sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Milagres e mistérios

Um milagre, um milagre, um milagre .. alô.. alguém do céu me escutando? Eu preciso de um milagre! E andava pra lá, e andava pra cá, e esfregava as mãos, e batia uma mão na outra, e esfregava o rosto - um milagre, só um milagresinho, vai, tem tanta gente aí que recebe milagre, uns até sem pedir, e eu só quero um, só um... um milagre... e ca-bum! De um flash de luz fez-se uma mulher, lindíssima, sensualíssima, vestida com uma elegante e transparente túnica lilás, além de um salto de 12 cm, que passou a fitá-lo em silêncio.

Passado o trauma inicial, olhou-a com  mais calma. Era bem real, mas tinha consigo uma aura celestial infinda e uma beleza impoluta. Mas aquelas coxas torneadas, aqueles seios sedutores, aquela boca deliciosa, tudo junto e misturado, turvaram sua percepção. Pensava - pode ser uma vizinha pedindo açúcar ou café ou até um skank, ou quem sabe talvez queria apenas uma anfetaminazinha, sei lá.

Aproximou-se, e tomado por súbita coragem diante de beleza tão sublime, iniciou um contato de terceiro grau educado. 

- Olá, tudo bem? Meu nome é Arnaldo Lasagna, sei que vai fazer piada do nome, pode rir, mas é Lasagna no original, com "ele a esse a gê ene a". Os portugueses é que empobreceram o latim. Mas se quiser rir...

- Silêncio.

- Você entrou aqui tão de repente, está perdida? Precisa de alguma coisa? Deseja algo?

- Em profundo silêncio, ela o examina com as sobrancelhas levantadas, um leve e um discreto aceno com a cabeça.

- Sabe que você é linda?

- Em provocante silêncio, ela deixa transparecer movimentos inquietos nos lábios até chegar ao ponto de morder o lábio inferior delicada e deliciosamente. 

- E além de linda é super sexy.

- Ainda num estarrecedor silêncio, ela apresenta as pupilas dilatadas, uma leve sudorese e começa a roçar os dedos das mãos.

- Pensando bem vou tirar a roupa, e daí a gente continua. 

- Em total silêncio, seus olhos correm pelo corpo dele, suas narinas dilatam, e esboça um sorriso mais aconchegante.

- Pode ficar à vontade também, e se desejar, eu sirvo uma bebida.

- Silêncio.

- Posso pegar na sua mão? (Já pegando)

- Silêncio.

- Posso verificar a maciez das suas coxas? (Já apalpando)

- Silêncio.

- Posso .. ei, espera aí - como um anjo tem marca de vacina?

- Puta que o pariu, Arnaldinho, não pediu um milagre?

- Arnaldinho? Como assim?? Você sabe meu nome?

- Sei seu nome, sei da sua vida e sei de tudo que gosta, bem como das suas taras e delírios.

- Sério?

- Sério.

- Ah! Então pode ir de onde veio, sai... sai... xô...passa...

- Mas o que é isto, você queria um milagre - eu sou o seu milagre.

- Verdade, pedi um milagre mas não pedi que viesse como hacker de google.

É isto aí!











  

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