Nunca tinha namorado e nem visto uma mulher nua e já estava com quase dezoito anos. Bom filho, exemplo na comunidade, muito religioso, excelente aluno do primeiro ano da faculdade de engenharia, honesto, dedicado e muito correto. Trazia consigo um amor proibido por uma mulher mais velha, casada com um vizinho residente no mesmo andar.
Como a olhava demasiadamente apaixonado pelos cantos do condomínio, ela percebeu seu encantamento e tirava proveito da situação. Assim, explorava-o, mas fazia-se no âmbito social uma mulher sempre distante, admirável e um compêndio de perfeições físicas e morais.
Ele aceitava e prontamente acatava suas ordens pela total submissão ocasionada por uma transposição do amor às relações sociais. Fazia mandados, ia no super-mercado, ao banco, e até eventualmente a acompanhava em lojas, desfiles e compras, quando ela propositalmente passava próximo à faculdade logo após as suas aulas.
Quando estavam a sós, conversavam sobre tudo, e aí sempre provocava-o com roupas decotadas e curtas, batons carmim e perguntas cabulosas. O estado amoroso do rapaz era uma espécie de estado de graça que o transformara num nobre vassalo e ela era a intangível esposa do rei. Tratava-se, na sua concepção, de um amor puro, não adúltero. Sempre que alguém perguntava se tinha namorada, ruborizava e ocultava o objeto de seu desejo substituindo o nome dela pelo de uma mocinha qualquer.
Um dia o apanhou na porta da faculdade e dirigiram-se para um motel afastado, de alto luxo e enorme discrição. Ao chegarem, ficou mudo, em pânico, não sabia o que fazer nem o que falar. Custou a descer do carro, enquanto ela já adentrou no apartamento, ficando imediatamente nua, e deitada na enorme cama circular, pôs-se a esperá-lo. Entrou e deparou com aquela escultura natural, em pele de seda e sede de amor.
Estava ali, parado, encostado na parede, sem saber onde colocar os olhos, até que, num rompante de coragem, perguntou-lhe - o que você quer de mim? Com um malicioso sorriso em sua face alva e santa, ainda deitada, flexionou as pernas, abrindo-as em ângulo reto perfeito, estendeu-lhe os braços e sussurrou - eu quero tudo!
Imediatamente pegou o cardápio e começou a pedir à telefonista todas as comidas e bebidas que constavam nele. Pacientemente levantou-se enrolada no lençol, tomou o telefone das suas mãos suadas, pediu desculpas à mocinha, e segurando-o, conduziu-o delicadamente à poltrona, sentou-se, colocou-o no colo e foi acariciando-o e explicando a função de cada elemento do seu corpo. Ao final da explicação, ainda afagando os seus cabelos, foi que percebeu que ele havia dormido como uma criança protegida nos braços da mãe.
É isto aí!
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