalhes específicos, mas posso dar algumas ideias gerais.

Um romance entre um homem da Terra e uma mulher de um planeta habitado em Andrômeda seria certamente um desafio emocionante e fascinante. Eles teriam que superar as barreiras culturais e linguísticas para se comunicar e entender um ao outro. Além disso, eles teriam que lidar com a distância e as diferenças biológicas entre suas espécies.

Seria interessante explorar como esses dois personagens se conheceriam e se apaixonariam, como lidariam com as diferenças culturais e biológicas, e como seriam afetados pela distância entre seus mundos. A história poderia incluir aventuras emocionantes, conflitos entre culturas e dilemas éticos.

Além disso, o romance poderia ser uma oportunidade para explorar temas universais, como a importância da comunicação e compreensão mútua, a superação de preconceitos e diferenças, e a busca pelo amor verdadeiro, independentemente das barreiras que possam existir.

Em resumo, um romance entre um homem da Terra e uma mulher de um planeta habitado em Andrômeda seria uma história rica em desafios, aventuras e emoções, oferecendo uma oportunidade única para explorar temas universais e expandir nossa compreensão do que é possível em termos de amor e relacionamentos.


E quais seriam as principais barreiras culturais do ser humano?

Existem várias barreiras culturais que podem dificultar a comunicação e o entendimento entre pessoas de diferentes origens culturais. Algumas das principais barreiras culturais incluem:

Diferenças linguísticas: a língua é uma das maiores barreiras culturais que podem dificultar a comunicação. Diferentes línguas podem ter diferentes estruturas gramaticais, vocabulários e pronúncias, o que pode tornar difícil a compreensão mútua.

Diferenças de valores e crenças: as crenças, valores e normas culturais são muitas vezes profundamente enraizados e podem ser difíceis de compreender ou aceitar para pessoas de diferentes origens culturais. Isso pode levar a conflitos e mal-entendidos.

Diferenças de costumes e tradições: as práticas e tradições culturais podem variar amplamente em todo o mundo. O que é considerado normal em uma cultura pode ser considerado ofensivo em outra.

Diferenças de perspectiva: cada cultura tem sua própria maneira de ver o mundo. Isso pode levar a diferenças na maneira como as pessoas interpretam eventos e situações, o que pode dificultar a comunicação e a compreensão mútua.

Preconceitos e estereótipos: preconceitos e estereótipos são ideias preconcebidas e muitas vezes incorretas que as pessoas têm sobre outras culturas. Eles podem levar a julgamentos precipitados e a uma falta de respeito mútuo, o que pode dificultar a comunicação e o entendimento.

É importante lembrar que essas barreiras culturais não são imutáveis e podem ser superadas com um esforço consciente de compreender e aceitar as diferenças culturais dos outros. A educação intercultural e a empatia são ferramentas poderosas para superar essas barreiras e promover a compreensão mútua.


O que diria Baruch Spinoza sobre estas diferenças de valores e crenças?

Baruch Spinoza, filósofo holandês do século XVII, foi um defensor da tolerância e da liberdade religiosa. Ele acreditava que todas as crenças e religiões tinham o mesmo valor e que cada pessoa deveria ser livre para seguir suas próprias crenças e práticas religiosas.

Spinoza acreditava que as diferenças de valores e crenças eram inevitáveis, mas que a tolerância e o respeito mútuo poderiam ser cultivados através do diálogo e da compreensão. Ele argumentava que todas as crenças religiosas e culturais eram relativas e que a verdadeira sabedoria consistia em entender a natureza e as leis da existência.

Para Spinoza, a busca pela verdadeira sabedoria envolvia o abandono das crenças e preconceitos pessoais em favor de uma compreensão objetiva do mundo. Ele argumentava que, ao abandonar nossas crenças e preconceitos, poderíamos alcançar uma visão mais clara e verdadeira do mundo e, assim, promover a paz e a tolerância entre os diferentes grupos e culturas.

Em resumo, Spinoza defendia a tolerância e a liberdade religiosa como formas de promover a paz e a compreensão mútua entre as diferentes crenças e culturas. Ele acreditava que, ao abandonar nossos próprios preconceitos e buscar uma compreensão objetiva do mundo, poderíamos alcançar uma visão mais clara e verdadeira da existência, promovendo assim a harmonia e a compreensão entre as diferentes culturas e crenças.


Esta tolerância e a liberdade religiosa entre um ser humano e um ser de Andrômeda poderia ser enquadrada num Contrato Social, nos moldes propostos por Rousseau? Seria este contrato social de Rousseau abrangente às todas as criaturas com consciência no Universo?

A ideia de um Contrato Social, tal como proposto por Rousseau, se refere a um acordo tácito entre membros de uma mesma sociedade humana, em que as pessoas renunciam à sua liberdade individual em favor do bem comum e da proteção coletiva dos direitos individuais.

Portanto, a aplicação deste conceito a um hipotético acordo social entre seres humanos e seres extraterrestres, como os de Andrômeda, seria difícil de estabelecer. Isso porque a própria noção de uma sociedade comum entre seres de diferentes planetas, com culturas e modos de vida tão distintos, é altamente especulativa e até agora não tem base empírica.

