terça-feira, 8 de novembro de 2022

Sobre sonhos, Juiz de Fora e Pasárgada

Dia destes acordei de um sonho às 4H30min da madrugada. Num instante tomava vinho tinto seco numa galeria e no outro já caminhava numa neblina estranha, por onde andava assustado e a passos rápidos por uma calçada larga, entre pessoas que não veem por onde andam. Pelos deuses jupiterianos da Domus Italica , estava em Juiz de Fora. uma pacata e serena vila do interior da Zona da Mata.

Atravessei a estreita rua e no meio dela, ao olhar para a direita, vejo-me, encliticamente, numa avenida enorme e cosmopolita, porém o frio, a chuva fina e o vento confirmavam que aquilo ainda era Juiz de Fora. Encolhi os ombros, deixei o tempo se embrenhar nos segundos do dia e cheguei à casa que aparentemente era conhecida. Ao abrir a porta, pessoas corriam de um canto para o outro no interior do imóvel. Preparavam um evento destes psicocibernéticos revolucionários da mente e do espírito. 

A psicocibernética, como sabem, é a mãe da Inteligência Emocional e avó do Coaching moderninho, nascida nos anos de 1950 nos Estados Unidos pelas mãos do médico Maxwell Maltz, e Juiz de Fora, cidade com o maior número de psicólogos per capita do mundo. deve muito da proliferação psi a esta teoria maxwelliana.

Bem, preciso voltar ao sonho. A casa é um velho sobrado dos épicos tempos áureos da Manchester mineira. Subo a escada em caracol que abre-se para um mezanino confortável. Ao fundo havia uma moça, destas de lindeza linda, sentada numa confortável cadeira abdutora que potencializava a mobilidade dos seus belíssimos membros inferiores, além de ajudar na coordenação motora e fortalecer os músculos do quadril, da coxa e da região lombar. De pé, ao seu lado, um personal trainer. Fiquei meio que com ciúme de vê-la ali com um personal, mas contive a ira.  

Uma senhora, muito educada, tocou levemente no meu ombro enquanto continuava a fitar a moça na cadeira abdutora com uma  incessante e incandescente sedução, apesar da merda do personal tocando seus membros inferiores...

Voltando à senhora elegante e simpática. Sussurrou no meu ouvido que estava atrasado. Disse que o plano original seria entrar com as flores, tomar a casa de beleza floral e a partir dela, conquistar a moça. As flores seriam entregues por amigos e simpatizantes que as trariam em determinada hora, colocariam numa cesta que seria puxada por uma corda para o segundo andar, num quarto oposto à sala onde ela estava com o repugnante personal. 

Reparei que as flores começaram a desaparecer antes do combinado e algumas pessoas ficaram eufóricas com aquilo. Olhei para a esquerda onde haviam duas grandes janelas de vidro e madeira. Estavam abertas. Não era o combinado. Uma pessoa estranha me disse que estavam abertas para facilitar a fuga das pessoas que roubavam as flores.

Não sei se percebi ou foi intuição de que aquilo tudo estava errado e fora de ordem. Uma pessoa  aproximou-se e apresentou-me uma mulher muito simpática e empática. Disse que esta mulher era do serviço de inteligência floral e que tinha uma coisa importante para falar. 

E a mulher simpática e empática olhou no fundo dos meus sonhos e disse uma frase épica de Maxwell Maltz:

"O êxito na vida não significa apenas ser bem sucedido, mas também sobrepor-se aos fracassos."

Foi aí que percebi que aquele personal trainer não era personal merda nenhuma. Pulei a janela, segui na direção da minha sincera e fiel bicicleta Phillips, onde pedalei epicamente até a grande e acolhedora cidade de Ewbank da Câmara, de onde embarquei para Pasárgada no vôo noturno.

É isto aí!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gratidão!