A conheci numa festa em casa de amigos em comum. Lembro que estava muito desarrumado, desalinhado, despenteado, enfim, no meu normal e quando dei por conta, trocamos um longo e enebriante olhar. Dali em diante tudo foi se encaixando.
Ela era linda. Na verdade era a garota mais bonita que já vi em toda a minha vida. Tinha um ar natural de elegância e postura de princesa, um corpo divino, uma voz melodiosa, além disto era muito rica, culta, fina e educadíssima.
Por alguma boa razão celestial achei que minhas preces foram ouvidas, por que ela cedeu aos meus parcos encantos com tanta facilidade e candura, que desde então passamos a vivenciar uma ardente história de amor.
Três meses haviam passado com demorados encontros diários e juras eternas de amor, até que um dia ela desejou fazer uma brincadeira de "eu odeio/eu amo".
Ela - Amor, vamos brincar de "eu odeio/eu amo?
Eu - Como é isto?
Ela - Muito simples, abro um livro e pego uma palavra, aí dizemos odeio ou amo.
Eu - Muito inocente, aceitei. Bem, amor, começa então.
Ela - Humm.. gatos
Eu - Odeio gatos.
Ela - Detesto gatos.
Beijos, beijos, amassos, amassos...
Ela - Sol
Eu - Adoro o sol.
Ela - Eu amo o Sol.
Beijos, beijos, amassos, amassos...
Ela - Puxa, fomos feitos um para o outro. A palavra é casa.
Eu - Gosto mais de apartamento.
Ela - Também gosto mais de apartamento...
Beijos, beijos, amassos, amassos...
Ela - Mar e Montanhas
Eu - Pode falar duas coisas ao mesmo tempo?
Ela - Claro, não vejo por que não.
Eu - Adoro o mar e detesto montanhas.
Ela - Achei que você gostasse de montanhas...
Só uns beijinhos...
Ela - Crianças
Eu - Humm, pula esta...
Ela - Adoro crianças.
Sem muito clima
Ela - Noiva
Eu - É... pula esta também...
Ela olhou para um lado, olhou para o outro e por uma estranha razão que nunca descobri, saiu correndo da minha vida. Nunca mais vi. Por curiosidade, peguei o livro que estava folheando. Para minha surpresa, era apenas um caderno em branco...
É isto aí!
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