Além disso, a proposta de Rousseau se baseia em um contexto político e social específico, referente à sociedade europeia do século XVIII, e não tem uma aplicação direta para outros contextos, como um hipotético acordo social entre humanos e seres de outras galáxias.

Dito isso, é possível que, em um futuro distante, seres humanos e extraterrestres possam interagir de maneira pacífica e colaborativa, construindo formas de cooperação e respeito mútuo. Nesse caso, a noção de uma "tolerância e liberdade religiosa", tal como defendida por Spinoza, poderia ser aplicável como um valor comum a ser compartilhado por ambos.

No entanto, a ideia de um Contrato Social nos moldes propostos por Rousseau e sua aplicação a todas as criaturas com consciência no Universo parece ser uma especulação filosófica que extrapola os limites da experiência empírica e do conhecimento atual.


Qual a probabilidade estatística de existir seres inteligentes com Capacidade de raciocínio lógico; Sabedoria; Autoconsciência de sua existência; Consciência sobre a morte; Racionalidade; Capacidade de expressar criatividade; Capacidade de comunicação complexa e Capacidade de se organizar em grupos sociais ?

Atualmente, não há dados empíricos suficientes para determinar a probabilidade estatística exata da existência de seres inteligentes com as características que você mencionou. A busca por vida extraterrestre inteligente é um campo de pesquisa ativo na astrobiologia e na exobiologia, mas até agora não temos evidências definitivas de sua existência.

No entanto, existem algumas estimativas e teorias baseadas em dados e conhecimentos atuais. Uma dessas teorias é a Equação de Drake, proposta pelo astrônomo Frank Drake em 1961. A equação é uma tentativa de estimar o número de civilizações extraterrestres inteligentes na Via Láctea com as quais poderíamos potencialmente comunicar. A equação leva em consideração fatores como a taxa de formação de estrelas, a fração de estrelas que possuem planetas habitáveis, a fração de planetas habitáveis que desenvolvem vida e a fração de vida que evolui para inteligência.

No entanto, a Equação de Drake é uma teoria controversa e tem sido criticada por ser baseada em muitas suposições e incertezas. Além disso, mesmo que exista vida extraterrestre inteligente, não temos ideia de como essas criaturas seriam em termos de características psicológicas e biológicas.

Em resumo, não há como afirmar com certeza qual é a probabilidade estatística de existir seres inteligentes com as características mencionadas. A pesquisa científica continua a explorar esta questão, mas até o momento não há evidências conclusivas para apoiar ou refutar essa possibilidade.


Deus existe?

A questão da existência de Deus é um tema complexo e controverso, e diferentes pessoas têm opiniões e crenças variadas sobre o assunto. A resposta a essa pergunta depende da perspectiva de cada indivíduo.

Do ponto de vista religioso, muitas pessoas acreditam em Deus como uma entidade divina, criadora do universo e responsável pelo seu funcionamento e propósito. Essas crenças são baseadas em escrituras sagradas, experiências pessoais, tradições culturais e outros fatores.

Do ponto de vista científico, a existência de Deus é uma questão que não pode ser respondida com base em evidências empíricas. A ciência se baseia em métodos empíricos para investigar o mundo natural e não tem meios para provar ou refutar a existência de Deus.

Do ponto de vista filosófico, a questão da existência de Deus tem sido debatida ao longo da história da filosofia. Existem muitas argumentações tanto para a existência quanto para a inexistência de Deus, baseadas em razões lógicas e epistemológicas.

Em resumo, a existência de Deus é uma questão complexa e multifacetada, e a resposta depende das crenças e perspectivas de cada pessoa.


Posso publicar este diálogo no meu blog?

Sim, você pode publicar este diálogo no seu blog, desde que cite que as respostas foram dadas por ChatGPT, um modelo de linguagem baseado em inteligência artificial da OpenAI. Além disso, é importante lembrar que as respostas do ChatGPT são baseadas em seu treinamento com uma vasta quantidade de dados, mas não devem ser consideradas como a opinião de uma pessoa real.










quarta-feira, 19 de abril de 2023

Nas trincheiras do planeta Zeta43

fonte da imagem: Joe Monster

Relatório do Tenente-General Alfa 7, infiltrado nas trincheiras do planeta Zeta43


Dia 89 de Gruste de 4509
Estou a dois dias sob intensa chuva, com fortes ventos. Hoje vou observar as relações sociais entre as ckhedres, que é como os nativos denominam as suas diversas tribos Os azuis falam que os cinzas são preguiçosos, os vermelhos perigosos e os verdes debochados. Os cinzas suportam os azuis, detestam os vermelhos e têm boas relações com os verdes. Os verdes são inimigos dos azuis, têm medo dos cinzas e mantêm diálogo diplomático com os vermelhos.

Dia 14 de Tjaca de 4509

Consegui entrar na cidade de Rehnplik, na província de Merlimeid. Devo ficar por aqui nesta temporada de gibynsk, tem uma estação de esqui famosa em todo o Zeta43.

Dia 93 de Lorth de 4510

Estou preso a pelo menos uns cinco plareshs. Tudo começou quando conheci uma moça lindíssima numa estação de esqui, dos ckhedres azuis, e acabamos ficando juntos por uns três ou quatro limnts. Lembro de ter saído do prédio onde estávamos e não vi mais nada. Acordei cansado, não sei quantos limnts dormi, não sei onde estou e meus detentores conversam numa língua estranha.

