sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Inseguranças

Snoopy é o beagle de estimação de Charlie Brown na tira em quadrinhos Peanuts, criada por Charles Schulz.

Charlie Brown é uma criança dotada de infinita esperança e determinação, mas que é dominada por suas inseguranças e uma permanente má sorte.

Snoopy é um cão extrovertido com complexo de Walter Mitty, com muitas virtudes. A maior parte delas não são reais, mas sonhos que fazem parte do seu mundo de fantasia, que aparecem quando Snoopy dorme no telhado da sua casinha.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Fugas e limites

Não nego
verbos regulares
ou adjetivos

Não galgo
ou transponho
os limites

raios sejam
fulminantes
aos limites

Sou memórias
tenho histórias
e lágrimas (ridículas)

pieguices
desarmônicas
pedantes

a verdade (relativa)
é que fujo
de mim todo dia


É isto aí!


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

O dia que morri por engano


- Senhor José Jota Silva? É o senhor mesmo?

- Sim, sou eu mesmo.

- Só por curiosidade, o Jota é abreviatura?

- Não, foi ignorância do menino que fazia o horário de almoço do escrivão, segundo meu pai seria Cota, da minha mãe, mas o iletrado colocou Jota e disse que não poderia rasurar. Aí ficou isto.

- O senhor chegou bem? Está se sentindo melhor?

- Olha só, eu não estou entendendo nada. Acordei hoje de manhã, tomei um café raleado, pois o pó estava acabando e faltou o açúcar. Aí lembrei  que tinha que comprar o gás para devolver ao vizinho que me emprestou mês passado. Mas aí lembrei que não devolvi o gás por causa de que eu devia dois meses de aluguel e antes de vencer o terceiro, que dá despejo, paguei um atrasado e deixei na pendência a padaria, o açougue e o sacolão, mas isto dá para contornar, por que o difícil mesmo é a farmácia.

- Então o senhor tem pendências? 

- É, saí de casa com a cabeça quente, a patroa falando sem parar, os meninos chorando, daí resolvi dar uma volta, descontrair um pouco na casa da Zefa.

- Zefa? Interessante, quem é Zefa? Não tenho este nome nos registros. 

- A Zefa é minha comadre. O nome dela mesmo é Deolinda, mas tem este apelido da infância  e foi ficando. 

- Humm, Deolinda, prossiga então.

- Zefa é meu amor de juventude, mas deu que casei precipitado com a patroa, e em pouco tempo vi a besteira que fiz, mas aí não tinha como ir nem como voltar, pois ela já tinha se arrumado com um caboclinho porqueira, mas aí as coisas entre nós foram indo foram indo, até que nós nos ajeitamos quando ela pegou birra das malandragens do safado, mas não é nada demais, gostamos de conversar.

- Pode continuar.

- O senhor é da polícia? Isto é depoimento, oitiva, ou coisa parecida?

- Não, é apenas formalidade. O senhor lembra como chegou aqui?

- Então, como já lá ia dizendo, saí de casa com a cabeça quente, e ao atravessar a avenida, ouvi um som estranho, não sei definir e de repente estava num túnel muito iluminado, com um coral cantando uma música linda. Tinha um homem do meu lado, alto, muito educado, que foi me conduzindo até uma praça bem cuidada. Ai vieram umas dez pessoas me abraçar, falando que estavam muito felizes com minha chegada, mas apesar de serem todos simpáticos, não conhecia nenhum deles e nenhuma delas. Tinha umas duas bem bonitinhas, destas de não se enjeitar, mas não sabia quem eram aquelas pessoas.

- Sério, não conhecia nenhuma delas?

- Achei estranho ficarem me chamando de Jota, já que durante toda a minha vida foi Zé Viola. Também ficaram assim meio ressabiados, aí o moço que estava comigo me trouxe até aqui. Falando nisso, aqui é onde?

- Isto aqui é a Central de Achados e Perdidos no Céu, conhecida como CAP-C. Estamos no céu, o senhor até consta na lista, mas ocorreu um engano aí, não é para o senhor estar aqui hoje; ainda demora uns anos. Vai ter que voltar. 

