domingo, 25 de agosto de 2013

Na ira do Rádio!


Ter um Blog é de uma responsabilidade muito grande. Fica sempre faltando algo para fazer. Mas nestes dias não está dando para ter toda a atenção devida. Mas guardei uma matéria muito doida sobre uma psicanalista de rádio e seu nocauteante "modus operandi" com os ouvintes.

 A Dra. Laura Schlessinger se tornou uma famosa figura do rádio norte-americano por suas respostas duras e falta de paciência e compaixão. Sua carreira, marcada pela polêmica parece ter chegado ao fim depois dos incidentes do último dia 10 de agosto, no qual a autora de vários Best-sellers usou termos racistas diversas vezes ao conversar com uma ouvinte negra que pedia conselhos sobre seu casamento inter-racial. Na última terça-feira, 17, Laura Schlessinger anunciou que deixaria o rádio, após 30 anos de carreira. Essa não foi a primeira vez que a língua da Dra atrapalhou os rumos de sua carreira: em 2000, seu programa de TV foi retirado do ar após Schlessinger ter se referido aos homossexuais como “erros biológicos”.

O rádio norte-americano tem sua cota de apresentadores direitistas e conservadores, como Rush Limbaugh, Glenn Beck e Michael Savage. Mas esses apresentadores são ligados ao mundo da política, e simplesmente dizem tudo o que seu público deseja escutar ao repetir qualquer rumor absurdo. Seus fãs os consideram grandes norte-americanos, e concordam com tudo que dizem, fazendo deles o alvo favorito dos liberais. Para a porção menos conservadora dos Estados Unidos, Laura Schlessinger não representa nenhuma ameaça, já que tudo o que ela faz é dar conselhos ruins a masoquistas que querem ser humilhados nas ondas do rádio. Suas principais respostas aos ouvintes se dividem entre “não vamos chegar a lugar nenhum aqui”, “não acredito que estou perdendo meu tempo com isso” e “Não é possível que você seja tão estúpido”.

 A maldade nos conselhos da Dra. é proporcional à gravidade dos problemas relatados. Dias antes do anúncio de sua aposentadoria, Schlessinger recebeu uma ligação de uma chorosa ouvinte chamada Jamie, que enfrentava um grave problema em seu casamento. O comportamento de seu marido na cama trazia à tona memórias de abusos sexuais sofridos na infância. Durante terríveis seis minutos e meio, a Dra. Laura, como é conhecida no rádio explicou a Jamie que ela simplesmente precisava superar o trauma. “Deus lhe deu uma sexualidade que você está desperdiçando porque um idiota fez uma maldade há mais de 20 anos. Isso é uma afronta a Deus”, disse Laura Schlessinger, que continuou seus conselhos, acusando de Jamie de manipulação. “Você está magoada com seu marido, e o está punindo com essa história de abuso sexual. Isso é manipulação”, afirmou a doutora antes de sua conclusão: “Você está castrando o seu marido para que ele seja seu pai, porque você não faz sexo com seu pai. Essa noite você vai deixar isso de lado, vai seduzir o seu marido e vai se divertir”.

“Ela foi insensível e distorceu as palavras da ouvinte”, diz o DR. Bruce Perry, especialista em traumas infantis. “Laura a pressionou e usou uma interpretação simplista sem maiores informações sobre o problema. Foi uma maneira desinformada e nada profissional de responder a um problema grave apresentado por uma ouvinte. Espero que Jamie procure ajuda profissional”, diz Perry.

Uma explicação para o comportamento da Dra. Laura seria a simples conclusão de que ela odeia seus ouvintes ou odeia toda a humanidade. Mas esse não parece ser o caso. Assim como Limbaugh e Beck, Laura Schlessinger também dá ao público o que ele pede e deseja. Seus ouvintes, um grupo fiel que a acompanha diariamente, lê e relê seus livros e busca seus conselhos, são pessoas ansiosas para serem punidas e maltratadas, e embora muitos possam ficar chocados quando a doutora reduz problemas sérios a meros dramas descartáveis, fãs da Dra. Laura afirmam que há todo um prazer especial em ouvi-la dizer a alguma ouvinte desolada frases como “Sim, você terá uma vida deplorável. Acostume-se”.

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