Dia 17 de Craspion de 4510

Hoje duas moças lindíssimas me levaram para uma espécie de casa de banho, pude enfim lavar-me, usar produtos de limpeza pessoal de boa qualidade. Em seguida fui colocado numa cadeira e uma delas de língua estranha, das mais belas que já vi, fez minha barba e cortou meu cabelo.  Outra entrou, entregou-me uma túnica preta, elegante, e outra me encaminhou para um vestiário, onde pude me vestir. Isto aqui é o paraíso.

Dia 29 de Craspion de 4510

Abortando a missão, estou bem aqui, encontrei minha vocação, meu lugar no universo, ainda não entendo nada do que falam e tem outra, não tentem me procurar, se procurarem, não irão me deter nem sequer me fazer mudar de opinião. 

É isto aí!

terça-feira, 18 de abril de 2023

Todo Mundo



- O próximo, o próximo. A lerdeza do próximo...

- Boa tarde, desculpe, estava auxiliando uma idosa a se levantar da cadeira.

- É sua mãe? Sua tia? Sua amante?

- Quem? Não entendi.

- A lerda da velha que estava xavecando.

- Não, que isto, tem nada disto. Esta ajudando a uma pessoa em dificuldades.

- Carteira de identidade, questionário preenchido, duas foros 3X4 recentes e o comprovante da taxa de inscrição. Coloque todos estes itens dentro deste envelope, que contém um número, o qual você está recebendo a peste de um crachá de mesmo número.

- Está certo. Gratidão pela atenção.

- Está certo uma ova. Observe que seu crachá é azul, e no painel deverá acender uma luz da mesma cor da breguice do seu crachá, e chamar o número, que será falado e estará também em evidência luminosa na porra do painel. Ao chamar a bobagem do seu número levante-se imediatamente e se dirija o raio do Guichê Azul.

- Muito grato pela sua atenção, senhora.

- Senhora o cacete, está de brincadeira? Fora daqui senhor, senhor, deixa ver a merda do seu nome no envelope. Mas o que é isto? Está de palhaçada?

- Como? Não entendi o que a sen ..., digo, o que você quis dizer com isto.

- Seu nome é Todo Mundo? Que maluco de pai coloca um nome deste num filho?

- Um pai maravilhoso, moça, que permite que Todo Mundo saiba como como é ser atendido e respeitado nesta vida.

É isto aí!


Maria teve mais filhos? Quem eram os irmãos de Jesus? - Pe. Chrystian Sh...


Maria teve mais filhos? Quem eram os irmãos de Jesus? - Pe. Chrystian Shankar

O PADRE NA INTERNET --
Instagram: https://goo.gl/fP3NnX ( @padrechrystian )
Twitter: http://bit.ly/2ebDrJ2  ( @pechrystian )

sexta-feira, 14 de abril de 2023

A auto sabotagem é uma programação mental


A auto sabotagem é uma programação mental que pode ser desprogramada. O primeiro passo para desprogramar os pessimismos, as merdas, as angústias e os cacos cortantes de dor é saber que você não tem culpa de ser assim. Além disto deverá ter a convicção de que o Mal é alimentado por nossos pensamentos, que por sua vez é alimentado pelas nossas memórias, que por sua vez permite que empreguemos palavras ou atos que justifiquem permanecermos na merda.

O grande segredo é que quando você passar a observar que todas as merdas, males e dissabores que experimentou e/ou  experenciou na vida foram repetitivos e tiveram os mesmos atores, os mesmos cenários, as mesmas palavras e os mesmos fatos similares, verá que aquilo poderia ter outro resultado. se de fato criar coragem e desejar mudar.

Antes de prosseguir, anote aí: Mudar dói, mudar é difícil, mas vale a pena devido ao fato de ser a única saída segura. 

Mas por que minha vida é uma merda? Porque você sempre faz a mesma merda, tanto nas questões financeiras, nos vícios, nos relacionamentos e na sociabilidade. Você faz sempre as mesmas coisas por que mudar não está na sua programação mental, de maneira que seu comportamento fica sempre no Piloto Automático. É fácil mudar? Não, mas não é impossível, 

Guarde consigo e lembre-se permanentemente de nunca esquecer que há um detalhe muito muito muito importante - seu inconsciente fará de tudo para você fazer merda, não que ele seja seu inimigo, mas por que ele foi programado pelas experiências ruins (injustiças) da sua vida a proteger você assim, pois foi como você sozinho aprendeu a responder às injustiças vindo de alguém, preferencialmente muito próximo, lá atrás, na sua infância, na maioria dos casos.

A injustiça (mentiras, agressões, violência, etc. que sempre virão de outra pessoa)
gera mágoa (lá dentro da sua existência)
A mágoa (na fase da mágoa você ainda identifica o agressor)
gera rancor (na fase do Rancor você generaliza a  magoa para outras pessoas)

O rancor (na fase do rancor você generaliza os agressores - todo mundo é assim...)
gera ódio (o ódio literalmente cega)
O ódio (eu odeio aquela igreja, eu odeio aquela escola, eu odeio aquela roupa, etc.)
gera ressentimento

O ressentimento (sentimento de fracasso, a angústia, a merda batendo no nariz)
gera vitimização
A vitimização (eu mereço, eu sou burro mesmo, não sei fazer nada ...)
gera o desmerecimento (aqui começa o ciclo repetitivo do "nada dá certo para mim")

O desmerecimento (eu nasci para ser infeliz)
gera a auto sabotagem (eu me destruo para provar que sou infeliz - sqn)
a auto sabotagem
gera a injustiça... (aquela injustiça que entrou na sua vida vira um ciclo permanente dentro de você.)

