quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A oitiva da Pitangueira

O sistema judicial do Reino da Pitangueira é monocrático, resoluto e imparcial, como é sabido e confirmado em todos os cantos desta página que você por ela trafega. Explicar-lhe-ei em detalhes mais práticos a máxima de certa feita do nosso sistema indestrutível, para provar a lisura que praticamos.

Declaramos para os devidos fins nacionais e internacionais que fatos aqui citados ocorrem apenas no interior deste reino, sendo para os reinos alheios apenas uma peça de ficção, e qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos, atos ou situações fora deste quadrado será mera coincidência.

Que seja dado início à oitiva:

Dona Zakładia Narodowysk De'Vil, como sabe, tem o direito de permanecer calada etc e tal. Esta oitiva é referente à estadia do senhor seu cônjuge em aposentos imperiais, e especificamente neste caso, por hora, hóspede do serviço disciplinar aos cidadãos, com ínfima suspeita de desvio de conduta.

Muito bem, Dona Maria, a senhora é corrupta?

Não.

Não o que?

Não, senhor meritíssimo, meu nome não é Maria.

Não é isto, a senhora deve responder com clareza.

Entendi. Eu não sou corrupta, e não me chamo Maria.

A senhora sabia que suspeita-se que o senhor seu cônjuge talvez tenha contas secretas na Ilhas Galápagos e na Ilha de Páscoa, totalizando mais de mil pinguins em espécie?

Não. Nunca soube destas contas, meritíssimo.

A senhora sabe como um cartão de credibilidade com seu nome e cadastro geral da pitangueira, o CGP, foi responsável por compras e despesas gerais no exterior em mais de cinco orcas?

Não, meritíssimo. Nunca soube deste fato e aliás não possuo cartão.

Como a senhora adquire roupas de grife como esta que está usando?

Na 25 de março quando estou em visita à SP e no Saara, na cidade que nasci, cresci e sou pobre e feliz, meritíssimo.

Considero satisfeito com a oitiva, dispensada a ré, isenta de culpa  e de dolo. Está dispensada, Dona ... dona ...

Maria, meritíssimo, pode me chamar de Dona Maria ...

É isto aí!

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