Sabia muita coisa
e também poucas coisas.
Promovia a distinção entre o gerúndio, o particípio,
o infinitivo pessoal e o infinitivo impessoal
dos verbos que circulavam
pelos egos presentes e ausentes.
E hoje penso que a palavra
sempre foi exatamente esta
- ela promovia a distinção das formas,
dos conteúdos e dos pensamentos.
Morreu de forma estranha,
como estranhas são todas as mortes.
Partiu sem dizer adeus,
e como todos que se vão,
fica a ausência,
aquela enorme agonia
que ocupa corações e mentes
diuturnamente,
como uma cadeira marcada
esperando pelo dono do lugar.
Eis aí um grande mistério da vida,
este de desaparecer o corpo
e permanecer os ensinamentos
e o pensamento vivo
como uma vela em chamas.
Já que citei a vela
lembrei que um dia,
em algum lugar do passado, indagou-me:
Diga, como uma vida vem andando no espaço
e tal qual uma vela acesa,
atinge o fim do pavio
se não somos uma tocha humana?
Então como se dá o fim
se não temos princípio pirotécnico?
Isto é devido ao tempo, bati de pronto.
Ela riu muito
- rapaz, escute o segredo da vida:
O tempo não existe,
ele é uma criação humana, não dos deuses.
Ele, o tempo, é apenas uma ilusão.
Somos todos passageiros
deste espaço que agora ocupamos
e assim seremos em outro espaço,
em outro espaço e outro e outro ...
até chegarmos ao fim da viagem
que nunca tem fim.
Seja bom sempre,
faça o bem sempre,
e siga reto,
pois assim sua vida terá mais obstáculos do que as outras,
mas terá a sabedoria de desobstruir a estrada.
Partiu e ficaram as rosas que plantou,
e ficaram e ficaram e ficaram...
É isto aí!
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