quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ninguém quer discutir política, mas todo mundo quer gritar

Ninguém quer discutir política, mas todo mundo quer gritar. Do lado do PT e do lado do PSDB as trincheiras estão carregadas de munições. Assim, neste fogo cruzado sobra pouco espaço para evoluções de grupos independentes, à esquerda e à direita de ambos, e isto não é coincidência - não querem que sobre espaço nem para conservadores, nem para socialistas convictos. 

Enquanto uns eleitores da Dilma digladiam com as bravatas da dupla Aecio&Fernando e fiéis seguidores, e outros perdem tempo em solidarizar-se com o Mino pela ausência da Dilma em jantar paulista, a política não dorme. Todas estas intrigas e bafos servem apenas para enaltecer a suposta leveza e polida atitude dos grandes estadistas Alckimin&Perillo, e da postura diplomática da Dilminha. 

Você acredita que existam aqueles que bancam toda esta nebulosa situação para surgir como os salvadores da pátria, capazes do diálogo e da boa convivência com todos os adversários políticos e ideológicos, para que tudo mude e permaneça como está?

Lula (sempre ele) deu a senha para a reflexão, em recente reunião da CUT - Está faltando política.

Esta cortina de fumaça liberada na grande e decadente mídia é fomentada por  personagens que sabem muito bem o papel que têm que representar no palco e no jogo. O exemplo clássico é a dupla Jean&Feliciano, que aparentemente não sobreviveriam por tanto tempo na mídia se não fossem antagônicos de causas antropológicas.

O deputado Cunha, outro exemplo (que não é bobo nem idiota como pensam alguns adversários) é um destes atores intrigantes. Em campo joga na meia direita, batendo pesado nos adversários que estão do centro à esquerda do campo ideológico. Com a conivência do juiz e auxiliares chuta em tudo que está ao seu alcance, facilitando assim as articulações da defesa que tem tempo para se armar nos ataques e contra-ataques pelos flancos. Nunca passa do meio do campo, pois é terreno minado para suas pernas curtas, mas sabe armar jogadas que podem facilitar a vida dos atacantes dos dois lados - isto sim é que é surpreendente.

O outro personagem, de pompa marcial e pose de estátua, tem um nome composto que merece uma melhor análise para compreender um pouco a sua conduta:
- Bolso, segundo a Wikipédia, é derivada do saco da bolsa palavra que, por sua vez, vem do latim (bursa) e do grego (βυρσα / Byrsa).
- Naro - pequena e pacata vila da Sicília, ao sul da Itália.
Então, como podemos deduzir, a palavra é formada pela justaposição da cidade de origem da família com um pequeno objeto de uso pessoal que serve apenas para colocar coisas a serem carregadas. Assim faz mais sentido.

O personagem a seguir é midiático. O cantor, compositor, escritor, multi-instrumentista, editor de revista , apresentador de televisão e vlogger carioca, que tem causado sensações múltiplas na delirante galera golpista, tem na Wikipédia postadas tristes e marcantes passagens na sua vida:

Segundo o próprio cantor, seu apelido surgiu ainda na escola, devido a ser guloso e à mania de se vestir com um macacão de jardineiro preso por um alça só . Na vida pessoal, teve problemas no relacionamento com os pais. Foi expulso de casa pelo pai, aos 19 anos. Levou um cruzado na cara e rebateu com o violão, despedaçando-o inteiro em cima do pai (“...Só sosseguei quando não havia mais violão para continuar batendo.”). Depois disso, a relação dos dois ficou suspensa, “num limbo relacional”. Muitos anos mais tarde, eles tiveram uma bela tarde de sábado juntos. Logo depois, o pai se matou, envenenado. Ele também carregaria a culpa pela morte da mãe. Após uma discussão, ela (bipolar) parou com os remédios que tomava três vezes por dia — “uma forma sutil e profissional de se matar”, como ele diz. A mãe deixou uma carta responsabilizando-o por sua morte. 

E o Olavo, gente, que gênio é este que desperta as mais íntimas sensações de frisson na elite econômica ideologicamente engajada aos interesses da simpática nação do norte? Como sempre, recorro à Wikipédia, que se não é confiável, pelo menos está ao alcance de todos.

Segundo a fonte, ele foi na juventude um militante comunista. Colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia na PUC de São Paulo e na mesma época, realizava consultas astrológicas, além de lecionar na Escola de Astrologia Júpiter. Mora na grande nação do norte, onde graças a serviços prestados à pátria amada (amada por ele, e não por nós outros), recebeu daquele governo o visto especial de residência EB-1,17, que  dá ao estrangeiro o direito de residência permanente.

Veja só você - um astrólogo torna-se o principal articulista das ações opositoras ao governo, que não tem em seus quadros de personagens eleitos, nenhum com oratória capaz de anular estes ataques cósmicos. Estamos deixando passar o que interessa para discutirmos sexo dos anjos.

Segundo a Wikipedia, Sexo dos Anjos é uma referência a debates teológicos que ocorriam em Constantinopla, inclusive nos momentos que precederam a sua queda diante dos turcos otomanos e discutir o sexo dos anjos ganhou o significado de perder tempo discutindo um assunto absolutamente inútil e impossível de ser determinado, quando existem problemas mais importantes.

É isto aí!

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