sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Perfume de Gardênia

- Tapinha... ôôô Tapinha

- Fala minha Flô

- Tapinha, dondé qui ocê tava?

- Uai, sô, tava na peneira

- Fazendo o quê na paineira, Tapinha?

- Né paineira não, Flô, é peneira.

- E zona mudou de nome, foi?

- Flô?!?! Dondé qui ocê tirou esta ideia doida varrida?

- Dondé quieu tirei? Das quenga da rua.

- O que? Tem quenga nesta rua?

- Mas que homi santo. Não sabe não? Tem certeza?

- Ora Flô, sei não, num quero saber e num interessa.

- Óia, Tapinha, se eu ao menas disconfiá das qualidade dos seus passeios, eu lhe capo.

- Credo, Flô, que coisa mais violenta é essa? Tá maluca? Bebeu trisquinina, foi?

- Óia, Tapinha, se eu suber que aquela quenga filha de uma rapariga rodeou o rabicó de porca dela procê, eu estripo ocê, eu fuço suas vissas de fora pra drentro e de drentro prá fora.

- Flô, cê tá doida de corda.

- Num se faz de bobo. É aquela excomungada que fazia de bola gato e outras coisas que nem vou dizer, antes de nóis nos se ajuntar e casar.

- Cê tá falando de quem, Flô?

- Da vigarista barranqueira e desavergonhada da Gardênia.

- Ah! Da Gardênia. Ué, ele agora mora nas redondeza? Num sabia...

- O atrevido ainda repete o nome desta sirigaita. Vô estrebuchar os dois, tá ouvindo? Estrebuchar. E vorta aqui. Tapinha, volta aqui agora, ainda não terminei, Tapinha ... Arre égua, aticei a brasa ... burra, burra e burra.

É isto aí!





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