quarta-feira, 31 de julho de 2013

O estranho desejo do galo




A estranha obsessão dos atleticanos por serem todos os torcedores do Cruzeiro as marias do seu íntimo e secreto desejo, causa-me uma reflexão psicanalítica. Claro que não tenho a bagagem dos grandes mestres, em face da minha formação bageliana, junto ao analista de Bagé, mas arrisco um palpite:

"Enquanto a histérica vai buscar seu desejo no desejo do Outro, isto é, no que ela imagina ser o desejo do Outro, o obsessivo vai buscá-lo em um além, o que faz com que ele faça o seu desejo passar à frente de tudo. Ao buscá-lo além, o que ele visa é o desejo como tal na medida em que ele nega o Outro. Vemos aí claramente a presença da pulsão de morte, como sustentação desse desejo puro. Mas o Outro é o lugar do desejo e, para constituir-se, o desejo do sujeito precisa deste apoio no Outro. A destruição do Outro representa a destruição do próprio desejo e é nisto que esbarra o obsessivo, revelando a profunda contradição entre ele e seu desejo. Na verdade, trata-se de uma contradição que é interna ao próprio desejo, tal como é abordado nesse caso, nesse mais além que o constitui. Disso decorrem as constantes idas e vindas do obsessivo, uma vez que a possibilidade de realização de seu desejo se apresenta como mortal. É desse momento que ele se afasta, na medida em que alcançá-lo significa matar o desejo. Lacan chama a atenção para o fato de que, mais do que uma distância do objeto, trata-se na neurose obsessiva de uma distância do desejo."


Fonte da reflexão: http://www.interseccaopsicanalitica.com.br/art078.htm

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