quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Os cães ladram e a caravana passa

Primeiro a surpresa de ver que o post de ontem desencadeou dezenas de acessos, muito cima da média, assim, do nada, voltando das férias. Achei legal, esquisito, suspeito, estranho e interessante, tudo junto e misturado. Obrigado aos que por aqui vieram a passeio e aos que vieram a trabalho, não sei bem o que tanto procuram na Pitangueira, mas fiquem à vontade.

Nestes tempos loucos, assustadores e furtivos (opa) passei vinte dias meio desligado, não da vida, mas do abençoado smartphone. Steve Jobs, que descanse em paz, criou este conceito para diferenciar os smartphones dos celulares comuns, que já eram por si só uma enorme revolução de comunicação entre pessoas. Graças a este avanço, temos hoje aparelhos híbridos entre celulares e computadores que englobam as principais tecnologias de comunicação em massa, deixando de ser apenas o elo entre um que fala e um que escuta.

Mas todo Yin tem seu Yang, todo céu tem seu inferno e todo celular tem seu smartphone. Nestes vinte dias de férias recebi dezenas (sendo simplista) de mensagens, whatsapps, chamadas normais de associações supostamente de cunho social, que se apresentam como apoiadores da causa dos que sofrem de oncologias, de nefropatias, de hepatopatias, crianças órfãs, mães doentes, dependentes químicos (que eufemismo, hem ... no fundo no fundo todos nós seres vivos somos dependentes químicos), etc. 

Todos têm o mesmo discurso, a mesma ladainha, o mesmo choro, a mesma cara de pau de achar que a gente é obrigado a ter milhares de reais disponíveis só para subir um degrau ao céu. Ora, direis, ouvir estrelas, se tivesse todo este dinheiro, já estaria num céu particular, privado destas conversinhas baratas de telefonistas treinadas, e mal pagas, para arrancar lágrimas de crocodilo. Aí, quando você perde a paciência é grosso, mal educado, insensível, idiota, miserável, etc. Uma a uma vou bloqueando (melhor função do smartphone) os números, que se multiplicam feito rato (ou baratas) no esgoto.

Além disto existem os agiotas oficiais, supostamente envolvidos na trama que levou um meliante a ocupar o lugar que nunca, jamais, em tempo algum nenhum povo deste planeta mereceria como comandante, a não ser que desejem o naufrágio da sua pátria, aí tudo bem. 

Estas empresas que funcionam de uma forma patológica, oferecendo dinheiro a custos criminosos, juros extorsivos e achaques irritantes, não esgotam suas possibilidades de assédio. É uma armadilha das mais bandidas que conheço. Utilizam da neurolinguistica de uma maneira assombrosa. Algumas vezes vou dando corda para que se enforquem, aí discordo aqui, nego ali, até que uma mulher de voz macia, gostosa e educada vai colocando frases onde estrategicamente o sim e o não são sempre afirmativas pró-golpe. 

Nestes vinte dias recebi (é verdade) cerca de 180 ligações de duas instituições (?) financeiras usando de múltiplos recursos para que eu aceitasse seu dinheiro a juros escandalosos. Bloqueei quase quarenta números, e mesmo assim a merda não desistiu totalmente. Desespero pelo golpe ter dado errado? Ora, nunca vi um banco, neste caso, dois bancos, serem tão desavergonhadamente insidiosos. Pensei em colocar aqui as instituições e seus números da morte, mas depois do espalho que dei ontem, falando as providências que tomaria, imperou o silêncio (coincidência ou chegaram no limite do inferno?). Bando de bandidos - não queriam o golpe? Agora que se quebrem ou se fo...m.

É isto aí!

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