Diante de tanta comiseração humana
advém o desgosto, o enjoo e a repulsão
anexadas pela adversidade cruel e má
Semente do tédio, abalos e aflições
As agruras pelo abandono da paz plena em si
o amargor pela cumplicidade fratricida
a amargura de mortes banalizadas ao leo
serão a colheita de uma geração adormecida
Colheremos aqui e ali angústias e atribulações
choque de consciência perdida e enlouquecida
Degustaremos a futilidade da vida estúpida
embrenhada na dor até a comoção da alma
Tardiamente à logística dos contratempos
depois do desagrado geral e pontual
o cínico consolo será hostil, perverso e feérico
como cabem às lendas da falsa consternação
Experimentaremos o desprazer magno
O dissabor do fel da amarga vitória
a dor da existência vazia de sentimentos
em completa desolação interior
insatisfação, mágoa, mal-estar
padecimento, pena, pesar
ressentimento, sofrimento, tribulação
tristeza, ânsia e asco
Eis que valerão as versões invertidas
no fastio desta luta imoral, insidiosa,
Experimentaremos náuseas pela podridão exalada
na agonia plena da repugnância pela abominação
antipatia, desamor, desprezo
estranhamento, execração, horror
ódio, ojeriza, pavor
raiva, rancor e rejeição
Não encontraremos a palavra certa
pela recusa, repúdio e enfado, já arrependidos
pelo nosso lado ciente, prostrados em pranto
despediremos uns dos outros com lágrimas e dor.
É isto aí!
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