sexta-feira, 26 de junho de 2015

Destruir para consquistar

Eu acho, e aqui é achismo mesmo, o conceito de propriedade privada que nossos antepassados colonizadores europeus trouxeram com a proposta de destruição de tudo e todos que a contradissessem volta, desta vez no novo mundo cibernético. Destruir valores para impor uma nova ordem. 

Eu não faço a mínima ideia de quem é o Cristiano Araújo, mas que descanse em paz. Com certeza existem milhares de pessoas que sabem dele, das suas músicas (sim, aprendi que cantava). Li de relance num site de notícias que as fotos do rapaz e da sua namorada pós acidente estão entre as mais buscadas na rede nestes dias. Como pode uma coisa destas? Quanta violência será necessária ainda para mudar nossa humanidade?

Na manchete de um destes noticiários online, há o desabafo do pai - será que Deus existe?

Bem, também foi assim com os "Mamonas Assassinas" - as imagens da tragédia circularam como um troféu entre os milhares de fãs, numa era de internet no nascedouro. Além dos famosos, vêem os anônimos, vitimados por tragédias de todos os tipos, de vários ângulos, à disposição dos adeptos. Enfim, é a curiosidade mórbida, exclusivamente humana, não só pela morte, mas pela tragédia que a promoveu.

No Youtube, existem milhares de vídeos de homenagem póstuma às pessoas amadas que já partiram. Algumas coisas chamam a minha atenção nestas manifestações de saudade, pela família ou amigos, que cito aqui sem critério de ordem:

1 - É um fenômeno mundial - quando você entra nestes grupos, a sensação é que vagueia por um cemitério.
2 - Sempre há os que não conhecem a pessoa, com as mesmas perguntas:
2.1 - Morreu de quê?
3 - Existem alguns com o desejo de destruição que fazem críticas ácidas:
3.1 - Mereceu morrer mesmo - era uma piranha, era veado, era puta, era safado, era isto, era aquilo.
4 - Sempre junto aos que vomitam sua acidez, surgem os moralistas ético-religiosos, contestando-os.
5 - Ao serem contestados, os injuriados têm um orgasmo e em seguida traçam seu perfil humano cruel por sobre todos.

Enfim, é um mar revolto este cemitério virtual, onde nem mesmo as boas intenções de cultuar a memória dos que partiram é respeitada. Este processo também está nas questões políticas, sociais e espirituais. Basta postar alguma coisa nas redes sociais que as pedras não demoram. As agressões acabam por delimitar, inibir, calar, enfim, elas são tão violentas quanto os covardes que se escondem por detrás delas.

Enfim, percebo nisto uma nova onda, mas com o mesmo e preciso pensamento - destruir para conquistar. Vou refletir mais sobre isto.

É isto aí!




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