De pé para receber a Meritíssima Juíza da Consciência em casos de Amor
Boa tarde, senhoras e senhores,
Daremos início, neste momento, à instalação da sessão do Tribunal Do Júri da Consciência do réu aqui presente. Passo à conferência das memórias sorteadas para esta sessão.
Verificação das memórias
Eu, Juíza da Consciência em Casos de Amor conferi as memórias, e estou assinando o termo comprobatório.
Chamada das Memórias
O Sr. Escrivão procederá a chamada das memorias sorteadas para esta sessão. A memória ausente terá seu motivo apreciado pela juíza. Não havendo motivo justificado e comprovado para a ausência, a memória será punida com multa de um a dez meses de vacância. A memória faltosa, com justificativa ou não, será automaticamente incluída na próxima sessão (se houver) com o réu.
Peço às memórias que apenas respondam “presente”.
O Escrivão faz a chamada, anota as memórias presentes.
Resultado da chamada
Realizada a chamada, as memórias sorteadas são anunciados pela Juíza e anotadas pelo Escrivão, para que consigne na ata, expedindo-se, ainda durante o julgamento, mandado de intimação das mesmas, se necessário.
Com o número legal de memórias presentes, são placidamente colocadas na urna do Espaço-Tempo, fechando-a, e anuncia-se o julgamento.
Anúncio da sessão e do processo
Havendo número legal de jurados, declaro instalada e aberta a Sessão do Tribunal da Consciência desta Comarca.
Será submetido a julgamento o processo que a Justiça Cônscia move contra o réu aqui presente, sendo vítima a Moça de Batom Nude sentada na primeira fileira das Memórias Abandonadas.
Peço que se faça o pregão das partes e testemunhas, recolhendo-as aos seus devidos lugares.
O Escrivão confere e anota. Determina que o réu tome seu lugar.
Do advogado defensor:
Convido-o para tomar assento na tribuna da defesa.
Como se declara o réu, pergunta a juíza.
Culpado, meritíssima. Fui um tolo, um idiota, um arrogante estúpido, só enxerguei um presente tosco sem saber que o futuro seria minha condenação por esta saudade interminável. Eu a amo, meritíssima, tanto quanto sempre amei. Rogo a pena máxima, dispenso o julgamento. Errei e tenho que pagar pelos meus erros.
Considerações da Juíza da Consciência
Considerando a clareza das suas palavras, a franqueza que saiu do seu coração e o bom histórico de vida do réu, considero que já cumpre sua dolorosa pena, dispensando acúmulo de dosificação penal à sua dor.
Entreolharam-se na saída, e naquele instante teve vontade de avançar sobre aquele batom nude, cujos lábios ainda o tocam em seus sonhos.
É isto aí!
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