- Voltar? Quero não, não quero, de jeito nenhum, de forma alguma, exijo meus direitos, quero falar com o chefe, com o santo do dia, com o anjo da guarda, chama lá os arcanjos, chama a Sagrada Família, chama São Pedro, São Paulo, São Benedito e fui ficando possesso do bem, claro, e enquanto debatia deu uma raiva de voltar e aquilo atacou os nervos, os nervos atacaram a língua e aí desandei a falar até de coisa que nem sabia. Foi então que ouvi aquele som estranho de novo e acordei sessenta dias depois num leito de hospital. Olhei para o lado e vi a Zefa. Sabe, Zefa parecia um anjo cuidando de mim. 

É isto aí!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Perdão e outras faces do amor

Eadweard Muybridge*

Errei 
tudo bem
sei que errei
de mais nada sei

nada do mais sei
desta dor rude
sói alhures
adeus


É isto aí!

Autor da imagem: Eadweard Muybridge. (1830/1904)
Fonte da imagem: rawpixel
Fotografia de animais e humanos em movimento por Eadweard Muybridge (1830–1904). Muybridge foi um fotógrafo controverso conhecido por seu trabalho pioneiro na projeção de filmes. Sua reputação cresceu no final de 1800, quando ele provou através da fotografia que um cavalo galopando mantém todos os quatro cascos no ar por um curto momento em uma passada. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Ausência (Vinicius de Moraes - Rio de Janeiro , 1935)


Poema de Vinícius de Moraes
Fonte: Vinícius de Moraes - Vida e Obra/Site Oficial
Publicação: publicado em 1935, 173 p. 
Editora: Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro

Forma e Exegese marca a continuidade da carreira de Vinicius de Moraes como poeta. Ainda com 22 anos, era o segundo livro do jovem que ainda se apegava ao Simbolismo como escola dileta na hora de fazer versos ou escolher temas. As várias dedicatórias do livro para Arthur Rimbaud, Mallarmé, Claudel ou Jacques Riviére, selam a aliança do jovem poeta com sua matriz literária francesa e nos mostra a filiação poética que Vinicius ainda cultivava. 

Apesar do universo simbolista e de sua ligação com o meio intelectual católico do Rio de Janeiro, o livro apresenta alguns primeiros passos em poéticas que lhe seriam usuais futuramente. Poemas como “Ilha do Governador”, sobre sua infância no bairro carioca, ou “A volta da mulher morena” destacam-se dos longos versos herméticos e transcendentais. Eles já apontam para um Vinicius mais tangível e cotidiano, e que, não obstante, daria à sua expressão ainda mais beleza e profundidade.

Forma e Exegese foi um claro passo adiante do jovem poeta em relação ao seu primeiro livro e conseguiu ganhar destaque no meio literário do período. Mesmo sem ainda ter na ocasião a amizade que construiria ao longo da vida, ele recebe publicamente críticas positivas de um então já maduro Manuel Bandeira. Com o livro, Vinícius ganha o prestigioso prêmio Filipe d’Oliveira.

Ausência (Vinícius de Moraes)

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Declamante: Júlia Sonati
Um estudo da palavra e do gesto.
Atriz: Júlia Sonati
Edição: Mary Kuhn
@i.g.n.e.a
Câmera: Toni Ferreira
Produção: Rush Vídeo

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

A leitura das cinzas (Jerzy Ficowski)

Jerzy Ficowski

Jerzy Ficowski (1924/2006) registrou testemunho da resistência dos poloneses à política supremacista do governo nazista.
Foto: Bartosz Pietrzak
Fonte do texto: UFPR

Ainda desconhecido no Brasil, o livro de poesias “A Leitura das Cinzas”, do escritor polonês Jerzy Ficowski, recebeu uma versão inédita em português com tradução do professor Piotr Kilanowski, do Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas (Depac). Falecido em 2006, Ficowski é um dos autores que se dedicou ao tema da Shoah (“holocausto” em hebraico), que consiste no testemunho dos sobreviventes do nazismo, com o diferencial de que não era judeu.

"A leitura das cinzas": A leitura das cinzas (Odczytanie popiołów) é tido como um dos mais importantes livros de poesia sobre a Shoah escritos por um não judeu. O livro foi inicialmente editado em Londres, em 1979, já que na Polônia comunista a publicação de suas obras foi proibida, pois o autor fazia parte da oposição ao regime. 

A obra foi escrita ao longo de anos após a Guerra enquanto Ficowski, testemunha do Extermínio, soldado da resistência antinazista e prisioneiro dos campos alemães, tentava encontrar um modo de expressão adequado ao tema. O volume veio a lume após 11 anos de silêncio forçado e logo foi reeditado clandestinamente na Polônia. 

