Reino da Pitangueira,
Planeta Terra&Lua,
3° do Sistema Solar,
Via Láctea, Zona Sul
Querida, esta carta cumprirá seu destino etéreo
Calma meu bem, respira suavemente por suas delicadas narinas e liberte o ar - o mesmo ar que me inflama - pela sua boca que redesenha com ímpar beleza suas palavras. Agora que aplainei o caminho que conduz ao seu coração, sei que nossa coexistência mútua segue seu destino. O destino de descer o rio da vida navegando ao som da paixão refluindo nossas vidas.
Eu sei que você sabe que tem sido frequente em meus sonhos. Às vezes, mesmo insone, prefiro dormir do que existir só para ver você voltar ao dia que nossas mãos se entrelaçaram, mas aí seria motivo para outra carta, que não esta, que faz materializar o lírico Pablo Neruda
Poema: Soneto XVII
Autor: Pablo Neruda
Fonte: Mariana Gago Recanto da Literatura
Tradução: Maria Teresa Almeida Pina
Soneto XVII
No te amo como si fueras rosa de sal, topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.
Te amo como la planta que no florece y lleva
dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
el apretado aroma que ascendió de la tierra.
Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera,
sino así de este modo en que no soy ni eres,
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.
Tradução para o português:
Soneto XVII
Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
É isto aí!
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