sábado, 4 de outubro de 2025

Cartas de Amor XCIV


Reino da Pitangueira,
Planeta Terra&Lua,
3° do Sistema Solar,
Via Láctea, Zona Sul


Querida, vamos fugir pelo entrelaçamento quântico

Calma, meu bem. Não se trata de uma fuga que abalará as estruturas do nosso amor — já tão sofrido e dolorido. Sei que, aí dentro do seu ser e estar, habita a minha alma, assim como você habita, com natureza vívida, dentro de mim. Sei também que o destino nos levou ao ponto de inflexão da tristeza, num momento crucial que acarretou esta mudança drástica na trajetória das nossas vidas.

Penso numa rota de fuga, valendo-nos da correlação fundamental entre todas as partículas que nos consolidam enquanto seres humanos e o universo infinito. Calma, meu bem, calma! Fique calma… respire fundo. Sinto suas mãos suadas e seu olhar é puro amor. Neste instante, perenizamos o que nos separa e o que nos une, feito uma onda quântica. Calma, querida, já já explico.

Saiba, minha querida alma gêmea, que o nosso amor não é uma onda física como a água ou o som, mas sim a função de onda — num conceito passional — que descreve o estado de amar, ser e existir numa partícula; função essa que nos permite a probabilidade de encontrarmos um ao outro em determinado local do espaço e do tempo. Eis o mistério do nosso amor.

Querida, eu não sei não amar você!

Um cafuné no cabelo, um afago na face, um abraço apertado e um beijo apaixonado.

É isto aí!


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