É isto aí!

quinta-feira, 13 de abril de 2023

O Grande Circo Místico - (Edu Lobo/Chico Buarque)



Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Publicação: https://virtualia.blogs.sapo.pt em 31 outubro 2009
Fonte da Imagem: IMMuB (Instituto Memória Musical Brasileira) 

Chico Buarque e Edu Lobo uniram-se algumas vezes para criar trilhas sonoras sob encomenda para o teatro. Dos chamados álbuns de teatro da dupla, O Grande Circo Místico(Youtube), de 1983, é o maior deles. O álbum é de uma grande sofisticação musical, trazendo uma poesia elaborada e de teor emotivo latente, arrebatado por um lirismo flamejante, poucas vezes alcançado dentro da MPB.

O álbum surgiu de uma encomenda do Ballet Guaíra, do Paraná, em 1982. Sua inspiração veio do poema surrealista de Jorge de Lima, “O Grande Circo Místico”, escrito em 1938, e publicado no livro “A Túnica Inconsútil”. Jorge de Lima, poeta do parnasianismo e do modernismo, criou o poema inspirado em um fato real acontecido na Áustria, no século XIX. A partir do tema, Chico Buarque e Edu Lobo criaram a trilha sonora para a apresentação do balé, contando musicalmente, a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps e do amor entre um aristocrata e uma acrobata, que vagavam de cidade em cidade, apresentando os seus números circenses.

O sucesso do espetáculo musical originou uma longa turnê e um álbum clássico e imprescindível da MPB, reunindo grandes cantores como Gal Costa, Gilberto Gil, Simone, Tim Maia, Jane Duboc, Zizi Possi, Chico Buarque e Edu Lobo. Lançado em 1983 pela Som Livre, o álbum trazia 11 canções; mais tarde, quando lançado em CD, Edu Lobo acrescentou mais duas canções instrumentais, “Oremus” e “O Tatuador”, que pelo condicionamento do formato em vinil, ficaram de fora na época.

Sob o poema de Jorge de Lima, Chico Buarque criou letras de um conteúdo poético labirinticamente sedutor, casando-se com perfeição às músicas de Edu Lobo. Nenhuma das canções chegaram às paradas de sucessos, mas se tornaram irremediavelmente, clássicos conhecidos da MPB, como “Beatriz”, “A História de Lily Braun” e “O Circo Místico”. Muitas músicas alcançaram já no álbum, interpretações definitivas, apesar de várias revisitações futuras e diversificadas. “O Grande Circo Místico” dilui-se mesclado à música, à poesia, ao teatro e ao circo; trazendo a emoção que transporta o mais “ardoroso espectador” numa viagem lúdica e onírica até a última faixa.

Beatriz, Bela e Complexa

“O Grande Circo Místico” foi lançado em meados de 1983. Trazia um formato de álbum sofisticado, com um encarte luxuoso, com desenhos de Naum Alves de Souza para cada canção, além de ilustrar a capa. A direção artística era de Edu Lobo, que dividia os arranjos com Chico de Moraes.

Chico Buarque, que cinco anos antes encantara com a trilha sonora de “A Ópera do Malandro”, voltou com poemas complexos, lingüisticamente mais delicados, deixando as questões sociais e passionais dos personagens da sua ópera, para mergulhar nas mais profundas angústias do ser humano, dando a dimensão mais suave do balé, sem perder a emoção latente das palavras.

O álbum começa com a instrumental “Abertura do Circo” (Edu Lobo), numa canção que se inicia suave e densa, ao mesmo tempo, como se fosse explodir a atmosfera mística, o que acontece quando rompe o bombo, trazendo instrumentos que revivem as marchinhas circenses. O espetáculo estava apenas a começar, pronto para tragar o mais exigente dos ouvintes.

Passada a euforia da abertura, a voz de Milton Nascimento surge quente, como se rasgasse uma cortina à meia luz, cantando a mais emblemática das canções do álbum, “Beatriz” (Chico Buarque – Edu Lobo). 

No poema de Jorge de Lima existia a personagem Agnes, a equilibrista. Chico Buarque não conseguiu criar sobre o nome, mudou-o para Beatriz, transformando-a de equilibrista em atriz. Assim, em uma homenagem a Beatrice Portinari, de Dante Alighieri, ele a pôs no sétimo céu, fazendo uma das suas mais sofisticadas canções. “Beatriz” traz intervalos melódicos, modulações e exige extensão vocal, que faz dela uma das mais difíceis canções de ser interpretada. 

Milton Nascimento consegue a perfeição dentro de tão inóspito terreno, fazendo uma interpretação definitiva. Na década de noventa, a canção foi escolhida para uma das faixas de um song book em homenagem a Edu Lobo, a escolha da intérprete recaiu sob Gal Costa, outra cantora de extensão vocal insuperável!

