segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Está na hora de voltar


Os caminhos do Reino da Pitangueira, nos últimos dois anos, foram idílicos em torno da paz e das virtudes humanas. Não que houvesse necessariamente o drama da fuga, opção inteligente e salvífica comum e libertadora aos que, assim como eu, lutam em front aberto, sem retaguarda, sem armas, sem advogados, sem recursos minerais, bancários, hereditários e sem nada ou quase nada do que se pode ter para resistir em tempo integral ao terrível inimigo invisível ou aos tais brancaleones.

Estaria todo o Reino da Pitangueira alienado? Lembro que Jean-Jacques Rousseau admitiu a ideia de alienação em sua obra “Do Contrato Social”, onde escreve que “O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se a ferros” - isso porque o homem nasce bom mas é corrompido pelo processo civilizatório. Mas então bastaria voltarmos para o estado de natureza e tudo estaria resolvido?

Para se libertar desses ferros, surge a ideia de um pacto social, no qual a condição de liberdade seria legitimada através da alienação total dos bens e da liberdade em prol da comunidade. Esta alienação não seria subordinada a um rei (ideia não concebida), mas a cada um, preservando-se a igualdade e a liberdade, formando um corpo político, de homens considerados coletivamente, participativos, onde a vontade geral seria indestrutível.

Cá para nós, Rousseau era o cara. 

Está na hora de voltar, mas ainda falta ajustar umas peças, encaixar uns calços e seguir adiante. A dúvida é saber qual calço utilizar. A Língua Pátria e Mátria permite duas possibilidades:
Calço¹ - bloco, cunha ou outro objeto posto junto ou sob algo para que fique firme, imobilizado, nivelado ou mais elevado.

Calço ² - golpe rápido, aplicado com o pé ou a perna, para que a pessoa atingida caia ao chão ou seja impedida de se movimentar livremente.

Ao amigos a fidelidade, aos inimigos, adversários, odiotários, pusilânimes e toda a fauna e flora advinda, as bênçãos da Capoeira*. 

*Só para explicar: O executor da capoeira, ao aplicar a Bênção, levanta a perna que se encontra atrás na ginga, puxa-a em direção a si e – num movimento rápido – empurra-a contra o peito do adversário, buscando atingi-lo com o calcanhar. 
Fonte da imagem: Capoeira Cativeiro

É isto aí!



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