sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Odete, a Chiquita Bacana do Paranoá

Cinco horas da manhã, movido por um sono justo, fui despertado ao toque de alerta do meu impoluto Nokia analógico pela inefável Odete, a Chiquita Bacana do Paranoá. Reza a lenda nas pequenas rodas do poder de Brasília, que de certa feita, em 1982, em um banquete da pátria amada em homenagem ao cacique de hollywood ocupante da casinha branca com varanda quintal e mato verde lá no norte, ele levantou-se com olhar de desejo e admiração à mocinha incorporada de Carmem Miranda, e propôs um brinde ao "povo da Bolívia". 

Houve relâmpagos e trovoadas da choldra para Odete, que estava à sua frente, trajando o melhor estilo carmemirandês, despojada das peças íntimas como era de fato a nossa Chiquita Bacana original. Segundo informações extra-oficiais em off, as duas elevadas montanhas andinas em riste e a floresta densa daquele país açoitaram a percepção do simpático convidado, levando-o a proclamar como pátria bolivariana este solo da mãe gentil.

- Bom dia, amore!!! (disse no tom limite entre falar e sussurrar, seguido de uma gargalhada deliciosa)

- Odete! Que surpresa aprazível ouvi-la em tamanha alegria.

- Acorda, amore, o mundo está de pernas para o ar e você aí dormindo.

- O que aconteceu, Odete?

- O meu Donald, não aquele que contracenou com o Zé Carioca e a Aurora Miranda, irmã da minha diva eterna, a Carmem Chiquita Bacana, mas igualmente um pato branco, de pernas e bico alaranjados, faturou a sala oval, como já sabe

- Sim, já sei, mas e a ... ???

- Não pergunte. Espere. Como sabe tudo que falo vem de informações mais seguras  do que delação premiada. Então ... - segundo ouvi de Gracinha, minha manicure, que soube na casa de Amanda, que ouviu do amante, Betinho Casanova, que a sua esposa revelou-lhe ter ouvido de Carminha, que escutou em casa de Creuzinha, que tem um romance mal esclarecido com Adalberto, uma faz-tudo de determinada residencia palaciana do distrito federal, que ao passar por estreito corredor, ouviu soluços, lágrimas e voz embargada de provável senil cavalheiro errante, que em inglês macarrônico falava a quem de direito - Madame, the brown sugar is sweet but hard, I avisei-a-a, eu warned you to give a coup traíra, e you forgot - i say muitas vezes - traíra coup ... but you believed in that guy. And now cry, baby e eu do meu lado fico aqui desesperate, por que a water está no pescoço, understand? Por sua causa, mylady, por sua causa!

- Pelas barbas do profeta glabro, Odete, então a farinha de um foi no pilão do outro?

- Opa!!!! Alto lá, amore, eu não disse isto, eu não disse nada, eu não sei de nada. Forget forget full, amore, menos de mim your eterna euzinha, montada por ti feito uma bitchcleta  !!! Humm, que delícia, vieram as doces lembranças - vem me ter em Brasília, amore, vem, não lhe custa nada me ter ... vem ... por favor, há tanta vida lá fora e eu aqui sozinha por você me ter!!!!

- O..O.. Odete, eu ... eu ... sou monoglota e fico querendo falar esta língua chique aí, este latim da batata quente e ... alô.... alô ... caramba, caiu a ligação. Vou decorar umas duas palavras só para dar pressão nela na próxima vez!

É isto aí!




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