segunda-feira, 19 de julho de 2021

O Paradoxo de Moravec


As pessoas têm dificuldade em resolver problemas que exigem alto nível de raciocínio. Por outro lado, as funções motoras básicas e sensoriais, como caminhar, não são problemas.

Nos computadores, no entanto, os papéis são invertidos. É muito fácil para os computadores processarem problemas lógicos e complexos, como a elaboração de estratégias de xadrez por exemplo, mas é preciso muito mais trabalho para programar um computador para interpretar discursos, caminhar, sentir cheiros ou tomar decisões baseadas em aspectos subjetivos, o que o ser humano faz com facilidade.

Esta diferença entre a inteligência natural e artificial é conhecida como paradoxo de Moravec. Hans Moravec, um cientista de pesquisa no Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon, explica esta observação através da ideia de engenharia reversa nos nossos próprios cérebros.

A engenharia reversa é mais difícil para tarefas que os seres humanos fazem inconscientemente, como funções motoras. Porque o pensamento abstrato tem feito parte do comportamento humano há menos de 100 mil anos, a nossa capacidade de resolver problemas abstratos é consciente.

Portanto, é muito mais fácil para nós criarmos tecnologia que emula esse tipo de comportamento. Por outro lado, ações como falar e mover-se não são aquelas que temos de considerar ativamente, por isso é mais difícil de colocar estas funções em agentes de inteligência artificial.



O paradoxo de Moravec brinca com as nossas intuições de fácil e difícil. Ele literalmente transforma o fácil em difícil e o difícil em fácil. Ele diz o seguinte: é mais fácil fazer uma inteligência artificial realizar tarefas intelectualmente complexas, tipo ganhar do campeão do mundo de xadrez, do que realizar tarefas consideradas fáceis, que geralmente crianças conseguiriam fazer. Você consegue resolver esse paradoxo?



*Fonte do Texto: Paradigmas e Paradoxos:



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