Pensa
na vivificancia
com ares de penha
sem sanha nem mágoas
e dispensa
o particípio
passado regular
Pensa
num retrato
feliz estático
na janela da vida
e repensa o quadro
poente na moldura
do tempo perpétuo
Jogue tons mais azuis
na tela da memória
fica luzidia
leve diferente
meio clara
meio brilhante
por inteiro ...
Pensa
nas densas
marcas e cicatrizes
flutuando
feito lenços
de seda fina
em ventres delgados
Pensa
nas caminhadas
onde a pele crua
sangra em sandálias nuas
como se fosse de carmim e salto
e surgirão traços
dos repentes da alma.
Quão de repente
pensa nas noites
com lágrimas brancas
vívidas e lépidas
lavando as pegadas magentas
sobre palhas e pedras
feito matitaperê
Olha agora
no retrato final
como a vida
ficou penha,
luzidia
muito mais
linda assim
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