quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O corpo fala




- Carminha, preciso falar uma coisa com você.





- Tudo bem, Armando. Pode falar.





- Humm, melhor que não, você não esboçou uma reação confiável.





- Reação confiável? Precisa disto entre nós agora?





- Ontem, hoje e sempre. Você pode até mentir, mas enquanto isto, seu corpo fala.





- Meu corpo fala? Está escrito isto em minha postura? Você lê meus movimentos? O que ele fala?





- Que você mente. Olhou para o lado esquerdo apenas com o movimento dos olhos, apertou o lábio inferior com os dentes, suas pupilas dilataram, juntou as mãos e em seguida levou-as ao pescoço e coçou o nariz, além dos ombros encurvarem para a frente.





- Nossa, Armandinho, você viu, leu, interpretou e sabe isto tudo só de olhar meu comportamento?





- Sim.





- Mas, Armandinho lindinho, isto não é verdade.





- É sim. Você não pode contestar a ciência. Explique então algo tangível, que prove que estou errado, se for capaz.





- Olhei para o lado para verificar se a cortina estava fechada, apertei os lábios por que quero morder você todo, minhas pupilas dilataram devido à descarga de adrenalina por que estou excitada pela sua presença, levei as mãos ao pescoço pelo calor que veio à flor da pele e meus ombros foram para a frente pela vontade de estar agarrada em você.





- Caramba! Jura? Nossa... fiquei excitadíssimo, olha só o que você fez comigo. Você me deseja tanto assim?





- Claro que não, mané, vá se catar, vá ver se estou na esquina e outra coisa - vá fazer leitura corporal no corpito das tuas negas - fui!





É isto aí!

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