Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Autor: Khalil Gibran
Fonte¹: Ormando MN zhiOmn
Imagem: Khalil Gibran na juventude
Deus (publicado em 1918)
Nos tempos antigos, quando o primeiro palpitar de fala chegou aos meus lábios, eu subi a montanha sagrada e falei para Deus, dizendo: “Mestre, eu sou teu escravo”. Tua vontade oculta é minha lei e eu te obedecerei para todo o sempre”.
Mas Deus não respondeu e, como uma poderosa tempestade, passou.
E após mil anos subi a montanha sagrada e novamente falei para Deus, dizendo: “Criador, eu sou tua criação. De barro me moldaste e a ti devo tudo o que é meu”.
E Deus não respondeu, mas como mil asas velozes ele passou.
E após mil anos eu subi a montanha sagrada e falei novamente para Deus, dizendo: “Pai, eu sou teu filho. Com piedade e amor me deste à luz, e através do amor e da adoração herdarei teu reino”.
E Deus não respondeu e, como a névoa que encobre as colinas distantes, ele passou.
E depois de mil anos eu subi a montanha sagrada e novamente falei para Deus, dizendo: “Meu Deus, minha meta e meu cumprimento; eu sou teu ontem e tu és meu amanhã. Eu sou tua raiz na terra e tu és minha flor no céu, e juntos crescemos diante da face do sol”.
Então Deus se inclinou sobre mim, e nos meus ouvidos sussurrou palavras de doçura, e assim como o mar que envolve um riacho que corre para ele, ele me envolveu.
E quando eu desci para os vales e as planícies, Deus também estava lá.
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