terça-feira, 2 de agosto de 2016

Contos para aquecer o coração - ... e foram viver o seu destino.


Assim que acordou, demorou a entender onde estava. Não reconheceu o quarto, chegou à janela e não reconheceu a paisagem. Resolver sair depressa para encontrar respostas. Abriu a porta, deu o primeiro passo e rompeu num abismo lépido, liso e luminoso. Enquanto era conduzido pelo espaço contínuo, via janelas abrindo e fechando à sua frente. Olhou a Aninha, a Graça, a Débora, a Taninha, cada uma do seu jeito singular, como sempre foram na memória.

Estou morto, pensou. Então é assim que acontece. Este túnel é aquele da luz que tanto falam. ocorreu que teve a estranha sensação de que já fizera aquela viagem dezenas de vezes. Viu seus avós, alguns amigos, até que ao passar por uma destas janelas, percebeu uma moça acenando, com um sorriso maravilhoso. Acenou de volta, e quando assim o fez, seu corpo foi projetado em direção àquela mulher. Não tinha como impedir, aliás, não tinha nenhum controle da situação.

Ela o segurou pelas mãos, puxou-o para dentro do ambiente, que se tratava de uma sala simples, de conforto espartano. Havia mais duas ou três pessoas no mesmo ambiente e não conhecia nenhuma delas As mãos continuavam ligadas, feito laço. Ela estava descalça, achou isto interessante, e só então percebeu que também estava sem calçado. Na mente só o desejo de estar para sempre ao seu lado. Uma voz interior dizia-lhe que chegara ao ponto de partida definitiva.

A moça olhando-o de uma forma tão amável e delicada, ficou na ponta dos pés e lhe beijou suave e apaixonadamente, e sua memória fez-se um enorme clarão de luz, até que fechou os olhos. Era Denise! Ao abri-los, demorou a entender onde estava. Não reconheceu o quarto. Chegou à janela e a viu saindo pelo espaço, acenou-lhe, veio ao seu encontro. Juntos saíram pelo corredor, desta vez sem surpresas, e foram viver o seu destino. 

É isto aí!

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