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- Abrindo um salão / Passas em exposição / Passas sem ver teu vigia / Catando a poesia / que entornas no chão (Vitrines - Chico Buarque)
- Quando passas, tão bonita / Nessa rua banhada de sol / Minha alma segue aflita (Falando de amor - Tom Jobim)
- Oh! como és linda, mulher que passas / Que me sacias e suplicias / Dentro das noites, dentro dos dias! (Soneto da devoção - Vinicius de Moraes)
- Como as mulheres são lindas! / Inútil pensar que é do vestido... (Mulheres - Manuel Bandeira)
- É que esta criatura, adorável, divina, / Nem se pode explicar, nem se pode entender: / Procura-se a mulher e encontra-se a menina, / Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher! (Falenas - Machado de Assis)
Agora, num momento espiritual, a descrição da mulher amada e desejada como está na Bíblia, nos Cântico dos Cânticos (Cantares) de Salomão 7, 2-10
"Como são graciosos os teus pés nas tuas sandálias, filha de príncipe! A curva de teus quadris assemelha-se a um colar, obra de mãos de artista; 3.teu umbigo é uma taça redonda, cheia de vinho perfumado; teu corpo é um monte de trigo cercado de lírios; 4.teus dois seios são como dois filhotes gêmeos de uma gazela; 5.teu pescoço é uma torre de marfim; teus olhos são as fontes de Hesebon junto à porta de Bat-Rabim. Teu nariz é como a torre do Líbano, que olha para os lados de Damasco; 6.tua cabeça ergue-se sobre ti como o Carmelo; tua cabeleira é como a púrpura, e um rei se acha preso aos seus cachos. 7.- Como és bela e graciosa, ó meu amor, ó minhas delícias! 8.Teu porte assemelha-se ao da palmeira, de que teus dois seios são os cachos. 9.Vou subir à palmeira, disse eu comigo mesmo, e colherei os seus frutos. Sejam-me os teus seios como cachos da vinha. 10.E o perfume de tua boca como o odor das maçãs; teus beijos são como um vinho delicioso que corre para o bem-amado, umedecendo-lhe os lábios na hora do sono.
Esta é a Forma Fêmea
Esta é a forma fêmea:
dos pés à cabeça dela exala um halo divino,
ela atrai com ardente
e irrecusável poder de atração,
eu me sinto sugado pelo seu respirar
como se eu não fosse mais
que um indefeso vapor
e, a não ser ela e eu, tudo se põe de lado
— artes, letras, tempos, religiões,
o que na terra é sólido e visível,
e o que do céu se esperava
e do inferno se temia,
tudo termina:
estranhos filamentos e renovos
incontroláveis vêm à tona dela,
e a ação correspondente
é igualmente incontrolável;
cabelos, peitos, quadris,
curvas de pernas, displicentes mãos caindo
todas difusas, e as minhas também difusas,
maré de influxo e influxo de maré,
carne de amor a inturgescer de dor
deliciosamente,
inesgotáveis jatos límpidos de amor
quentes e enormes, trémula geleia
de amor, alucinado
sopro e sumo em delírio;
noite de amor de noivo
certa e maciamente laborando
no amanhecer prostrado,
a ondular para o presto e proveitoso dia,
perdida na separação do dia
de carne doce e envolvente.
Eis o núcleo — depois vem a criança
nascida de mulher,
vem o homem nascido de mulher;
eis o banho de origem,
a emergência do pequeno e do grande,
e de novo a saída.
Não se envergonhem, mulheres:
é de vocês o privilégio de conterem
os outros e darem saída aos outros
— vocês são os portões do corpo
e são os portões da alma.
A fêmea contém todas
as qualidades e a graça de as temperar,
está no lugar dela e movimenta-se
em perfeito equilíbrio,
ela é todas as coisas devidamente veladas,
é ao mesmo tempo passiva e ativa,
e está no mundo para dar ao mundo
tanto filhos como filhas,
tanto filhas como filhos.
Assim como na Natureza eu vejo
minha alma refletida,
assim como através de um nevoeiro,
eu vejo Uma de indizível plenitude
e beleza e saúde,
com a cabeça inclinada e os braços
cruzados sobre o peito
— a Fêmea eu vejo.
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
É isto aí!
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