Acompanhado apenas pelo piano de Cristóvão Bastos, Milton Nascimento fez da canção o apogeu do disco, navegando em uma valsa complexa e existencialista. As cordas foram inseridas posteriormente pelo arranjador Chico de Moraes. Edu Lobo explicaria mais tarde, que a nota mais grave da canção cai na palavra “chão” (“Me ensina a não andar com os pés no CHÃO”) e a mais aguda na palavra “céu” (“Se ela despencar do CÉU”). “Beatriz” é um poema de delicada beleza, fazendo uma metáfora aguda da vida de uma atriz. “Beatriz” é o sonho da mulher inatingível, ao mesmo tempo, é a maquiagem do rosto, a sombra da vida diante da arte, é a própria metáfora da realidade, travestida pelos palcos.

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Depois de passar pelos labirintos de “Beatriz”, o álbum segue com “Valsa dos Clowns” (Chico Buarque – Edu Lobo). A canção mergulha no universo do palhaço, visto tradicionalmente como um homem de rosto triste, escondido atrás de um rosto pintado. Entre simulacros de vida, somos transportados para o um frágil mundo chapliniano, como se fosse desenhar Carlitos com o seu olhar caído. Jane Duboc, cantora em grande evidência na época, foi a escolhida para interpretar a canção, o que faz com delicadeza e sutil suavidade.

Da Opereta ao Blues

“Opereta do Casamento” (Chico Buarque – Edu Lobo), é um dos momentos mais densos do álbum. Interpretada pelo coro composto por Regininha e Zé Luiz (que cantam os solos da música), Márcia Ruiz, Luna, Maucha Adnet, Rosa Lobo, Verônica Sabino, Chico Adnet, Dalmo Medeiros, Márcio Lott, Paulinho Pauleira, Paulo Roberto e Ronald Vale; a canção assume a sua dimensão de opereta, revelando os costumes de um casamento conturbado, a honra defendida na mancha de sangue sobre o lençol nupcial, simbolizando a posse, sintetizada na quebra do hímen. Segue como uma saga, em que se casa, perde-se pelas armadilhas da vida, sofre-se com a desagregação moral do mundo, mas jamais se abandona a essência de cada um, refletida no palco, no espetáculo que não pode parar por dor alguma, por mais pungente que seja. Chora-se no intervalo, brilha-se no espetáculo. Os versos são densos, quase cruéis, porque a vida do artista de circo é uma ilusão da dor e da felicidade, mescladas num só ato, sem que jamais uma revele a outra.

Do pudor da noiva a bandeira
Após a noite primeira
Desfraldava-se ao sol
A sua virtude escarlate
Igual brasão de tomate
Enobrecendo o lençol

O álbum atinge outro ápice de sofisticação com “A História de Lily Braun” (Chico Buarque – Edu Lobo), que se transforma em um delicioso blues magistralmente interpretado por Gal Costa. Chico Buarque usa de rimas com palavras em inglês e em português, elevando a canção de Edu Lobo, transformando-a em um dos momentos mais luxuosos do álbum. Com malícia e sedução, a voz de Gal Costa vai além do lírico, suavizando a ironia das palavras, transformando-as em doces e ardis convites para o amor. Lily Braun é a estrela seduzida pelo espectador, que subiu ao palco e arrebatou-a para o seu espetáculo particular. Entre rosas e poemas, ela é levada ao altar, perdendo o brilho de estrela e de mulher apaixonada no cotidiano de um casamento. Doce ironia, adorável blues, incomparável Gal Costa.

Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz

Na versão para CD, segue-se com o coro a entoar “Oremus” (Edu Lobo), recuperando o clima onírico do álbum, apesar de indelevelmente despida da poesia de Chico Buarque.

Questionamentos Existencialistas

“Meu Namorado” (Chico Buarque – Edu Lobo), é um dos momentos mais mornos do álbum. Comparada à poesia de “Beatriz” ou à beleza estética de “A História de Lily Braun”, a canção parece simples, sem maiores atrativos. Simone faz uma interpretação acadêmica, sem elevar o pouco brilho da canção. É a paixão vista pela mulher, que se faz submissa diante do seu amor, mostrando-o ao mundo como um homem dominante, sendo ela, no íntimo da relação, quem conduz e domina a paixão, dando e recebendo o que decidiu sobre os sentimentos. “Meu Namorado” foi, com o passar do tempo, uma das canções esquecidas do álbum.

“Ciranda da Bailarina” (Chico Buarque – Edu Lobo) tornar-se-ia uma referência às bailarinas, decodificando o lado humano dessas mulheres. Jamais tocada na rádio, adquiriu fama nos bastidores da MPB, talvez por trazer a ironia lúdica e onírica desse universo, interpretada por um coro infantil, composto por Bebel, Lelê, Luiza, Mariana, Silvinha, Bernardo, Cristiano e Kiko, criando um clima malicioso de uma ciranda antiga. A bailarina é o símbolo da perfeição e da beleza, toda mulher sonha em ser uma, daí a ironia dos versos de Chico Buarque, transformando-a em uma estátua, sem as imperfeições humanas a deflorar-lhe a pele, o semblante, o mito. Nada atinge a bailarina na sua beleza plástica.

