Julinha, você…
— Fala, Alfredinho. Diz logo o que quer dizer, seja reto e objetivo.
Julinha, você está…
— Sim, Alfredinho, eu estou…?
Julinha, você está… nua.
— Demorou, hein, Alfredinho!
Julinha, isso é pecado.
— Mortal ou Venial, Alfredinho?
Como assim, Julinha? Como assim? Pecado é pecado!
— Ah, Alfredinho… você ainda classifica tudo em preto e branco? Venha cá, deixa eu te explicar as cores intermediárias.
Julinha… estou confuso.
— Não está nada. Está é assustado. Vem aqui, chega mais perto.
Mais, mais, mais perto? Como assim?
— Mais pertinho. Vem romper esse tarado que te habita.
Como assim, Julinha? Que eu saiba, tarado, do latim tarare, significa “marcar o peso da tara”.
— Não, Alfredinho. Tarado do significado tardio, lá dos guetos, das vielas, dos nichos onde ninguém fica perguntando etimologia antes de beijar alguém.
Alto lá, Julinha! Você ainda não explicou esse negócio de pecado Mortal ou Venial.
— Quer saber, Alfredinho? Fui ali — e não volto.
Onde você vai? Espera… Partiu. Essa Julinha… não sei, não… e tem uns olhinhos lindos...
É isto aí!

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