Entrou no consultório meio atabalhoada, e foi logo sentando na cadeira, revelando seus mais íntimos e secretos segredos. Falou de tudo, chorou, soluçou, enfim, desabafou de uma forma nunca feita em toda a sua vida. Ao fim de tudo, pois tudo uma hora termina, pegou o lenço oferecido, enxugou as lágrimas, refez sua saia levantada pela posição da confortável poltrona.
Foi aí, e só aí é que deu-se conta que aquele era um consultório odontológico e não a clínica do analista, que estava na sala ao lado. Sorriu sem graça, levantou-se leve, mas envergonhada. Aproximou-se do dentista, abraçou-o com veemência e beijou-o em frenesi. Mantiveram-se abraçados em longos minutos, em impávido silêncio.
Saiu dali curada.
É isto aí!
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