“Sobre Todas as Coisas” (Chico Buarque – Edu Lobo), é outro grande momento do álbum e da reflexão existencialista da poesia de Chico Buarque. Gilberto Gil dá vida à canção, acompanhado apenas por um violão. A canção cria um monólogo dirigido a Deus, com questionamentos seculares, sobre a criação e o papel do homem no universo do Criador. Gilberto Gil consegue dimensionar a canção em um ápice existencialista, às vezes pungente, às vezes angustiante, sem perder o lirismo poético da canção. A impotência do homem diante dos dogmas da vida, a sua rebelião eterna contra Deus, que se pergunta se a terra prometida onde jorra o leite e o mel, é apenas uma visão sugerida por Deus, mas não merecida pelo homem, que jamais a alcançará. A música teria outras versões de cantores da MPB, entre elas a do próprio Chico Buarque, que a gravou no álbum “Paratodos” (1993), mas a perfeição lírica só foi atingida por Gilberto Gil, numa interpretação que até os dias atuais, insiste em permanecer definitiva.

Ou será que o Deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus

“O Tatuador” (Edu Lobo), é outra canção inserida na versão do CD. Preterida a outras na versão de vinil, em 1983, aparece sem letra, interpretada instrumentalmente. A ausência de uma letra de Chico Buarque não invalida a sua beleza, mas faz com que imaginemos que outra grande obra-prima da MPB poderia ter daqui surgido.

Hora de Partir e Cerrar as Cortinas

“A Bela e a Fera” (Chico Buarque – Edu Lobo), desafoga um pouco o questionamento existencialista, não se distanciando do caráter humano. Aqui a fera declara-se à bela. A fera é a tradução do homem rude, rústico e de músculos como símbolo do seu caráter, distanciado do intelecto. A canção traz um magnífico Tim Maia, único capaz de dar a interpretação histriônica que ela exige. A voz agreste do cantor consegue oscilar entre o homem rude e sensível, analfabeto por sua condição social, mas poeta na alma. Quase domesticada, a fera faz um poema verbal à amada, mas não se esquece da sua essência silvestre, ameaçando arrombar a janela se ela não a abrisse para o seu amor.

Mais que na lua ou no cometa
Ou na constelação
O sangue impresso na gazeta
Tem mais inspiração
No bucho do analfabeto
Letras de macarrão
Letras de macarrão
Fazem poema concreto

“O Circo Místico” (Chico Buarque – Edu Lobo), sintetiza todas as músicas, traduzindo a mensagem, a poesia e o imenso clima de teatro que gerou as canções, sendo o existencialismo humano arrancado no seu âmago, alcançando um ludismo quase que infinito. Zizi Possi tem um dos momentos mais belos da sua carreira, dando uma interpretação lúdica, beirando à perfeição da voz em encontro com a poesia. Derrama-se o véu da própria existência, a vida caminha às vezes dentro de um vagão apressado, outras vezes entre os refletores do palco, encerrando-se no infinito da morte, desenhada no vôo mortal do trapezista. O clima existencialista enlaça as canções. Depois da canção, já não há mais o que perguntar, o salto para a morte encerra tudo. Já não há tempo para os questionamentos, apenas para encerrar o espetáculo, cerrar as cortinas e seguir viagem, o show tem que prosseguir, como a vida.

Negro refletor
Flores de organdi
E o grito do homem voador
Ao cair em si
Não sei se é vida real
Um invisível cordão
Após o salto mortal

E o álbum é encerrado com “Na Carreira” (Chico Buarque – Edu Lobo), num espetacular dueto de Edu Lobo e Chico Buarque, mostrando a vida mambembe dos artistas de circo. A canção final já não traz questionamentos existenciais, mas a constatação dos efeitos daquela vida cigana, suas conseqüências, aspirações e desfechos. O importante é seguir, não deixar nunca o espetáculo morrer. A verdade é um sonho, jamais a realidade, o artista mambembe tem como função chegar subitamente nas cidades, envolver as pessoas, deixar suas marcas e seguir viagem, desaparecendo sem avisos, assim como chegou. O artista de circo pode sonhar, jamais fincar raízes na realidade ou em qualquer lugar. Sob este dueto, encerra-se um dos mais belos álbuns da Música Popular Brasileira.

O Grande Circo Místico, de Jorge de Lima

O médico de câmara da imperatriz Teresa - Frederico Knieps - resolveu que seu filho também fosse médico,
mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes,
com ela se casou, fundando a dinastia de circo Knieps
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Charlote, filha de Frederico, se casou com o clown,
de que nasceram Marie e Oto.
E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora
que tinha no ventre um santo tatuado.
A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre
quis entrar para um convento,
mas Oto Frederico Knieps não atendeu,
e Margarete continuou a dinastia do circo
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Então, Margarete tatuou o corpo
sofrendo muito por amor de Deus,
pois gravou em sua pele rósea
a Via-Sacra do Senhor dos Passos.
E nenhum tigre a ofendeu jamais;
e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos,
quando ela entrava nua pela jaula adentro,
chorava como um recém-nascido.
Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a pôde amar,
pois as gravuras sagradas afastavam
a pele dela o desejo dele.
Então, o boxeur Rudolf que era ateu
e era homem fera derrubou Margarete e a violou.
Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.
Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps.
Mas o maior milagre são as suas virgindades
em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado;
são as suas levitações que a platéia pensa ser truque;
é a sua pureza em que ninguém acredita;
são as suas mágicas que os simples dizem que há o diabo;
mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos.
Marie e Helene se apresentam nuas,
dançam no arame e deslocam de tal forma os membros
que parece que os membros não são delas.
A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos.
Marie e Helene se repartem todas,
se distribuem pelos homens cínicos,
mas ninguém vê as almas que elas conservam puras.
E quando atiram os membros para a visão dos homens,
atiram a alma para a visão de Deus.
Com a verdadeira história do grande circo Knieps
muito pouco se tem ocupado a imprensa.