Um dos poemas incluídos no livro, Carta a Marc Chagall, publicado inicialmente em 1957, teve a honra de ser um dos dois textos de ficção (ao lado da Bíblia) que foram ilustrados pelo pintor destinatário daquela carta poética – fato que o poeta sempre considerou o maior prêmio artístico que poderia ter recebido em sua vida.

Poema de Jerzy Ficowski , do livro Odczytanie popiołów (A leitura das cinzas).
Tradução de Piotr Kilanowski (Professor de literatura polonesa na UFPR)
Ilustração de Marc Chagal feita para os poemas de Ficowski

Marc Chagall


Não consegui salvar

nem uma vida

 

não soube deter

nem uma bala

 

então percorro cemitérios

que não existem

busco palavras

que não existem

corro

 

para o socorro não pedido

para o resgate tardio

 

quero chegar a tempo

mesmo que tarde demais




segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Paulinho Moska e Márcio Greyck - Impossível acreditar que per...

                         Zoombido - Impossível acreditar que perdi você



“O compositor e cantor mineiro Marcio Greyck nasceu numa família de músicos, seu pai e tios tocavam e cantavam nos fins de semana. Seu gosto eram as canções mais antigas, e Marcio fez muitas serenatas em Belo Horizonte, que foram sua diversão e ao mesmo tempo a preparação para a sua carreira futura. Aos 12 anos fez sua primeira canção, inspirado nos baiões de Luiz Gonzaga. 

O violão chegou logo depois mas primeiro ele só cantava. Quando ele teve sua oportunidade de gravar, já no RJ, Marcio decidiu que seria compositor. Inspirado pela ousadia dos Beatles se tornou um cantautor pop. Ele teve seu próprio programa de tv, chamado O Mundo é dos Jovens, na extinta TV Tupi. Seu irmão Cobel foi seu principal parceiro, Marcio era mais melodista e seu irmão o letrista. 

Gravado por Roberto Carlos, Fabio Junior e Wilson Simonal, Marcio tem mais de doze álbuns gravados! Nosso dueto é justamente com o seu maior sucesso: “Impossível acreditar que perdi você”. Eu escutava essa canção no rádio e foi uma grande emoção poder cantá-la com ele no Zoombido. Obrigado por esse privilégio, grande Márcio!” (Paulinho Moska)

Direção: Pablo Casacuberta

Gravação e mixagem de audio: Nilo Romero

Os áudios da série foram extraídos das gravações de “Zoombido", programa que foi apresentado por Paulinho Moska no Canal Brasil. 

Parceria da MP ENTRETENIMENTO com o Canal Brasil e distribuição digital da ONErpm.

Impossível acreditar que perdi você é uma balada romântica de Márcio Greyck (seu criador em disco) em parceria com seu irmão Cobel. Foi um dos maiores sucessos do cantor-compositor mineiro, lançado pela CBS em dezembro de 1970, no compacto simples nº. 33689-B, matriz CBO-9641

Não, eu não consigo
Acreditar
No que aconteceu
É um sonho meu
Nada se acabou

Não, é impossível
Eu não consigo
Viver sem você
Volte e venha ver
Tudo em mim mudou

Eu já não consigo
Mais viver dentro de mim
E, e viver assim
É quase morrer
Venha me dizer sorrindo
Que você brincou
E que ainda é meu
Só meu, o seu amor

Hoje mais um dia
De tristeza
Para mim passou
Nem no meu olhar
Nada se alegrou
Sinto-me perdido
No vazio
Que você deixou
Nada quero ser
Já nem sei quem sou

Eu já não consigo
Mais viver dentro de mim
E viver assim
É quase morrer
Venha me dizer sorrindo
Que você brincou
E que ainda é meu
Só meu, o seu amor


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Um sujeito estranho

Egon Schiele*

Acordei com certo grau de dificuldade, de maneira que sentia uma enorme estranheza em mim. Aquilo ainda seria uma experiência inolvidável, já que a noite foi na sua totalidade estranha, os sonhos um mais estranho que o outro, e agora estava ali cansado e estranhamente diferente, como se as vicissitudes dos sonhos ancorassem minha nau vital. 

Olhei para ela, cândida, linda e elegantemente nua sob uma camisola de manga longa com detalhes em tule no punho, recortes preenchidos por renda ao longo da manga, e o decote possuindo renda com aplicação de laços que faziam seus seios ficarem ainda mais sensuais.

