Dia destes ao sair para o escritório, por estas coisas inexplicáveis, não sabia onde estavam as chaves. Conferi pausadamente no chaveiro do carro. Achei que estavam lá. Dirigi-me ao serviço e lá chegando, descubro que nenhuma das quatro chaves disponíveis abriam a porta.
Voltei para casa, testei em cada fechadura e nada. Também não eram dali. Como vieram parar aqui? - pensei. Que portas permaneceram fechadas ou abertas com as chaves presas aqui, adormecidas, trafegando comigo diariamente?
Procurei nas gavetas, sem maiores alardes. Achei um molho de chaves. São estas. Estavam num chaveiro reconhecidamente meu. Quando as coloquei ali? Não me recordava deste detalhe. Enquanto circulava com os dedos e varria com os olhos a gaveta que raramente abria, vi outro chaveiro com outras tantas chaves. Crise e pânico. E agora? O que será isto?
Voltei ao escritório com aqueles dois molhos de chaves. Umas treze ou catorze no total. Nenhuma delas abriu a porta do meu escritório. Dei um passo atrás - e se não for este o meu escritório? Olhei o número, meu nome na porta, sim, com certeza - é aqui. Pensei em chamar o chaveiro, mas resolvi voltar depois.
Tornei a abrir a gaveta mágica, que guarda um monte de coisas minhas que jamais lembraria que existiam. Achei, escondidas num canto, umas chaves perdidas das outras, mas atreladas por um aro pequeno. Levei-as ao escritório. Eis que abriram a porta da entrada e da sala interna. Estava salvo - aquelas chaves anônimas eram meu passaporte.
Mas sobraram umas vinte chaves as quais não tenho a menor ideia do que já abriram ou ainda abrem. Guardei os chaveiros com a seguinte identificação - portas desconhecidas de um passado remoto. E você? Tem chaves assim na sua vida?
É isto aí!
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