(A Túnica Inconsútil - 1938)

Ficha Técnica:

O Grande Circo Místico
Somlivre
1983

Músicas de Edu Lobo / Letras de Chico Buarque
Criado para o Ballet Guaíra
Interpretações : Milton Nascimento, Jane Duboc, Gal Costa, Simone, Gilberto Gil, Tim Maia, Zizi Possi, Chico Buarque e Edu Lobo
Direção artística: Edu Lobo
Arranjos: Chico de Moraes e Edu Lobo
Orquestrações e regência: Chico de Moraes
Concepção, roteiro, ilustrações da capa e encarte: Naum Alves de Souza
Produção: Homero Ferreira
Baseado no poema “O Grande Circo Místico” de Jorge de Lima
Coreografia: Carlos Trincheiras
Técnico de gravação: Edu de Oliveira
Técnico de mixagem: Alan Sides
Gravado nos estúdios da Som Livre, Rio de Janeiro, entre agosto e dezembro de 1982. Mixado nos estúdios da Ocean Way, Los Angeles, em janeiro de 1983.

Músicos participantes:

Piano: Cristóvão Bastos
Piano Yamaha: Cristóvão Bastos e Chico de Moraes
Piano Rhodes: Antônio Adolfo e Raimundo Nicioli
Baixo Acústico: Sérgio Barroso e Ken Wild
Baixo Elétrico: Jamil Joanes e Jorjão
Violão: Edu Lobo, Gilberto Gil e Nelson Angelo
Percussão: Paschoal Meirelles, Chico Batera e Jorge de Oliveira
Flauta: Mauro Senise, Celso Woltzenlogel e Paulinho Guimarães
Bateria: Paulinho Braga
Guitarra: Hélio Delmiro
Bells e Xilofone: Pinduca
Minimoog: Chico de Moraes
Clarinete: Biju, Macaé, Mazinho, Zé Bodega e José Botelho
Requinta: José Botelho
Picollo: Celso Woltzenlogel
Trompa: Zdenek Svab, Antônio Cândido, Luiz Cândido e Luciano
Sax-Alto: Netinho, Oberdan Magalhães e Macaé
Sax-Tenor: Leo Gandelmann, Biju, Nivaldo Ornellas e Zé Bodega
Sax-Barítono: Aurino e Leo Gandelmann
Trompete: Formiga, Barreto, Niltinho, Bidinho, Hamilton e Márcio Montarroyos
Trombone: Edmundo Maciel, Edson Maciel, Flamarion, Berto, Jessé, Manoel Araújo e Serginho
Fagote: Noel Devos
Gaita: Maurício Einhorn
Harpa: Dorothy Ashby
Oboé: Braz
Violinos: Giancarlo Pareschi (spalla), Aizik Geliër, Alfredo Vidal, Carlos Hack, Francisco Perrota, João Daltro de Almeida, Jorge Faini, José Alves, Luiz Carlos Marques, Marcelo Pompeu, Michel Bessler, Walter Hack, Paschoal Perrota, André Charles Guetta, João de Menezes, José de Lana e Virgilio Arraes
Violas: Arlindo Penteado, Frederick Stephany, Hindemburgo Pereira, Murilo Loures, Nelson Macedo e José de Lana
Cellos: Alceu de Almeida Reis, Jacques Morelenbaum, Jorge Ranevsky, Márcio Mallard e Henrique Drach
Contrabaixos: Gabriel Bezerra de Mello e Sandrino Santoro
Coro: Luna, Márcia Ruiz, Maucha Adnet, Regininha, Rosa Lobo, Verônica Sabino, Chico Adnet, Dalmo Medeiros, Márcio Lott, Paulinho Pauleira, Paulo Roberto, Ronald Vale e Zé Luiz
Coro Infantil: Bebel, Isabel, Lelê, Luiza, Mariana, Silvinha, Bernardo, Cristiano e Kiko
Arregimentação e Regência do Coro Infantil: Cristina


1 Abertura do circo (Edu Lobo) Instrumental, 2 Beatriz (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Milton Nascimento, 3 Valsa dos clowns (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Jane Duboc, 4 Opereta do casamento (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Coro, 5 A história de Lily Braun (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Gal Costa, 6 Oremus (Edu Lobo) Interpretação: Coro, 7 Meu namorado (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Simone, 8 Ciranda da bailarina (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Coro Infantil, 9 Sobre todas as coisas (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Gilberto Gil, 10 O tatuador (Edu Lobo) Instrumental, 11 A bela e a fera (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Tim Maia, 12 O circo místico (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Zizi Possi, 13 Na carreira (Chico Buarque – Edu Lobo) Interpretação: Chico Buarque e Edu Lobo

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Fonte Youtube: Canal JMS

quarta-feira, 12 de abril de 2023

netflix - série muito boa. Peaky Blinders

 Peaky Blinders / Netflix

2013 ‧ Drama ‧ 6 temporadas

Peaky Blinders é uma série de televisão britânica de drama criada por Steven Knight. Situado em Birmingham, na Inglaterra, segue as façanhas da gangue criminosa Peaky Blinders logo após a Primeira Guerra Mundial. A gangue fictícia é vagamente baseada em uma gangue de jovens urbanas reais de mesmo nome que esteve ativa na cidade de 1890 a 1910.



