quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A mineira

Alto lá - este texto não é meu
Confesso que achei bom demais da conta, copiei e colei
Copiei daqui: http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2012/07/20/sexo-e-em-minas-o-resto-e-sacanagem/
Colei dele: Xico Sá


Essa impressão eu tive desde a primeira vez. No casamento com uma delas não havia mais dúvida. Coisa findas muito mais que lindas. Mas ainda carecia de rodagem e meditação nas montanhas para escrever com mais tutano e propriedade.

Carecia de mais depuração no alambique de Salinas ou Januária. Precisava comer mais frango com quiabo na serra do Rola-moça.

Agora não há mais dúvida: há realmente algo de especial na mulher mineira. Se você pedir que eu me explique melhor sou incapaz de fazê-lo. A mineira tem um “je ne sais quoi”. E pronto.

Um não-sei-o-quê, se é que você me entende.

Você vê a mais moderna das moças de Minas, por exemplo, e, além muito além daquele repertório todo de modernidade haverá, quase sempre, um quintalzinho imaginário com uma pimenteira, uma sombra, uma pitada de arcadismo e contemplação.

Na mineira há sempre um conforto depois da fachada.

Com uma mineira você tem a sensação de gozar sob as badaladas dos sinos de Ouro Preto. E não estamos falando da sem-vergonhice da Linda Lovelace no filme “Garganta Profunda”.

Há um drama barroco, uma pedra sabão de Aleijadinho no amor com uma moça das Gerais. Você sempre acha que está cometendo algum inexplicável pecado.

Você sempre vai achar que está fazendo sexo na porta funda de uma igreja de Congonhas.

Você diz “mas não há nada de errado nisso, somos maiores, vacinados, estamos juntos, como um homem e uma mulher de qualquer canto do planeta”. Mesmo assim, diante do olhar de uma mineira, ira permanecer a sensação pecaminosa.

Quer algo mais incrível do que ser devolvido à condição de pecador? Não tem dinheiro que pague. É a inversão do teorema de Dostoievski: se Deus está vivo, tudo é proibido.

Você pode praticar todas as safadezas do mundo, mas com uma mineira você tem a nítida sensação de estar fazendo sexo. A bíblica conjunção carnal de fato. Não apenas sacanagem. Isso é outra coisa.

A mineira nos faz recuperar a bela culpa que torna o sexo mais gostoso. Uma transa qualquer sem uma demão de culpa ainda não pode ser considerado sexo.

Só há sexo em Minas Gerais. No resto do Brasil é sacanagem.

Você há de contestar, amigo, dizer que sou um reducionista. Um esmagador de clichês sobre a mineiridade etc etc.


Insisto. Com uma mineira é diferente. Há algo que faz da prosódia um doce de leite de Senador Firmino.

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