Após uma viagem do imperador Adriano pelo Oriente, entre os anos 130 e 131, ele deixou claro seu propósito de revitalizar o helenismo
enquanto esteio cultural do Império Romano. A Judeia se rebelou contra seus planos de reconstrução de Jerusalém como uma cidade helenística e onde, sobre o
monte do templo, seria erguido um santuário dedicado a Júpiter Capitolino.
Quando a revolta começou, os
romanos foram apanhados de surpresa. Grupos de judeus armados emboscaram
coortes, infligindo-lhes pesadas perdas. Ato contínuo, a
fortaleza romana em Cesareia foi atacada e parcialmente destruída. Como um rastilho de pólvora, a
revolta se espalhou por toda a província, com os rebeldes fabricando e reunindo
armas, e fortificando cidades.
A essa altura, evidenciou-se,
entre os combatentes judeus, a liderança de um jovem comandante, Simão bar
Koziba, em quem o Rabi Akiva reconheceu o "Mashiach" (Messias)
davídico, aguardado ansiosamente, e lhe trocou o nome para "bar Kokhba"
(filho da estrela). À frente de seus comandados, Simão entrou em Jerusalém, foi
saudado como "Príncipe de Israel", e proclamou a independência do
estado judeu. Moedas foram cunhadas com os dizeres "Primeiro ano da
libertação de Jerusalém" e "Primeiro ano da redenção de Israel". Por cerca de três anos e meio, esses
guerrilheiros atacaram os romanos - legionários e civis.
A situação tornou-se tão séria
que Adriano despachou para a Judeia seu melhor general, Sexto Júlio Severo, que
estava governando a Britânia. Assim, cerca de
50 esconderijos dos rebeldes foram localizados e eliminados, 985
vilas judias foram destruídas na campanha e 580 mil judeus mortos pela espada
(além dos que morreram por fome). Em 135, Severo
finalmente encurralou bar Kokhba em Betar, seis milhas a sudoeste de
Jerusalém. Apesar da tenacidade de seus defensores, o reduto foi invadido e
os romanos massacraram todos os que nele encontraram. Foi o fim do "Filho
da Estrela" e da terceira revolta judaica.
Terminada a guerra, a Judeia
estava devastada. Prisioneiros judeus abarrotavam os mercados de escravos, aviltando os preços
dos cativos ("Um escravo tornou-se mais barato do que um cavalo").
Os inaptos ao trabalho eram enviados aos circos, para servir de entretenimento
a plateias sanguinárias, que apreciavam vê-los ser retalhados pelas lâminas dos
gladiadores ou dilacerados pelas presas de animais selvagens.
Jerusalém foi reconstruída de
acordo com o projeto do imperador, recebendo o nome de Aelia Capitolina,
onde os judeus ficaram proibidos de entrar, sob pena de morte, enquanto o nome
da província foi mudado de Judeia para Síria-Palestina (Syria Palaestina).
Além disso, um édito imperial que
combatia a prática da mutilação, equiparou a circuncisão à castração, proibindo
os judeus de praticá-la. E como os recalcitrantes se valessem de argumentos
religiosos, ficaram também proibidos o ensinamento da Torah e a ordenação de
novos Rabinos.
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