Numa tarde morna de Brasília, em debates de alto nível no Congresso, para três testemunhas e uma taquígrafa, dois amigos de longa data se estranham pela delação de uma terceira pessoa, nefasta, mal-agradecida e pusilâmine:
Senhor presidente, quero aqui manifestar meu enorme repúdio ao processo 2673/8765-00 referente à delação do senhor Pústula, afilhado político do nobre colega aqui presente, o congressista Dr. Beltrano, cuja maior obra da vida pública foi declarar como seus os dois filhos da sua esposa legítima, herdeira de poderosa clã de jogatinas no seu estado de origem.
Senhor presidente, como fui citado, exijo intervir na verborrágica declaratória do nobre congressista e dizer-lhe que Vossa Excelência é um espoliador contumaz!
Veja bem senhor presidente. A carapuça serviu ao meliante e quero aqui afirmar em alto e bom tom que não posso ouvir tal coisa sem deixar registrado nos autos que Vossa excelência é um parvo claudicante!
Data vênia, senhor presidente, nunca em toda a minha imaculada vida pública fui tão ofendido como estou sendo agora. Não bastasse oferecer os préstimos da generosidade de sua esposa aos amigos, senhor congressista, Vossa excelência sabe que não sou eu a lograr clavadas sob a égide da improbidade, mas sim a sua irresponsabilidade para com a coisa pública.
Senhor presidente, permita-me a tréplica para que este energúmeno, cuja glossa suga o sangue dos inocentes deste país coloque-se no portal da sua insignificância, pois Vossa Excelência é, e isto reconheço com afinco, o magno mestre das ações sub-reptícias sobre o erário público.
Senhor presidente, a altercação é inevitável, dada à impossibilidade de diálogo com um neandertal, feito Vossa Excelência aqui presente.
Então, vai ser no pau, Geraldinho, vai ser no pau ...
Ordem ... seguranças ... ordem ... parem com isto ... seguranças ...
É isto aí!
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