Eugênia Uniflora nasceu de uma família classe média média, morou na ponta de um bairro bonzinho, teve vizinhos bons e experiências diversas. Frequentou igrejas, centros, ouija, tarot, terreiros, cemitérios e inclusive escolas.
Ao 17 anos teve a sua primeira experiência sexual, aos 17 anos também fugiu de casa pelo menos três vezes, mas sempre voltava á noite, pois sua cama era única, seu travesseiro apaixonante e havia um banheiro só para si. Aos dezessete anos encontrou seu verdadeiro e grande amor três ou quatro vezes. Aos dezessete anos também desejou ter 18 e aos 18 anos, arrependida de estar rumando aos vinte e com pouco tempo para muitos sonhos, ingressou na Universidade Real da Pitangueira.
Como não sabia o que queria, mas sabia o que não queria, foi fazer Filosofia, estudar a existência humana e o saber por meio da análise racional, pelo singelo, puro e imaculado amor ao conhecimento.
Entrou na escola apoiando o total liberalismo econômico, com arminhas, beicinhos e peitinhos, de forma determinada, sem fronteiras; mas, deparando com a existência real e com a mente humana, o saber, a verdade, os valores morais, a linguagem, etc. deu de dar ares de graça da sua graça à esquerda, ao centro e aos indecisos, de todas as formas e jeitos que entendeu serem úteis ao conteúdo pedagógico, digamos assim.
Ao concluir a formação, desapareceu. O boato nos guetos, nos núcleos, nas comunidades e nos bares é que havia sofrido uma paixonite pelo neo-liberalismo e migrado para Harvard, o que seria natural pela sua competência, doação, inquietude e sabedoria. É verdade que a moça partiu para Cambridge, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, onde se localiza a famosa instituição, e lá fez o que fazia de melhor, e estudar em Harvard não estava incluído no combo.
Voltou 6 anos depois, corpo elegante, roupas finas, andar gracioso e modos peculiares. Trazia na coleira, digo, à mão, um esquálido professor doutor Smith, de provecta idade, aposentado há pelo menos uns trinta anos. Esfregou o currículo e o marido no nariz de quem ousasse tecer comentários jocosos sobre sua pós-neo-formação. Afirmava em alto e bom som que seu currículo estava documentado na Plataforma Gaiattes. E, pelo andar da carruagem, o professor doutor, hummmm... estava muito limitadinho para tanta pose ... este Gaiattes ...
É isto aí!
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