Enquanto a admirava, abriu seus olhos amendoados, esboçou um forçado sorriso, afastou o corpo até o limite da cama e murmurou que eu estava com um olhar muito muito muito estranho. Aquilo badalou feito um sino de bronze de 20 toneladas no espaço entre meus dois ouvidos internos e a alma. Senti uma fúria descontrolada, vi meu corpo transformando-se num enorme ofídio e ao abrir a boca a devorei num bote único, por inteiro, então voltei a dormir para a contemplação da ingesta.

Enquanto dormia, a vi andando dentro de mim, tateando meu interior em busca de uma saída. Aquilo sim foi muito estranho. Meus órgãos eram aposentos imensos, de estilo oriental indiano e ela adorava a tudo que via, inclusive o enorme Buda esculpido em pedra sabão, voltado para o coração. Calmamente perguntou-me o que aquela imagem de 35 metros de altura, possuindo uma cor verde com tons de rosa e dourado, numa mistura suave e contemplativa, fazia ali, entre os dois pulmões, com a face voltada para a contemplação do chacra cardíaco.

Respondi que aquele Buda corresponde ao elemento ar, daí estar entre os pulmões, e sua função principal é metabolizar a energia do amor. O poder pessoal de amar e ser amado é despertado pelo e no chacra do coração, além de ser o mediador entre o corpo e o espírito, sendo, pois, a porta da alma ou da morada da alma, como queira.

Ela olhou para o Buda, voltou seus olhos amendoados para mim, e ficou repetindo o movimento pelo menos uma sete vezes. Sabe, disse em tom inquisitivo,  eu sempre achei você meio estranho, mas hoje, olha, eu tenho certeza - você é muito estranho.

Aquilo novamente acendeu uma trama dentro do meu interior inconsciente, senti ascender em mim um calor violento em erupção e comecei a contorcer, urrando de dor e prazer, num misto de loucura e orgasmo enquanto a expulsava para fora do meu sistema digestório. Imediatamente voltei a dormir. Ao acordar estava só. 

Levantei vagarosamente; já passava das quinze horas. Passei pelo imenso espelho do quarto, olhei-me e disse - rapaz, como você é realmente um sujeito estranho, daí ouvi um zunido agudo, fui sugado para outra dimensão através do espelho e abduzido por uma nave sideral de onde voltei amanhã para relatar isto para vocês.

*Autor da imagem: Egon Schiele (wikipédia)
(pintor austríaco 1890/1918)
**Sobre o quadro: Ficheiro Wikipédia 
[[Imagem:Egon Schiele 078.jpg|thumb|180px|Legenda]]

É isto aí!

Sobre as coisas que virão.


É isso aí
ou não
não sei bem
não sei qual

bem ou mal
nisso aí
é o que tenho
para passar o ano

passado foi
presente está
e o futuro
será o que virá.


É isto aí!

Imagem: Foto anônima "Garoto com banjo e seu cachorro" de Domínio Público, possivelmente de 1920, nos Estados Unidos.

domingo, 1 de janeiro de 2023

Odete volta do exílio

 


O Diário Oficial do Reino da Pitangueira publica em primeira mão que Odete, a musa do Reino, voltou do exílio. Fontes próximas afirmaram que a diva já se encontra atuante nos bastidores de Brasília, de onde foi coercitivamente convidada a se ausentar por ação de forças ocultas. Segundo fontes seguras contará histórias capazes de corar corais escarlates. Quem viver lerá!


Promessas de Ano Novo

Considerando que não se deve aplicar rigor excessivo na comprovação da atividade das promessas, tendo em vista as peculiaridades que envolvem o trabalha das memórias, dos amores e das dores, eu prometo que buscarei cumprir na medida do possível e cumprirei até o limite da irresponsabilidade o que declaro neste documento. 

Como prova da boa vontade, fica eleito o Foro desta Consciência que pactua o trato, como competente para qualquer ação espiritual ou sensorial, oriunda do presente documento, ainda que diverso seja, ou venha a sê-lo da vontade e do desejo.

1 - Prometo que vou ler todos os e-mails que recebo, mesmo aqueles de marketing que nunca abri

2 - Prometo que vou emagrecer até parar de emagrecer

3 - Prometo que vou permanecer fora das redes sociais por mais um ano.

4 - Prometo que cumprirei integralmente o que puder cumprir.

É isto aí, ou não, não sei bem ao certo.