Foi na loja de roupas e escolheu o terno do enterro, pagou no cartão de crédito o traje completo. Cortou o cabelo, fez a barba, passou na casa da comadre, conversa ali, conversa lá, resolveu investir seu charme, que foi rechaçado no ato. Depois eu morro e você arrependerá, falou com a mulher estarrecida, aborrecida e magoada com a cena.
Saiu dali, passou no supermercado e fez compra para noventa dias - não quero que falte nada. Ligou para a família, conversou com os dois irmãos e a irmã, cunhadas e cunhado. Perguntou pelos sobrinhos, deu notícias dos seus. Passou na prefeitura, regularizou a dívida ativa do IPTU, passou na farmácia, acertou o saldo devedor, entrou na loja e comprou geladeira, fogão, jogo de copa, jogo de sofá, televisão com tela gigante e mandou entregar.
Voltou para casa de tardinha, e pensou - agora é só esperar dia doze. Chegado o dia fatídico, acordou com uma diarreia clássica, com muita cólica e indisposição. Mal conseguia ficar em pé. O dia passou com sua presença constante no banheiro. Foi sendo abatido pelas medicamentos antiespasmódicos e pela desidratação. Acabou adormecendo pela fraqueza. Sonhou com sua avó olhando séria para ele, apoiando-se numa bengala e olhar duro - mas você, hem!!! Sempre foi um cagão.
É isto aí!
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