O Grande Circo Místico (Jorge de Lima)




O Grande Circo Místico (Jorge de Lima)

Jorge de Lima (1893-1953) - Conhecido como “príncipe dos poetas alagoanos”, foi um escritor modernista. Além disso trabalhou como artista plástico, professor e médico. Pertencente à segunda fase do modernismo no Brasil, também chamada de “fase de consolidação”, Jorge de Lima teve grande destaque na poesia de 30.

Este poema surrealista de Jorge de Lima, “O Grande Circo Místico”, escrito em 1938, foi publicado no livro “A Túnica Inconsútil”. Jorge de Lima, poeta do parnasianismo e do modernismo, criou o poema inspirado em um fato real acontecido na Áustria, no século XIX. 


O Grande Circo Místico (Jorge de Lima)


O médico de câmara da imperatriz Teresa - Frederico Knieps -
resolveu que seu filho também fosse médico,
mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes,
com ela se casou, fundando a dinastia de circo Knieps
de que tanto se tem ocupado a imprensa.

Charlote, filha de Frederico, se casou com o clown,
de que nasceram Marie e Oto.
E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora
que tinha no ventre um santo tatuado.

A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre
quis entrar para um convento,
mas Oto Frederico Knieps não atendeu,
e Margarete continuou a dinastia do circo
de que tanto se tem ocupado a imprensa.

Então, Margarete tatuou o corpo
sofrendo muito por amor de Deus,
pois gravou em sua pele rósea
a Via-Sacra do Senhor dos Passos.

E nenhum tigre a ofendeu jamais;
e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos,
quando ela entrava nua pela jaula adentro,
chorava como um recém-nascido.

Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a pôde amar,
pois as gravuras sagradas afastavam
a pele dela do desejo dele.

Então, o boxeur Rudolf que era ateu
e era homem fera derrubou Margarete e a violou.
Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.

Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps.
Mas o maior milagre são as suas virgindades
em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado;
são as suas levitações que a platéia pensa ser truque;
é a sua pureza em que ninguém acredita;
são as suas mágicas que os simples dizem que há o diabo;
mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos.

Marie e Helene se apresentam nuas,
dançam no arame e deslocam de tal forma os membros
que parece que os membros não são delas.

A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos.
Marie e Helene se repartem todas,
se distribuem pelos homens cínicos,
mas ninguém vê as almas que elas conservam puras.
E quando atiram os membros para a visão dos homens,
atiram a alma para a visão de Deus.

Com a verdadeira história do grande circo Knieps
muito pouco se tem ocupado a imprensa.

terça-feira, 11 de abril de 2023

Sua boca nua

Fonte: Pinterest
Eu queria isto
desejaria aquilo
poderia sonhar
e queria fugir

chorar
sorver
sorrir
transpor

O que queria mesmo
é beijar sua boca nua
na onda alva do luar
e onde mais acordar

É isto aí!


O primeiro abraço


Dez horas, falta pouco
todas as horas chegam rápido
e esperou pela vida toda.

O primeiro abraço
o primeiro beijo
e sorriu pela sorte

Saudade do futuro  
eco da memória densa
colorida de amor

Nas vielas da vida
onde tudo é quantum
é imprevisível viver sem você,

Nas delícias vagarosas
o deserto da alma
está pleno do impossível.

É isto aí!






segunda-feira, 10 de abril de 2023

Minuto da Catequese

2022 teve umas dúzias de profetas que inundaram as redes sociais e templos com profecias voltadas para o futuro da pátria amada. E agora? Como ficam os que erraram e também os que acertaram  em nome de um deus? O que dizem as escrituras que eles dizem/alegam representar?

Você sabe se algum deles/delas, os tais profetas, se redimiram? Sabe se algum deles/delas veio a público pedir desculpas? Algum deles/delas justificou seus atos?

Veja o que diz a Palavra Sagrada:

Deuteronômio 18:20-22

"Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá.

E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou?

Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele."


É isto aí!


domingo, 9 de abril de 2023

Mulheres azuis

Gosto de mulheres azuis, 
disse o jovem, pausadamente.
Trás consigo a tranquilidade,
serenidade, harmonia e espiritualidade.

Mas o que o encanta tanto?
saiba  que está associada à frieza, 
monotonia e depressão. 
e além disto está fora de moda.

A mulher azul tem muitos predicados, 
simboliza a água, o céu e o infinito.
favorece o exercício intelectual,
tranquiliza e estimula a criatividade. 

A água tem tsunamis, o céu tempestades
o infinito é intangível, estranho.
a intelectualidade tem suas divagações
e a criatividade todas as limitações.

Entendo suas percepção de mundo
mas sua tonalidade é tão ...tão pálida, 
tão lânguida que sinto pouco ou nada, 
prefiro as mulheres azuis

É isto aí!