Entrou na casa na esperança de encontrar ali sossego e paz. Tudo que encontrou foi dor, passado, tristeza e solidão. Mesmo assim entrou e fechou a porta. Aquilo tinha que ser feito, pensou. Passou pela sala com móveis cobertos com lençóis velhos e remendados. Viu um quadro semi-coberto, na parede lateral, que despertou a imagem de flores, vinho e alegria. A lágrima escorreu suave.
Na cozinha, copos e pratos no escorredor, a geladeira vazia e aberta, o fogão empoeirado e a dispensa vazia. Sentiu o cheiro de café, da carne ao alho, do macarrão da madrugada, dos beijos na beira do fogo. Aquilo tudo ardia feito brasa.
Voltou à sala, não teve coragem de entrar no quarto. As pernas travaram, a respiração ficou pesada, o ar denso, o suor gelado escorrendo pelo corpo tenso. Chorou em pé, a princípio discretamente, e aos poucos a musculatura foi permitindo chorar chorar chorar. Voltar foi um erro, balbuciou. Voltar foi aceitar que errei em tempo integral.
Na parede um retrato onde sorriem para o infinito. Ela tão linda. Desejou ardentemente entrar na fotografia. Resolveu caminhar em sua direção e enquanto andava, a realidade transmutava para a foto, para o dia que sorriram para o infinito. Agora eram os dois novamente, dentro de um tempo paralelo.
Acordou com dificuldade de abrir os olhos. Voltou para o plano real, ou supostamente real. E ela veio junto, estava novamente em sua vida. Você me faz feliz, balbuciou para o retrato da parede da memória.
É isto aí!
Na parede um retrato onde sorriem para o infinito. Ela tão linda. Desejou ardentemente entrar na fotografia. Resolveu caminhar em sua direção e enquanto andava, a realidade transmutava para a foto, para o dia que sorriram para o infinito. Agora eram os dois novamente, dentro de um tempo paralelo.
Acordou com dificuldade de abrir os olhos. Voltou para o plano real, ou supostamente real. E ela veio junto, estava novamente em sua vida. Você me faz feliz, balbuciou para o retrato da parede da memória.
É isto aí!
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